Salvem as nossas crianças!

Salvem as nossas crianças!
Arquivo/Folha do Oeste - Em algumas unidades de ensino, alimentação escolar já está sendo orinentada por profisionais nutricionistas

Ação contra obesidade infantil atingirá 1.248 escolas de Santa Catarina, incluindo unidades da região

A obesidade é uma doença que provoca um aumento da gordura corporal. Hoje, é a doença considerada pela Organização Mundial de Saúde como a epidemia do século XXI, e atinge cada vez mais as crianças. E, foi-se o tempo que criança saudável era criança gordinha. A informação é da nutricionista clínica Deyse Thaíse Burin De Conto (CRN/10 - nº 0938). De acordo com ela, uma criança é considerada obesa quando possui 20% a mais do peso ideal para a sua idade. E, infelizmente, as estatísticas estão contra nós, estudos apontam que o Brasil acaba de ultrapassar os Estados Unidos, o país mais gordo do mundo, em matéria e obesidade infantil.

Segundo a profissional, a falta de exercícios e a alimentação inadequada são os grandes culpados pelos quilos a mais, e, cabe aos pais se impor e tomar uma atitude para zelar pela saúde de seus pequenos. A maioria dos estudos aponta os erros nos hábitos alimentares como sendo o principal fator responsável por causar obesidade nas crianças, assim como a ingestão de alimentos altamente calóricos, que resulta em um desequilíbrio entre o que a criança come e a energia que ela gasta. Aliado a isso destaca-se o sedentarismo, onde as crianças passam mais tempo em frente à TV, a computadores e videogames, ficando mais horas do dia sem atividades físicas como jogar bola ou andar de bicicleta, deixando-os com um gasto calórico menor.
Deyse explica que a obesidade infantil pode afetar a saúde da criança de diversas formas, sendo a depressão e a baixa autoestima as mais frequentes, além de dificultar o relacionamento social da criança. Estudos demonstram que as crianças obesas apresentam menor potencial de aprendizado e uma tendência maior para desenvolver problemas psiquiátricos quando comparadas a crianças não obesas. “A tendência da obesidade em crianças é estender-se para a idade adulta: cerca de 40 a 70% das crianças que chegam à adolescência obesas se tornam obesas pelo resto da vida”, aponta a nutricionista clínica.

Conforma a especialista, os problemas cardiovasculares e respiratórios também são consequência da obesidade, que iniciam na infância e tendem a se agravar com os anos. Existem, ainda, outras doenças crônicas associadas que podemos observar no quadro a seguir:

Complicações da obesidade infantil

NO CURTO PRAZO

• Asma e apnéia do sono
• Problemas ortopédicos
• Disfunção do fígado pelo acúmulo de gordura
• Inflamação e formação de pedras na vesícula
• Acne
• Assaduras e dermatites
• Enxaqueca
• Depressão
• Aumento dos níveis de colesterol e triglicérides

NO LONGO PRAZO

• Diabetes melito
• Hipertensão arterial
• Tromboses
• Derrame
• Doenças de coração
• Angina e infarto
• Gota
• Osteoartrite
• Artroses
• Depressão e ansiedade crônicas
• Diminuição da expectativa de vida

Diante dessa situação, Deyse salienta que o importante é que as crianças tenham uma rotina, tentando conservar os horários das atividades físicas e também horários das refeições como café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Sendo que, o cardápio das crianças deve conter frutas, verduras e legumes sempre. “Os pais não podem se esquecer da hidratação de seus filhos, para isso, a água, os sucos com frutas são ideais, assim como os chás, que são indispensáveis. Já os refrigerantes devem ser evitados, pois não mantêm uma boa hidratação e são muito calóricos. E, caso seu filho já esteja obeso ou “gordinho”, lembre-se que: para reverter o quando é necessário uma reeducação alimentar, juntamente com a prática diária de atividade física”, orienta a profissional.

INICIATIVAS

A equipe do Folha do Oeste procurou saber com os municípios contemplados quais serão as iniciativas para prevenir e controlar a obesidade infantil. No município de Santa Helena, o secretário de Saúde, José Ciconi, destacou que a equipe já está discutindo possíveis ações, porém até o momento nada foi decidido. Segundo ele, nos próximos dias, com o grupo de Saúde completo, serão definidas as iniciativas que serão adotadas nas escolas. Da mesma forma, o secretário de Saúde de Guarujá do Sul, Alessandro Krewer, apontou que as discussões e trabalhos sobre o tema já começaram, porém, as ações ainda não foram definidas. “É importante que os trabalhos de orientação e prevenção iniciem desde cedo, para que essas crianças não se tornem futuros adultos obesos. Registramos vários casos de obesidade e estamos estudando para desenvolver as melhores ações possíveis”, salienta Krewer.

Em SMOeste, a secretária Beatriz Soares aponta que a primeira ação será desenvolver o diagnóstico completo de qual a real situação de obesidade e alimentação nas escolas. De acordo com ela, este trabalho já iniciou no último ano, porém deve ser retomado junto com o início do ano letivo. “Primeiro precisamos ter conhecimento da atual situação das crianças e em seguida vamos elaborar estratégias para trabalhar com estes dados. As ações serão voltadas principalmente à conscientização de uma alimentação saudável e nutricional”, explica. Beatriz salienta, ainda, que na próxima semana a equipe de Saúde deve se reunir com profissionais que possuem ou trabalham em cantinas nas escolas, para saber qual alimento está sendo oferecido nestes espaços dentro das unidades escolares. Os secretários dos demais municípios contemplados com a ação não foram localizados para se pronunciarem sobre as ações em seus respectivos municípios. Suas iniciativas devem ser divulgadas nas próximas edições.

A seguir algumas dicas para pôr em prática na rotina de seus filhos:

vas que envolvam movimento e gasto de energia.
- Os passeios não precisam, necessariamente, envolver comida.
- Não permitir que seu filho pule refeições, observar para que a cada duas ou três horas seu filho faça uma pequena refeição, evitando jejuns prolongados.
- Cuidar com as extravagâncias, combinando a frequência e quantidade para as “guloseimas”.
- Os familiares, como avós e tios devem colaborar com a criança para estimular hábitos alimentares saudáveis.
- Procure atividades para a criança interagir e não ficar ociosa.

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