Terapia Ocupacional: o tratamento por meio de atividades

  • Divulgação -

Os serviços são indicados para melhorar o desempenho funcional da pessoa, prevenir incapacidade e atraso de desenvolvimento

A história da Terapia Ocupacional é recente, mas a atividade humana, enquanto recurso terapêutico, foi utilizada, de forma pouco consciente e pouco científica, desde os tempos mais remotos. O homem percebe que as atividades possuem características capazes de influenciá-lo, afetá-lo e transformá-lo e as utiliza, a princípio de forma intuitiva, para trabalhar aspectos físicos e emocionais. A informação é da terapeuta ocupacional, Fabiane Tierling. Baseada em dados, a profissional destaca que com a Revolução Industrial, no final do século XIX, surgiram os acidentes industriais e com eles o número de pessoas incapacitadas aumentou. Era fundamental que aparecesse uma nova forma de tratamento para as incapacidades que surgiam a partir daí. Nas duas primeiras décadas do século XX ocorreu o início formal da Terapia Ocupacional, com o renascimento do tratamento moral, impulsionado pela necessidade de tratamento de soldados feridos na Primeira Guerra Mundial.

Em 1957 surge a WFOT (World Federation of Occupational Therapy), que contribuiu positivamente para o desenvolvimento da profissão, universalizando o programa educativo e expondo padrões básicos exigidos para a formação do terapeuta ocupacional. No Brasil, o primeiro curso de Terapia Ocupacional, instalado pela ONU, com duração de um ano, foi ministrado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, sendo regulamentado em 1964. No dia 13 de outubro de 1969, a profissão adquiriu seus direitos, por meio do Decreto-lei nº. 938/69, no qual foram definidas as atribuições da Terapia Ocupacional e reconhecida a sua formação como um curso superior. Fabiane explica que a TO (Terapia Ocupacional) é uma profissão da área da Saúde com atenção dirigida para as atividades humanas. O princípio que rege a profissão é o de que vida é atividade. "Esta área reconhece que saúde significa não somente ausência de doença, mas também o bem-estar biológico, psicológico e social", revela.

Segundo a terapeuta ocupacional que atua em São Miguel do Oeste, Graziele Aparecida Durão, a Terapia Ocupacional é a ciência que estuda a atividade humana como recurso terapêutico e a utiliza junto com a participação do indivíduo na função de restaurar, fortalecer e desenvolver a aprendizagem das habilidades e funções essenciais perdidas perante as dificuldades físicas e/ou psicossociais que interferem na independência do mesmo ao realizar de modo autônomo as suas atividades de vida diária, trabalho e lazer. A população alvo que o terapeuta ocupacional atende abrange desde recém nascidos à terceira idade.

Caracterizada pelo tratamento por meio de atividades, a Terapia Ocupacional esta sendo aplicada de maneira direta ou indireta, física ou mental, ativa ou passiva, preventiva, corretiva ou adaptativa. As mesmas são relacionadas às necessidades terapêuticas, pessoais, sociais e culturais do cliente, refletindo os fatores ambientais que influenciam sua vida. "Fica evidente a sua importância em atender as necessidades que o indivíduo tem, intervindo-o de modo que o torne independente em suas atividades biopsicossociais e nas habilidades de desempenho ocupacional", reforça Graziele. Conforme a terapeuta Fabiane, os serviços são necessários quando existe disfunção ou risco de disfunção ocupacional em qualquer fase da vida da pessoa. A ocupação abrange atividades de autocuidado, produtivas (tais como trabalho, atividades escolares) e de lazer. As causas dessa disfunção geralmente combinam fatores pessoais e ambientais.

ATUAÇÃO
De acordo com a profissional, o terapeuta ocupacional, que comemora seu dia nesta quarta-feira, dia 19, pode atuar por meio da prevenção, habilitação ou da reabilitação. Todas as pessoas que possuem uma disfunção ocupacional nas suas atividades da vida diária são elegíveis de obter ganhos através da terapia ocupacional. Sendo que a disfunção ocupacional ocorre quando não se consegue realizar de maneira satisfatória as atividades de trabalho, lazer e auto-cuidado. Desta forma, pessoas com disfunções neurológicas (Parkinson, Alzheimer, demências por exemplo), com condições incapacitantes ou degenerativas (cancro, artrose, artrite reumatóide, fibromialgia, etc), com disfunções motoras (traumatismos do membro superior, coluna, etc.), com disfunções relacionadas com o trabalho (lesão por esforço repetitivo, stress, baixo rendimento, readaptações funcionais em empresas etc.), com condições pediátricas incapacitantes (hiperatividade, distúrbios do brincar, distúrbios de aprendizagem, síndromes diversas, distúrbios de coordenação, etc.), com transtornos mentais (psicose, depressão, transtornos obsessivos compulsivos, neuroses e outros transtornos mentais) são o público-alvo do terapeuta ocupacional.

Os terapeutas ocupacionais atuam numa variedade de lugares como clínicas e centros de reabilitação, hospitais gerais (em ambulatórios, enfermarias ou em unidades e centros de terapia intensiva), maternidades, creches, escolas especiais, escolas regulares, asilos, postos e centros de saúde, centros de saúde mental, organizações e projetos sociais oficiais ou não governamentais, empresas, instituições de ensino superior.

A Terapia Ocupacional, enquanto campo de conhecimento e intervenção, pode ser aplicada nas áreas:
* Intervenção terapêutica ocupacional no ambiente hospitalar - Neo-natais, Unidades de Terapia Intensiva, Pré-consulta, Pacientes terminais, Alas específicas e outros;
* Intervenção ou extensão das medidas de reabilitação - Na comunidade, em ambulatórios especializados, na composição de equipes interdisciplinares, etc;
* Intervenção em saúde mental nos processos de reabilitação e inserção social de pacientes psiquiátricos;
* Atuação no contexto social para ampliação das redes sociais de suporte de grupos desfavorecidos economicamente;
* Extensão ou intervenção em processos de ressocialização para todas as pessoas com desvantagens sociais;
* Intervenção, extensão e análise em projetos na área de saúde do trabalhador (Ergonomia, Adaptações, Saúde mental, utilização de ferramentas de ergonomia).
* Creches e escolas, onde se trabalha com déficit de atenção, atraso de desenvolvimento e dislexia, ou seja, a dificuldade de aprendizado.

Conforme Fabiane, os serviços são indicados para melhorar o desempenho funcional da pessoa, prevenir incapacidade e atraso de desenvolvimento. O uso de atividades no tratamento e as adaptações do meio são ferramentas legítimas e diferenciais dos terapeutas ocupacionais. O uso de atividades propositivas, a adaptação de utensílios e de mobiliário, as mudanças nas demandas ambientais, as prescrições e o treinamento para o uso de órteses são exemplos de recursos utilizados por terapeutas ocupacionais. Contudo, esses profissionais também podem conduzir seus atendimentos por meio de métodos e técnicas que não incluam o uso permanente de atividades.

"O propósito da TO é a autonomia e a independência do indivíduo para a sua participação social nos moldes desejáveis.

Os terapeutas ocupacionais utilizam métodos e técnicas que recuperam ao máximo a independência do paciente. Eles podem atuar em diferentes especialidades médicas, como neurologia, ortopedia, psiquiatria, geriatria, medicina do trabalho dentre outras. Seus atendimentos são necessários em situações de hospitalização por diferentes causas e diante de enfermidades crônicas que exijam atenção nos domínios das habilidades motoras, cognitivas e emocionais", aponta. Segundo a profissional, o objetivo desta área é buscar a recuperação da função humana, elevar o perfil das ações motoras e mentais, reabilitar através das atividades, recuperar o homem em sua totalidade. Portanto, deve ser aplicada onde houver limitação funcional, seja de caráter físico, mental ou social.

Na busca pelo corpo perfeito Anterior

Na busca pelo corpo perfeito

Ceia de Natal: simplicidade e praticidade à mesa Próximo

Ceia de Natal: simplicidade e praticidade à mesa

Deixe seu comentário

Nossas Redes

Impresso