Chegada dos quíntuplos: surpresa e emoção comovem comunidade

Há 27 anos, Daniel, Márcia, Marcelo, Fernando e Juliana chegavam na família de Terezinha e Ivo Imhoff para trazer alegria

Há 27 anos, Daniel, Márcia, Marcelo, Fernando e Juliana chegavam na família de Terezinha e Ivo Imhoff para trazer alegria ao lar que ainda sofria com a morte da pequena Sandra, de quatro anos. Em 16 de março de 1982 nasciam em São Miguel do Oeste os primeiros quíntuplos da história do País.

Problemas financeiros e com a saúde de Sandra, quando engravidou dos quíntuplos, fizeram com que Terezinha iniciasse o pré-natal aos cinco meses. Foi neste momento que a mãe recebeu a notícia de que esperava quatro filhos. "Foi um espanto. O médico de imediato alertou sobre possíveis problemas com as crianças, e meu marido ficou assustado, mas graças a Deus deu tudo certo. Eu sentia que no momento em que a criança mexia ainda no ventre, isso acontecia em vários lugares da barriga ao mesmo tempo, mas jamais imaginei que fossem tantas", revela, em risos.

Aos sete meses de gravidez, Terezinha deu à luz, no Hospital São Miguel, aos pequenos quíntuplos, sendo que foi no momento do nascimento dos bebês que a mulher descobriu a presença da quinta criança. "A cada nascimento, as enfermeiras corriam no corredor do hospital avisar a população, que ali aguardava a chegada de mais um bebê. A notícia era recebida com aplausos e vibrações. Agradeço ao atendimento de toda a equipe do hospital, todos foram muito atenciosos neste momento importante em minha vida", afirma.

Terezinha, já mãe do pequeno Sandro, conheceu os quíntuplos somente quatro dias após o nascimento, devido às complicações pós-parto. "Quando os vi me apavorei em razão do tamanho que eles tinham, eram muito pequenos. O mais pesado era Marcelo, com 1,5 kg", salienta. Como a residência do casal não tinha estrutura para receber as cinco crianças, a comunidade, os vizinhos e os familiares se mobilizaram e auxiliaram. A notícia da gravidez de quíntuplos correu o Brasil e várias campanhas foram desenvolvidas, especialmente no Estado, para ajudar o casal. Após o nascimento, os cinco bebês foram alimentados por voluntárias (amas de leite) ainda no hospital.

Durante os três meses em que as crianças ficaram na incubadora do hospital foram realizadas várias campanhas para arrecadar materiais, fraldas, remédios e roupas. Na época, o hospital também fez uma campanha de doação. "Todos foram muito solidários e agradeço por todas as ações em prol dos quíntuplos. Nossa vida mudou muito depois da chegada deles, foi uma grande experiência familiar. Me sinto orgulhosa de poder gerar cinco crianças em uma única gestação. A casa estava sempre cheia, dia e noite, isso até atrapalhava, mas sempre recebi a todos que nos visitavam, porque o encanto pelas crianças me deixava orgulhosa e feliz", garante a mãe.

Terezinha ressalta que calendários produzidos com a imagem dos quíntuplos auxiliavam na renda familiar e na compra de novas roupas para as crianças. E foi através deste produto que a comunidade pôde acompanhar o crescimento das crianças mais famosas de SMOeste. Três anos depois da chegada dos quíntuplos, nasceu o caçula Fábio, hoje com 24 anos. Emocionada, Terezinha revela que os filhos Sandro, Sandra (in memoriam), Daniel, Márcia, Marcelo, Fernando, Juliana e Fábio só trouxeram alegria e felicidade ao casal.

 

Satisfação em

acompanhar a recuperação

 

Integrante do quadro de profissionais do Hospital São Miguel desde os 17 anos, a enfermeira Justina Schwengber relata que essa atividade tornou-se uma paixão na sua vida e que não se imagina exercendo outra profissão. De acordo com ela, quando iniciou no estabelecimento o movimento era intenso, o que dificultava o atendimento, bem diferente de hoje, pois com o desligamento do sistema SUS (Sistema Único de Saúde), os profissionais passaram a dedicar uma atenção maior aos clientes.

Para Justina, o fato mais marcante neste período de 30 anos aconteceu em 1982, com o nascimento dos quíntuplos de São Miguel do Oeste. Ela conta que o evento atraiu muitas pessoas ao hospital, pois se tratava de algo inédito em Santa Catarina e no Brasil. "Na época foram publicadas diversas reportagens sobre os bebês, foi muita emoção para a mãe. Uma coisa muito importante é que eles nasceram bem. Como eles nasceram bem, a estrutura do hospital na época foi suficiente. Tinhamos várias incubadoras e eles ficaram no local apenas para mantê-los aquecidos", recorda.

Com altos e baixos, a equipe é hoje uma família. A afirmação é da enfermeira Justina. "O Hospital São Miguel faz parte da minha história. Comecei com 17 anos na enfermagem. Acho que nasci para isso. Minha satisfação é acompanhar a recuperação das pessoas atendidas neste local", garante a profissional.

 

Anterior

Desafios...

Próximo

Conforto e atendimento personalizado em hotelaria

Deixe seu comentário

Nossas Redes

Impresso