Já se foi a época que Natal era somente símbolo do nascimento de Jesus Cristo e tão celebrado pelos cristãos em todos os cantos do mundo. No comércio, o Natal é a época de maior movimento, a data que mais vende e diversos fatores tornaram essa data, até então religiosa, em uma verdadeira fábrica, fábrica essa que visa lucros, muitos lucros. Porém, o ato de presentear, que hoje tanto movimenta o comércio, surgiu justamente com o Menino Jesus, quando os três reis magos - Belchior, Baltazar e Gaspar - ofereceram presentes após o seu nascimento. A prática de se dar presentes representa essa história, porém Papai Noel é uma menção a um bispo romano, do século V, ?São Nicolau?, devido a este oferecer, no dia 6 de dezembro, donativos - às escondidas - às filhas de um homem muito pobre. Por isso existe o dia de São Nicolau, que aos poucos foi se fundindo com o período natalino. Assim também surgiu o amigo secreto, como uma forma escondida de presentear as pessoas, e também de colocar presentes debaixo da árvore de natal, sem que ninguém saiba de quem são e quem os colocou ali.
Com a tradição dos presentes, muitas crianças crescem com a visão de que Natal é somente época de presentear e nem mesmo conhecem a história do homem que, segundo os cristãos, nasceu para salvar o mundo. Crianças essas que não sabem que Jesus Cristo foi concebido sem pecado original e que sua natureza humana está ligada à natureza divina. Porém, é justamente pelo comércio, que o Natal se torna a época em que toda a fantasia é permitida. Não há quem consiga ignorar a data por mais que conteste a importação norte-americana nos simbolismos: neve, Papai Noel vestido com roupa de lã e botas, castanhas, trenós, renas. Até os antinatalinos acabam em concessões, um presentinho aqui, outro acolá. Uma estrelinha de Belém na porta de casa, uma luzinha, um mimo para marcar a celebração da vida, que é o autêntico sentido da festa. Independente do consumismo, tão marcante, o Natal mantém símbolos sagrados do dom, do mistério e da gratuidade. Símbolos esses, que contribuem para o tão polêmico consumismo. Quem não se encanta com um vitrine bem decorada, com tantos elementos feitos para chamar atenção. E é essa atenção direcionada que impulsiona a compra.

TURISMO
Natal, feriados prolongados, final de ano, férias. Momentos oportunos para viagens e muito turismo. E novamente, qual turista não se encanta com uma bela cidade e que fica ainda mais bonita sob as luzes da decoração Natalina. Nos países em que o inverno chega junto com o Natal, a grande atração está na neve, no frio, no clima acolhedor. Já no Brasil, são as temperaturas escaldantes que chegam com o Natal, porém um pedacinho do Sul do país manteve a magia dos invernos gelados, belíssimas decorações, eventos grandiosos e muito glamour. Gramado, na Serra Gaúcha, tornou-se assim um dos pontos turísticos mais visitados do Brasil, com atrações especiais na época do Natal e que justificam os milhares de turistas que passam pela cidade todos os anos.
Seguindo esse ritmo, a maioria das cidades tem investido pesado em grandiosas decorações natalinas, como forma de impulsionar o turismo e o comércio local. Para a empresária e presidente da Elos (Entidades Locais Organizadas em Solidariedade), Ileny Royer, a decoração e o embelezamento da cidade devem sempre ser levados em consideração e incluídas nas programações natalinas. ?Isso destaca nossa cidade e se torna um importante atrativo, trazendo muitos visitantes. Estes turistas de uma maneira ou de outra sempre acabam fazendo compras nos locais onde visitam, o que contribui para nossa economia e desenvolvimento?, enfatiza. Ileny também destaca que essa é uma maneira de divulgar nosso município em outras regiões.  ?O comércio migueloestino, por exemplo, é muito forte. Somos o pólo do Extremo Oeste, temos tudo a oferecer aos consumidores da Região e da própria cidade. Investindo em decoração natalina, promoções e campanhas de prêmios estamos incentivando essas compras. E oferecendo um ambiente agradável onde o espírito natalino está presente é uma forma a maneira de bem recebê-los e contemplar nossa comunidade?, ressalta.
Para o comércio, Ileny, cita algumas dicas importantes para ampliar as vendas. ?O Natal tem significado próprio. Nesta data as pessoas por tradição se voltam mais a si mesmas e aos seus. Portanto, buscam presentear ou receber presentes, e aí o comércio faz o seu papel, tendo como a melhor data para ampliar suas vendas e seu faturamento. E, com certeza, cada cidade, usando de inúmeras ferramentas, como sorteios, atrações e em especial a decoração natalina, ampliam os atrativos para os consumidores?, enaltece a empresária.
Sobre a decoração, que tanto chama atenção de visitantes e compradores, Ileny enfatiza alguns pontos a serem observados. ?Primeiramente, decorar casas, ruas, vitrines é uma maneira de expressar o período que estamos passando e de demonstrar que espírito natalino se faz presente naquele ambiente. As cores mais utilizadas para decoração natalina são o verde, o vermelho e o dourado representando a esperança e a luz da vida. Os símbolos mais utilizados são os papais-noéis, velas e sinos representando o nascimento do menino Jesus?, destaca.