AGOSTO LILÁS

Pelo fim da violência contra a mulher

  • Folha do Oeste -

Infelizmente, os índices de violência contra a mulher ainda são alarmantes tanto no país como na região. Este cenário reforça a importância de que todas as pessoas se engajem nesta luta contra a violência, e para chamar a atenção da comunidade sobre o assunto, neste mês é celebrado o Agosto Lilás, com o propósito de conscientizar, prevenir e alertar a comunidade com relação à violência doméstica contra a mulher. Um mês em que também é intensificada a divulgação da Lei Maria da Penha, os canais de denúncia, e os serviços de atendimento a este público.

De acordo com a delegada da Dpcami (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idosos) de São Miguel do Oeste, Lisiane Junges, pesquisas divulgadas recentemente apontam que os índices de violência contra a mulher ainda são altos. Segundo ela, a Dpcami recebe registros diariamente e os índices mostram que as estatísticas são sempre crescentes. "Temos a violência física, a violência psicológica, mas temos também bastante registros de violência sexual e patrimonial. É importante a mulher se identificar como vítima de um relacionamento abusivo, este é um primeiro passo, e a partir disso já procurar o auxílio de uma pessoa ou instituição que confia para definir o melhor encaminhamento", destaca.

Conforme Lisiane, este alto número de casos registrados também pode ser considerado na hipótese das mulheres estarem acionando mais a Polícia, estarem solicitando mais intervenção para os casos de violência que sofrem.

Desta forma, é importante que os órgãos voltados para essa atuação, como por exemplo, a Polícia Civil, estejam sempre engajados em movimentos e campanhas para levar para a comunidade, que não aceita mais a prática da violência, seja em ambiente doméstico, seja familiar, em nível de relacionamentos, porque há respostas para este tipo de comportamento, e essas respostas são eficientes, efetivas, e promovem a segurança da mulher.

Lisiane ainda reforça que as mulheres têm apoio e é importante que façam a denúncia. "A mulher não pode esquecer que se ela não manifestar a situação de submissão, de violência, que ela está enfrentando, essa situação vai continuar, e ela tende a se agravar, e é esse o ponto que a gente cuida, e que insiste que não aconteça. A mulher precisa falar sobre a violência que sofre, precisa buscar apoio, para definir qual é a melhor estratégia de resolver", enfatiza.

A delegada informa que na Dpcami existe uma equipe especializada no atendimento de mulheres nesta situação. A Delegacia funciona das 12h às 19h, e também atende em sobreaviso. "As mulheres podem nos procurar, que é a Dpcami que encaminha as medidas protetivas de urgência, por exemplo, e quaisquer outros encaminhamentos que se mostrem pertinentes a depender do relato que a mulher nos traz. O recado é procurem ajuda no órgão e através da pessoa que mais sente confiança, porque há instrumentos suficientes para proteger a mulher sim. E o pedido é que toda a comunidade se envolva nesta luta contra a violência", destaca. A delegada cita que é importante que homens se engajem, o setor público se engaje, e que a comunidade e sociedade civil entrem neste debate.



União pelo combate à violência

Para celebrar os 15 anos da Lei Maria da Maria e enfatizar o combate à violência contra a mulher, na manhã de sábado, dia 7, integrantes do Comdim (Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres), em conjunto com a Polícia Civil, Polícia Militar, Assistência Social e parceiros realizaram uma ação de colocação de placas nas cidades, ressaltando a importância e necessidade do respeito com as mulheres, bem como informando os canais de denúncia e apoio disponíveis. O grupo ainda esteve reunido  em frente à Dpcami. Na avaliação da delegada, a integração de órgãos, juntos participando do movimento, mostra um amadurecimento bastante positivo no município com relação a este tema.

Conforme a representante da Polícia Militar e da Rede Catarina de Proteção a Mulher do 11º Batalhão de Polícia Militar, soldado Antônia Somavilla, a prevenção é muito importante, para que a sociedade se conscientize, pois muitas mulheres ainda sofrem violência doméstica. "Nós precisamos combater este tipo de violência que cresce mais a cada dia. Estamos engajados para prevenir e combater este tipo de violência", afirma. 


Comdim pede por consciência e respeito

De acordo com a segunda secretária do Comdim e coordenadora do MMTU (Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas), Sandra Bataglin, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, mesmo durante a pandemia, continuou se reunindo e fazendo atividades on-line na maior parte, sempre enfatizando que a sociedade, de modo geral, não se cale e denuncie  qualquer tipo de violência.

"Não temos nada contra homens ou mulheres, somo contra quem é agressor. Os agressores precisam se conscientizar e se sensibilizar que isso não ajuda e não melhora a sociedade como um todo, e nem a sua própria vivência. O Conselho vem buscando fazer com que a sociedade tome consciência dos direitos, pois todos querem uma vida melhor para estar convivendo", cita.

Sandra lembra que o Agosto Lilás tem esse propósito de chamar a atenção da população. "Que ninguém sofra sozinho, venha buscar ajuda, venha até os órgãos públicos e o Conselho, para poder sair dessa violência. Queremos que as vidas das famílias se tornem melhor", aponta. Sandra ressalta que o programa Basta está sendo referência em todo o Estado, para que o homem possa mudar a sua atitude e se conscientizar disso.

"Toda a comunidade pode e deve se envolver nesta luta contra a violência. Antigamente, tínhamos o ditado que dizia que em briga de mulher não se mete a colher. Isso deixava que a mulher ficasse sozinha, então se mete a colher sim, para salvar a vida mulher", declara.

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