São Miguel do Oeste viveu na última sexta-feira, dia 18, um dos maiores eventos culturais já realizados no município, o Festival Municipal de Teatro

De acordo com a secretária de Cultura, Lazer e Turismo, Maria Tereza Capra, o 9º Femute (Festival Municipal de Teatro) há muitos anos ocupava uma semana inteira de apresentações.

“Tínhamos apresentações teatrais todas as noites, as quais eram divididas em várias categorias, o festival era o ponto alto da cultura em São Miguel do Oeste, porém, de alguns anos para cá, houve uma queda imensa na produção teatral”, relata.

Capra destaca que o compromisso do governo e da sociedade é acima de tudo promover o resgate da cultura em todas as suas formas de manifestações artísticas. “O resgate da cultura acontece quando existe trabalho, dedicação e muito amor por parte daqueles que tem essa responsabilidade, que assumem esse compromisso, e com certeza nós não teríamos condições de fazer um festival municipal de teatro se não tivéssemos uma oficina de teatro na secretaria”, destaca.

Somente quem participou do 9º Femute pode saber a emoção que é ver uma atuação, e o nível de crítica contida nas peças, desde a produção, atuação, a desenvoltura de crianças tímidas, mas que no palco se transformaram em verdadeiros atores e atrizes.
Para a professora da oficina de canto e jurada, Celly Pacheco Silva, o Femute superou as expectativas de apresentações.

“Sabemos que as crianças e adolescentes que aqui estiveram são leigos, e nós enquanto jurados assistimos grandes apresentações e percebemos a superação do medo por parte dos alunos ao se apresentarem em público”, comentou.

Celi reforça que as peças tiveram um ótimo nível de interpretação crítica e técnica, com um bom aproveitamento do espaço cênico. “Com certeza isso nos deixa muito feliz, a arte como um todo é importante para a formação de um ser crítico, independente, que acredita em alguma coisa e vai em busca disso.

O teatro é uma dessas formas de você estar na busca da sua identidade, de não ser um sujeito alienado, e nesse sentido, nós assistimos a peças que justamente buscam textos e temas muito concisos, sabemos também que para chegar a esse nível de apresentações eles tiveram que realizar pesquisas e isso é muito importante para formar o pensamento dessa molecada, desses adolescentes”, explica.

Para o professor e pai, Silvestre Wicroswski, a participação dos pais nas atividades culturais que os filhos desenvolvem é de suma importância para fortalecer os vínculos familiares e relevante como conduta de apoio à cultura.

“Nossos filhos passam o ano todo ensaiando, procurando fazer o melhor e o nosso papel é prestigiar o trabalho deles, assistindo as peças como forma de incentivo e demonstração de nossa alegria em vê-los atuando. Sabemos que eles destinam muito tempo ao estudo das peças, desde o processo de memorizar, decorar e interpretar os textos. O teatro é uma forma de fazer com que a criança se concentre e supere seus limites”, avalia Silvestre.

A aluna e atriz Laura Gozin, participa da oficina de teatro da Cultura há cerca de dois anos. Ela destaca que fazer teatro é adquirir capacidade para vencer o medo de se apresentar em público. “Antes eu sentia muita vergonha, mas agora me sinto bem mais tranquila para atuar, me sinto feliz, pois estou fazendo algo que interessa a mim e às outras pessoas.

É sempre bom aprender coisas novas e nós temos isso no teatro. Hoje, por exemplo, a gente apresentou uma peça sobre o bullyng. Fizemos um encerramento no final da peça onde há uma superação desse preconceito, assim, a gente quer transmitir que esse tipo de coisa não pode mais acontecer no nosso meio”, concluiu.

Vencedores - Período vespertino

Categoria Juvenil: Escola Estadual Básica São Miguel.
Peça: “Cale-se, Cale-se”.

Categoria Infantil: Escola Ema Balke.
Peça: “O menino sem cor”.

Vencedores - Período Noturno

Melhores da noite:
Grupo “Hey”

Companhia de teatro “Entre Aspas”

Melhor Espetáculo:
Peça: “O escritor e o editor”

Melhor Atriz: Iara Soldi
Melhor Ator: Edson Furman

Melhor Trilha Sonora:
Peça: “Depoimento de um soldado no Iraque”

Melhor Figurino:
Peça: “O escritor e o editor”