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Poluição aumenta risco de declínio cognitivo, revela estudo da Universidade de Cambridge

Ficar exposto à poluição atmosférica por longos períodos pode elevar o risco de declínio cognitivo e demência. É o que mostra uma ampla revisão de estudos publicada na revista The Lancet, conduzida pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em parceria com outras instituições internacionais.
O levantamento analisou 51 estudos observacionais, envolvendo 26 milhões de participantes, a maioria de países de alta renda, para entender melhor o impacto da poluição na saúde cerebral.
Três poluentes estão diretamente ligados à perda cognitiva
A pesquisa identificou uma forte associação entre a exposição prolongada a três poluentes e o maior risco de declínio cognitivo:
Material particulado – pequenas partículas emitidas por veículos, indústrias e queimadas;
Dióxido de nitrogênio (NO₂) – resultante da queima de combustíveis fósseis;
Fuligem – partículas de carbono suspensas no ar.
Essas substâncias não afetam apenas os pulmões. Segundo os pesquisadores, elas estão ligadas a processos de neuroinflamação, que podem acelerar o surgimento de doenças como Alzheimer.
Como a poluição afeta o cérebro
A geriatra Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que as partículas poluentes podem causar inflamação no sistema nervoso central, facilitando o acúmulo de placas beta amiloide — associadas ao Alzheimer.
Além disso, esses poluentes podem provocar alterações vasculares, contribuindo para a formação de placas de ateroma e microinfartos cerebrais.
“Esses microinfartos ocorrem em pequenas artérias. Por isso, a pessoa não percebe imediatamente, mas eles podem levar à perda de memória e outros sintomas cognitivos ao longo do tempo”, detalha a especialista.
Prevenção e medidas para reduzir riscos
Os autores do estudo sugerem que políticas públicas voltadas à redução da poluição poderiam contribuir para a queda das taxas de demência no mundo, trazendo benefícios para a saúde e para a economia.
Entre as recomendações estão:
- Investir em transporte público de qualidade para reduzir o número de veículos nas ruas;
- Ampliar o uso de fontes renováveis de energia;
- Criar e preservar áreas verdes nas cidades;
- Reduzir o uso de combustíveis fósseis.
No nível individual, pequenas mudanças de hábito, como optar por caminhar ou pedalar em trajetos curtos e descartar resíduos de forma correta, também ajudam a diminuir a emissão de poluentes e proteger a saúde cerebral.

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