Monitora Milho SC indica infestação controlada de cigarrinhas-do-milho |
Monitora Milho SC indica infestação controlada de cigarrinhas-do-milho
O levantamento realizado entre os dias 3 e 10 de novembro aponta que a média estadual de cigarrinhas-do-milho é de oito insetos por armadilha. Este número é considerado baixo pela pesquisadora da Epagri/Cepaf, Maria Cristina Canale, responsável pelo programa Monitora Milho SC. Maria Cristina destaca que os índices controlados de infestação do inseto durante a safra 2025/26 apontam para um bom manejo realizado pelos produtores.
A pesquisadora explica que a maioria das lavouras em Santa Catarina estão entre os estádios V8 e R5, com alguns plantios já na fase final do ciclo reprodutivo, tendo ultrapassado a fase crítica para a infecção com os patógenos dos enfezamentos, que ocorre no período inicial, entre a fase vegetativa e V8. “O impacto na produtividade de plantas já desenvolvidas é consideravelmente menor, pois o tempo disponível para que os patógenos se disseminem e provoquem danos é reduzido em plantas maduras. Assim, infecções tardias causam perdas mínimas de produção”, diz Maria Cristina.
O exame de PCR, realizado no laboratório da Epagri, em Chapecó, detectou a presença da bactéria espiroplasma do enfezamento pálido em amostras coletadas nos municípios de Guatambu e Campo Erê, além da presença dos vírus em cigarrinhas de Planalto Alegre e Mafra. A pesquisadora também chama a atenção para o aumento populacional observado nas últimas semanas na região Extremo Oeste e também no Planalto Norte, especialmente em Mafra. Segundo ela, esse crescimento se deve ao estágio avançado dos plantios nestas regiões.
A recomendação para os produtores com lavouras ainda na fase vegetativa é adotar o manejo integrado, utilizando inseticidas de contato e sistêmicos. Sempre que possível, esse manejo deve ser aliado ao uso de produtos biológicos, visando controlar tanto os insetos em migração para a lavoura quanto a reprodução das cigarrinhas-do-milho.
O programa Monitora Milho SC coleta e divulga semanalmente informações levantadas em 55 lavouras distribuídas em todo o Estado de Santa Catarina, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos.
O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC, uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. O Programa Monitora Milho SC se destaca como uma das principais iniciativas científicas da Epagri, conquistado reconhecimento em diversos eventos nacionais e internacionais. Sua metodologia tem servido de referência para ações similares em outros estados brasileiros e até para o exterior.
Informações atualizadas para os produtores
A pesquisadora Maria Cristina Canale, do Cepaf (Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar) da Epagri, explica que as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, nós observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive aqui em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, ressalta.
Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista na Epagri/Fapesc
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