Agronegócio

Juros menores podem dar fôlego ao agronegócio e impulsionar exportações em 2026

Juros menores podem dar fôlego ao agronegócio e impulsionar exportações em 2026
Foto: aleksandarlittlewolf

O agronegócio brasileiro é um dos setores que mais cresce no país. Em duas décadas, o PIB do agro saltou de R$ 533 bilhões, em 2004, para R$ 2,72 trilhões em 2024, segundo dados do IBGE. Apesar do avanço, a alta dependência de crédito e a forte alavancagem pesam em períodos de juros elevados, como o que o Brasil enfrenta atualmente.

Especialistas avaliam que a partir de 2026 o Banco Central deve iniciar cortes na Selic, hoje em 15% ao ano. Mesmo que a redução seja gradual, a queda dos juros tende a aliviar custos financeiros e destravar projetos de modernização e expansão no campo.



“Todas as companhias do agro têm característica de crescimento, então é natural que juros mais baixos as favoreçam”, explicou Antonio da Luz, economista-chefe da Ecoagro.


Impactos esperados no setor

De acordo com Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora, a redução no custo de crédito pode viabilizar projetos parados, como ampliação de áreas de plantio e investimentos em tecnologia. Além disso, o movimento pode aumentar o apetite de investidores por empresas listadas em bolsa.

O histórico de ciclos de juros mostra que o agro costuma reagir positivamente após cortes. Em 2009, por exemplo, o setor chegou a disparar mais de 74% em 12 meses após a queda da taxa. Já em 2023, mesmo com cortes, o setor recuou, pressionado pela queda nos preços das commodities.

Perspectivas para soja e milho

A safra de 2026 ainda será colhida sob juros altos, mas especialistas apontam que os impactos mais significativos devem aparecer em 2027. O cenário global também deve favorecer o Brasil: os EUA e a Argentina devem reduzir a oferta de soja, enquanto a demanda chinesa deve puxar as exportações brasileiras para uma alta de 10% em 2026.

No milho, a expectativa é de estoques reduzidos, sustentando preços em patamares elevados em relação a 2025.

Empresas que podem se destacar

Para investidores conservadores, Mollo recomenda companhias com balanços sólidos, diversificação geográfica e disciplina de capital. Já para perfis de longo prazo, os preços descontados podem ser oportunidade de compra.

Entre os destaques do setor:


Frigoríficos: JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que devem se beneficiar mais da queda dos juros por serem empresas alavancadas.

Agrícolas e alimentos: SLC Agrícola (SLCE3), Boa Safra (SOJA3), Três Tentos (TTEN3) e M. Dias Branco (MDIA3), companhias com endividamento controlado, mas que ainda sentem os efeitos da política monetária.

Fonte: Infomoney


Soja: taxas para navios chineses nos EUA podem afetar exportações do Brasil Anterior

Soja: taxas para navios chineses nos EUA podem afetar exportações do Brasil

Novo estudo aponta tratamento capaz de prevenir a volta do câncer de mama Próximo

Novo estudo aponta tratamento capaz de prevenir a volta do câncer de mama

Deixe seu comentário