Inadimplência em Santa Catarina bate recorde e supera média nacional |
Inadimplência em Santa Catarina bate recorde e supera média nacional
A inadimplência das famílias catarinenses chegou a 31,5% em agosto, segundo a PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela Fecomércio SC e pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). Esse é o maior percentual registrado desde o início da série histórica, em 2010.
Pela primeira vez desde março de 2020, Santa Catarina ficou acima da média nacional, que também bateu recorde, atingindo 30,4% das famílias com contas em atraso.
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Juros altos e inflação pressionam orçamentos
Para o presidente da Fecomércio SC, Hélio Dagnoni, o resultado é consequência direta do cenário econômico atual.
“O resultado é reflexo dos juros altos praticados atualmente no país. A Selic está em 15%, o maior patamar em quase 20 anos. Somado a isso, enfrentamos uma inflação acima da meta estabelecida pelo Banco Central”, explica Dagnoni.
Famílias de menor renda são as mais impactadas
O levantamento aponta que 38,8% das famílias com renda de até dez salários mínimos estão inadimplentes, percentual bem acima da média geral.
Outro dado que preocupa é o número de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas futuras, que subiu para 9,1%, superando a média histórica de 8,6%.
Endividamento cai levemente, mas cartão de crédito preocupa
Segundo a economista da Fecomércio SC, Edilene Cavalcanti, o endividamento geral caiu de 71,8% para 71,5% em agosto, embora a média nacional seja de 78,8%.
“O endividamento, por si só, não é algo necessariamente ruim. Quem financia um imóvel, por exemplo, está endividado, mas está adquirindo um patrimônio. O problema é quando as contas não são pagas — o que configura inadimplência”, explica Edilene.
O cartão de crédito segue como principal fonte de dívida entre os catarinenses. Em agosto, 82,8% das famílias endividadas tinham pendências no cartão — um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao mês anterior.
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