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Depois da enchente, a seca maltrata o solo e as plantas
falta de chuva é visível pelo estado em que se encontram as plantações
No município de Bandeirante, o prefeito decretou situação de emergência ainda na quarta-feira, dia 25, devido às perdas decorrentes da estiagem prolongada. O prefeito José Berti alerta que as perdas na agricultura são grandes e na produção leiteira alcança 30%. Um documento à Secretaria Estadual da Agricultura foi elaborado e encaminhado pedindo abono de 50% sobre os valores de empréstimos contraídos no programa Troca-Troca de Sementes, devido às perdas nas lavouras de milho, e a solicitação de máquinas do Estado para garimpagem de novas fontes de água.
Bandeirante - "O problema da falta de água que estamos tendo em nosso município talvez é o mais sério da região", afirma o secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Dirlei Bertocchi.
Ele destaca que este problema é histórico em Bandeirante. Bertocchi lembra que foram solucionados alguns problemas que eram mais graves do que hoje. "Entre 2001 e 2002, na seca que teve, distribuimos água para um total de 110 famílias e após a implantação de projetos de proteção de fontes em cinco comunidades, reduzimos estes números para em torno de 15 famílias, as quais são atendidas até hoje, porém, este número está aumentando, pois famílias que nunca tiveram este problema, estão tendo", declara.
Na atualidade, o secretário comenta que são buscados recursos junto ao Governo Estadual e Federal para executar mais cinco projetos de proteções de fontes. "O Governo Federal bloqueou R$ 124 mil, oriundos do Pronaf que seriam destinados para nós. Agora estamos correndo atrás destes recursos. Enquanto isso, estamos abrindo fontes e bebedouros, com prioridades para as famílias que tem o problema mais sério".
Os prejuízos na produção de leite, grãos e fumo também são grandes. Bertocchi salienta que praticamente todas as culturas tiveram prejuízos. "Foram cerca de 35% na produção de leite, em lavouras de milho, dependendo do estágio em que se encontram, os números chegam a até 80%", revela.
O prefeito José Carlos Berti (PMDB) friza que nos últimos 45 dias não houveram mais chuvas para contemplar as vertentes e isso está acarrentando problemas nas propriedades que ainda não receberam os trabalhos de melhoramento da captação de água. "Já atendemos cerca de 200 pedidos de água para as propriedades, sendo que mais de 40 propriedades foram atendidas com nossos serviços de garimpagem de água com as duas retroescavadeiras", comenta.
Berti reconhece que o município vive uma nova crise no abastecimento de água e por isso, ele pede para o munícipe economizar água, principalmente na cidade. "O rio Bandeirante secou e não sabemos por quantos dias o depósito de água irá suportar a demanda das 200 famílias abastecidas na cidade. Peço que não lavem calçadas, veículos e tenham cuidado nas torneiras, para não gastar este líquido, que certamente fará falta", avisa.
Na barragem de captação, é possível ver os peixes, principalmente os lambaris, encurralados em pequenas poças de água no leito do rio. o funcionário Gilberto Basso, que trabalha há 13 anos no local, disse que nunca neste período as águas baixaram tanto.
Bandeirante tem sofrido muito nos últimos meses com as adversidades climáticas. Para se ter uma idéia, nas cheias de dezembro, todas as pontes sobre o rio das Flores foram praticamente destruídas pelo excesso de chuva e agora, o que veio em abundância no final de 2003 está fazendo falta. "Fomos pegos pela seca. O nosso agricultor já nos procurou para fazermos um documento a nível de Estado. Já o fizemos pedindo o abatimento de 50% do troca-troca do governo e decretamos situação de emergência na última quarta-feira. Queremos que o governo se sensibilize e nos mande recursos, principalmente para a preservação da água, porque queremos fixar o homem no campo", finaliza Berti.
Volume de água do rio das Flores garante abastecimento em Paraíso
Paraíso - O prefeito Enio Reckziegel reuniu-se com vereadores e membros da Comissão Municipal de Defesa Civil, na quinta-feira, dia 26, quando foi revelado um quadro assustador a respeito das perdas com a estiagem dos últimos dias. Tal fato levou a decretação de situação de emergência, considerada em todas as 15 comunidades.
Segundo o prefeito, em algumas lavouras de milho da safrinha, as perdas chegam a 100% e há perspectivas de perdas ainda maiores se a situação persistir.
Reckziegel revela que, somente para o assentamento Três Passos, a comunidade mais prejudicada, são entregues diariamente 48 mil litros de água no local.
O município já solicitou ao Governo do Estado, através da 1ª Secretaria de Desenvolvimento Regional, a vinda de um caminhão pipa para ajudar na distribuição de água e máquinas para perfuração de poços em algumas comunidades onde a situação é mais crítica.
Já a sede do município, ao contrário do interior, não terá dificuldades com falta de água, acredita o prefeito, porque é abastecida com água do rio das Flores, através da Casan.
Na oportunidade também será encaminhado ofício ao grupo de agricultores, que possuem um trator e o mesmo está parado necessitando de manutenção já há quatro anos. Neste caso, o prefeito adianta que a máquina poderia ser cedida à prefeitura para utilização na abertura de vertentes e açudes em comunidades do interior.
Município de Belmonte também é castigado pela falta de chuva
Belmonte -
Há cerca de dois meses não há significativa precipitação de chuva em Belmonte. O município também está sofrendo com a falta de água, principalmente em pontos isolados do interior. Conforme o secretário de Agricultura, Aldo Dalmonte, para enfrentar este problema está sendo providenciada a ampliação de redes de água em algumas comunidades. Mas, segundo ele, as dificuldades só serão superadas com chuvas de média e grande intensidade.Muitos dos produtores apostaram na safrinha para fazer o armanezenamento de silagem e ter, no inverno, o milho para alimentação do gado leiteiro. Com as perdas na plantação, estes produtores terão prejuízos para alimentar o rebanho nesta época. Outra aposta dos agricultores foi o plantio de soja, que aumentou devido ao bom preço pago pela produção e esta é uma das culturas que mais está sofrendo.
A falta de chuva reflete-se nas nascentes, que estão baixando de nível muito rapidamente. O rio Tabajara, que passa pelas linhas Müller e Peperi e serve como fonte de água para muitas famílias, é um bom exemplo disso. Mas a falta de água não atinge apenas os moradores do interior, os da cidade também podem ser atingidos. O fornecimento às residências da área urbana já é controlado e pode haver falta de água caso não chova nos próximos dias. Numa reunião do dia 26, com a participação da Comissão da Defesa Civil, foi decretada a situação de emergência no município
O agricultor Alexandre Kosvoski, é um exemplo da preocupação dos moradores do campo. Em sua propriedade, na linha São Jorge, grande parte da produção de milho e soja foi perdida. Devido a situação, o produtor também não pode classificar o fumo, completamente seco. "Agora é esperar a chuva e ver se o governo dá uma mão", conforma-se Kosvoski, que calcula que 30% de sua produção já foi perdida.
Antonio Strack é outro produtor que enfrenta problemas. Para amenizar a situação, como os demais agricultores com dificuldade, ele recebe água da prefeitura, mas apenas para consumo familiar e dos animais. Strack planta seis hectares de milho em sua propriedade e já calcula que metade da produção não pode mais ser salva e isto na melhor das possibilidades. Caso não chova nos próximos dias, o agricultor já considera a perda total da colheita.
Poços artesianos salvam comunidade
Barra Bonita - O município ainda não está passando por uma situação crítica devido a falta de chuvas. O secretário de Agricultura, Claudimir Dassi ressaltou que Barra Bonita tem uma vantagem em relação aos demais, pois existe bastante água, principalmente na parte baixa. "É lógico que temos problemas, com pedidos para a abertura de bebedouros para animais. Ainda não recebemos pedidos da falta de água para o consumo humano. A maior perda são com as plantas", comenta.
As pastagens para o gado leiteiro estão sendo muito prejudicadas e existe uma conseqüente queda da produção leiteira.
"O milho da safrinha e o feijão também são muito afetados. Os fumos que estão estocados nos galpões não podem ser manuseados, pois as folhas estão muito secas e está faltando umidade para a classificação e enfardamento da produção", diz o secretário.
Algumas pancadas de chuvas que ocorreram nos últimos dias, amenizaram um pouco a situação, mas conforme Dassi, não resolveu o problema.
"Dependendo da quantidade e se não chover mais, existe a possibilidade de decretarmos estado de emergência. Felizmente temos poços artesianos em todas as comunidades, alguns já instalados e outros em partes. O pessoal também pode pegar água nos próprios poços, que são jorrantes", finaliza o secretário.
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