LUTO

Pelé, o Rei do Futebol, morre aos 82 anos

  • Divulgação CBF -

O maior ídolo do futebol mundial morreu nesta quinta-feira, dia 29, em São Paulo. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, 82 anos, faleceu no Hospital Albert Einstein. O Rei do Futebol foi diagnosticado em 2021 com um câncer no cólon e teve o óbito confirmado nesta tarde em decorrência do problema, com múltipla falência dos órgãos.

A morte do ídolo é a mais triste notícia informada pela CBF desde a sua fundação há 108 anos. Por causa da morte de Pelé, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, decretou luto oficial por sete dias. “Estou profundamente emocionado com a partida do Pelé. A CBF fará todas as homenagens possíveis ao maior atleta de todos os tempos. Pelé é eterno e vamos trabalhar sempre para preservar a sua história e perpetuar o seu legado", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

O maior jogador do futebol mundial nasceu no dia 23 de outubro de 1940, em Três Corações, Minas Gerais. Ele é o único atleta a conquistar três Copas do Mundo na carreira. Com suas belas jogadas e mais de mil gols na carreira, Pelé é o responsável pela popularização do futebol no mundo e se tornou mais que um ídolo do futebol mundial.


Pelé na seleção em números

Seleção Brasileira (de 1957 a 1971)

Jogos: 113

Gols: 95

84 vitórias, 15 empates e 14 derrotas

Títulos: Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970), Copa Roca (1957 e 1963), Taça do Atlântico (1960), Taça Oswaldo Cruz (1958, 1962 e 1968) e Taça Bernardo O'Higgins (1959).


O sonho de menino

A relação de Pelé com o futebol começou quando ele era apenas um menino. Pouco antes de fazer dez anos de idade, assistiu à tristeza de seu pai, Dondinho, com a derrota do Brasil na final da Copa do Mundo de 1950. Disposto a consolar o pai, que também foi jogador, prometeu que buscaria o tão sonhado título mundial dentro de campo. E realmente o fez, oito anos depois.

Na infância, a família do jogador mudou-se para Bauru, no interior de São Paulo. Pelé ajudava em casa como podia. Vendeu amendoins, engraxou sapatos (sua caixa de engraxate é um de seus orgulhos e peça fundamental em seu museu) e, aos 16 anos, foi para Santos, onde começou a carreira profissional.

O caminho para a história começou no ano de 1957. Convocado por Vicente Feola, Pelé era uma aposta do treinador para a disputa da Copa Roca, tradicional torneio amistoso entre Brasil e Argentina. Aos 16 anos de idade, Pelé fez sua estreia com a camisa da Seleção no Maracanã em uma derrota. O Brasil perdeu por 2 a 1 para a Argentina, mas Pelé deixou sua marca. O jovem entrou aos 20 minutos do segundo tempo e marcou pela primeira vez com a Amarelinha, empatando a partida.

Superado no primeiro jogo, o Brasil reverteu a desvantagem na partida seguinte, com mais uma boa atuação do Rei. Pelé marcou um dos dois gols da Seleção na vitória por 2 a 0 no Morumbi, que garantiu o título da Copa Roca, o primeiro dele com a Seleção Brasileira.


A primeira estrela na Suécia

Um ano mais tarde, Pelé foi à Suécia para disputar a sua primeira Copa do Mundo. Com apenas 17 anos, o jovem mostrou muita maturidade e um futebol de gente grande entre adversários muito complicados. Sua estreia foi justamente na terceira partida do Brasil. O meio-campista se lesionou em um jogo preparatório contra o Corinthians, ainda no Brasil, e só pôde estrear na última rodada da fase de grupos. Diante da União Soviética, de Lev Yashin, a Seleção Brasileira precisava vencer para garantir a vaga no mata-mata.

Dentro de campo, o Brasil justificou a espera de Feola por Pelé. Ao lado de Garrincha e Didi, o jovem transformou a Seleção em uma verdadeira máquina de jogar futebol e liderou a equipe a uma convincente vitória por 2 a 0, com direito a bola na trave e passe para o segundo gol de Vavá, que fechou o placar. Nas quartas, o Rei marcou o seu primeiro gol em Copas do Mundo, decidindo o confronto contra País de Gales, vencido por 1 a 0.

Se Pelé já estava bem, a semifinal foi ainda melhor. Contra a França, do artilheiro Just Fontaine, ele marcou três vezes e conduziu o Brasil a uma categórica goleada por 5 a 2. Oito anos após ver seu pai chorar em casa, o jovem de Três Corações estava na final da Copa do Mundo. Na decisão, contra a seleção da casa, a Suécia, Pelé voltou a balançar as redes. Foram dois gols em mais um triunfo por 5 a 2, que deu ao Brasil o primeiro título mundial de sua história.


O milésimo gol

Entre uma Copa e outra, Pelé conquistou inúmeros títulos com a camisa do Santos, clube que o revelou e pelo qual jogou a maior parte de sua carreira. Foi pelo Peixe que o Rei se sagrou bicampeão da Conmebol Libertadores e do Mundial Interclubes, em 1962 e 1963. Pelo clube da Baixada Santista, ainda conquistou títulos nacionais e viveu um momento único no Maracanã. Em 1969, diante de quase 200 mil pessoas, o Rei marcou o seu gol 1000 na carreira.


A despedida como profissional

Mesmo com apenas 31 anos, Pelé deu adeus à Amarelinha em 1971. Diante de um Maracanã lotado, o Rei esteve na Seleção Brasileira que enfrentou a Iugoslávia no dia 18 de julho. O jogo terminou em um empate por 2 a 2, com gols de Gerson e Rivellino. Mas o resultado foi a menor notícia da partida, marcada pela aposentadoria do Rei Pelé. Conhecido por ter um preparo físico notável, ele poderia até mesmo ter estendido sua trajetória com a Seleção, mas preferiu encerrá-la em uma nota alta. Foi assim que o próprio definiu essa decisão uma semana antes, no dia 11 de julho de 1971. Naquele dia, o Brasil enfrentou e empatou com a Áustria por 1 a 1 no Morumbi, em São Paulo.

Pelé marcou o último de seus 95 gols com a camisa da Seleção. Diante dos vários pedidos para que ficasse até a Copa do Mundo de 1974, Pelé justificou sua decisão de dar adeus à Seleção em um grande momento. “Saio agora, quando todo mundo quer que eu fique. Seria muito triste sair quando todos acharem que está na hora", disse em entrevista, ainda no Morumbi.


A última vez em 1990

No gramado do Giuseppe Meazza, em Milão, Pelé foi visto pela última vez em campo com uma camisa da Seleção Brasileira. Em amistoso comemorativo pelos 50 anos do Rei, a Seleção, que era treinada por Paulo Roberto Falcão, mediu forças com um combinado do Resto do Mundo, que tinha estrelas como Marco Van Basten, Hristo Stoichkov e George Hagi. O Brasil perdeu por 2 a 1, mas a grande memória desta noite ficou mesmo para Pelé, que deixou o gramado ovacionado pelos torcedores presentes. Como curiosidade, aquela foi a primeira e única vez que o Rei vestiu a braçadeira de capitão do Brasil.


Estátua no Museu Seleção Brasileira

No início deste ano, para marcar os 50º aniversário do tricampeonato mundial de 1970, Pelé ganhou uma homenagem especial da CBF. A entidade maior do futebol brasileiro encomendou uma estátua de cera em tamanho real, com medidas baseadas no próprio Rei, para eternizá-lo no Museu Seleção Brasileira. A peça, que fica exposta no museu, no Rio de Janeiro, foi apresentada a ele em fevereiro deste ano, no Guarujá, na casa de Pelé.


Fonte CBF

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