Tania Bortoluzzi

  • Folha do Oeste -

Tania Bortoluzzi

Winston-Salen, Carolina do Norte - EUA

Fora do Brasil há três anos

Casada com um norteamericano

Possui um filho

 

Folha do Oeste diz:

Tânia, por que morar nos EUA?

 

Tania diz:

Vim morar aqui porque me casei. Conheci meu marido no Brasil num curso do IBGE, onde eu trabalhava. Conversamos pelo Skype e depois de trocar os primeiros e-mails, ele me fez largar tudo e vir pra cá. Começamos a namorar até que deu nisso, hehe. Meu marido é professor universitário.

 

Folha do Oeste diz:

Trabalhas com o que?

 

Tania diz:

Sou pintora desde meus 13 anos. Faço isso agora. A cidade que vivemos é considerada a cidade das artes. Tenho participado de muitas exposições de artes. Até participei de um concurso nacional e fui classificada. O Folha do Oeste publicou. Mas quero voltar a trabalhar e conviver melhor com os americanos e conhecer a cultura deles, que é muito diferente da nossa.

 

Folha do Oeste diz:

Por falar em cultura, o que mais você percebe de diferente, quanto ao Natal?

 

Tania diz:

Nossa, são tantas. Uma das coisas que tenho percebido é que todas as casas têm pinheirinho de Natal natural. Quando cheguei me surpreendi com isso. Existem terrenos inteiros com árvores cortadas que eles vendem. São raros os que utilizam árvores artificiais. 

Tânia diz:

Então passeei à noite para observar melhor. Eles enfeitam as árvores com luzes. Todas as janelas das casas possuem um tipo de vela elétrica que ficam ligadas toda noite. Nas portas e janelas eles colocam as guirlandas com tope vermelho. Eles enfeitam muito as casas, por dentro e por fora. Ah! Também colocam bolas coloridas nas árvores.

 

Folha do Oeste diz:

O que mais?

 

Tania diz:

Do mesmo jeito que eles colocam as guirlandas nas janelas, colocam nos carros. Uma coisa muito engraçada de ver são os carros com as ?renas? e com uma bolinha vermelha na frente.

 

Folha do Oeste diz:

E o comércio, como funciona?

 

Tania diz:

Todas as lojas que vamos, tocam músicas de Natal o tempo todo. É até chato, hehe. Também existem algumas rádios que só tocam música de Natal. Observei nos shoppings que eles possuem um Papai Noel para fotografar com as crianças. Mas no Brasil é muito mais bonito e enfeitado.

Tânia diz:

Uma coisa que se vê pouco é o chocolate. Não tem muito. Vi alguns Papais Noéis, mas quase nada. Eles também vão muito à igreja.

 

Folha do Oeste diz:

Que religião predomina aí na Carolina do Norte?

 

Tania diz:

A Igreja Batista. Nossa cidade possui cerca de 500 mil habitantes, a maioria é batista. Não tem muito católico, nem judeu. Os americanos, na maioria, são ?baptist?. Igreja católica, só tem três aqui, hehe.

 

Folha do Oeste diz:

E as tais noites natalinas, são como vemos nos filmes?

 

Tania diz:

Sim. É como a nossa. Já passei o Natal com americanos. As pessoas normalmente são convidadas e cada um leva um prato de comida e uma garrafa de vinho.

 

Folha do Oeste diz:

Vinho?

 

Tania diz:

Sim, pois aqui é inverno e tudo é dentro de casa.

 

Folha do Oeste diz:

E o prato mais tradicional servido na ceia, qual é?

 

Tania diz:

Fazem peru enfeitado com outras comidas diferentes que não são como as nossas. Usam muito doce e salgado juntos. Sempre tem bastante fruta, principalmente uva e morango. Também comem amêndoas, castanhas e frutas secas. Eles costumam ter, no Natal, um ponche, que eu tomava nas festas de adolescente. Normalmente tem um pouco de álcool, mas se for festa de criança, é sem.

 

Folha do Oeste diz:

Em casa ou no trabalho, fazem amigo secreto?

 

Tania diz:

Nas empresas não fazem. Mas fazem entre amigos. Todas as empresas fazem um jantar para funcionários, ou então, um almoço de confraternização. Uma coisa que não existe aqui, é foguetório. Nem no Natal, nem no final de ano. É em razão do frio.

Tânia diz:

Um detalhe legal, aqui marcam a festa para às 18h30, com horário de término, hehe. Nos convites que enviam, está escrito o horário que começa e o horário que vai terminar. Fiquei quase louca quando vi isso, haha. Então marquei uma festa aqui em casa, e os americanos foram todos embora lá pelas 21h. É coisa de louco, mas é assim mesmo.

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