Obesidade e a Cirurgia Bariátrica: a importância da piscologia nesse processo

A obesidade caracteriza-se por uma enfermidade crônica que se dá pelo acúmulo excessivo de gordura ao ponto de comprometer a saúde da pessoa. Sua origem é tida como multifatorial, ou seja, não existe uma única causa, e sim vários fatores, dos quais podem-se destacar os ambientais, culturais, genéticos e psicológicos que atuam conjuntamente para determinar seu aparecimento. A psicóloga Patrícia Stürmer, a obesidade é considerada um sintoma e não somente um comportamento, pois se apresenta como uma forma de defesa de situações ou conflitos emocionais que a pessoa não consegue resolver, levando-a a comer para amenizar a angústia e manifestar-se por meio de seu corpo.
Pacientes com obesidade grave, também conhecida como obesidade mórbida, representam hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde, um indicador alto de mortalidade. "Vale ressaltar que os fatores psicológicos são considerados participantes em maior ou menor grau, neste mecanismo", enfatiza a psicóloga.
Com base nisso, Patrícia destaca a importância de uma prevenção ou intervenção psicológica eficaz, que se dá através de uma política que começa na escola. "Atenção global à criança num contexto em que estão envolvidos merendeiras, professores, pais e comunidade participantes efetivos de seu dia a dia, com o propósito de modificar os hábitos alimentares. Hábitos mais saudáveis resultam numa diminuição aos riscos de doenças crônico-degenerativas. Contudo, para pacientes que já se encontram em sobrepeso, pode-se enfatizar a existência de algumas alternativas terapêuticas que, combinadas, conseguem significativas perdas de peso. Porém, quando se trata da obesidade mórbida, essas medidas, na maioria das vezes, são fugazes e ineficientes pelo quadro de co-morbidades que estes clientes severamente obesos apresentam, não conseguindo fazer sua manutenção de peso (efeito-sanfona), com ameaça de vida, redução da qualidade de vida e alterações comportamentais que requerem abordagens eficientes na redução do peso e de forma definitiva", explica.
Segundo a psicóloga, com relação a isso, a Cirurgia Bariátrica torna-se um procedimento necessário por ser o único meio cientificamente comprovado para a obtenção do controle do peso em longo prazo. "É de extrema importância enfatizar que o tratamento da obesidade requer uma equipe multidisciplinar, com ênfase na participação do psicólogo, pois estudos realizados mostraram a importância da avaliação e do trabalho pré-operatório desse profissional no prognóstico e na adesão do paciente ao tratamento pós-operatório", enfatiza Patrícia.

Necessidade da avaliação psicológica
Conforme a especialista, no caso da Cirurgia Bariátrica, os psicólogos são profissionais orientadores e facilitadores do processo de transformação. "A psicologia caracteriza-se por possuir um foco preventivo e educativo, bem como de acompanhamento dos processos individuais, isto é, de como cada um vive sua experiência de emagrecimento, que se dá de forma rápida e muitas vezes surpreendente. Junto com o novo corpo, as relações familiares e sociais se transformam, porque a relação do indivíduo consigo próprio também muda", enaltece.
 

Preparo psicológico para a cirurgia
Patrícia explica que o preparo psicológico tem como objetivo fazer o levantamento de dados históricos pessoais e dados da história familiar, permitindo com isso que a pessoa candidata à cirurgia bariátrica possa perceber o que é pertinente ao fator obesidade e o que está sendo projetado na obesidade e na verdade não lhe pertence. "Quando não ocorre um bom preparo psicológico antes da cirurgia, algumas frustrações com os resultados pós-cirúrgicos devido às expectativas mal colocadas tendem a colocar na cirurgia culpabilidades que não lhe cabem. O paciente deve saber que cirurgia para perda de peso não trata Pânico, Depressão ou Transtorno Bipolar. Esses transtornos devem receber tratamento paralelo à cirurgia. Por isso enfatizo a importância de um bom preparo psicológico antes e após a cirurgia", enfatiza.
 

Acompanhamento psicológico após a cirurgia
De acordo com a profissional, fazer um acompanhamento psicoterapêutico é saudável nos dias estressantes de hoje, caracterizando-se por uma prática de higiene mental. "Mas só irá funcionar se a iniciativa partir do próprio indivíduo. O ser humano é qualificado como altamente adaptável e seu psiquismo é munido da capacidade de adaptar-se à sua nova realidade. Contudo, se o estresse for intenso demais para sua estrutura, poderá adoecer, e por isso da necessidade de procurar um profissional psicólogo", finaliza Patrícia.

 

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