Distúrbio de Ereção: problema com tratamento e cura

  • Folha do Oeste -

Preconceitos devem ser deixados de lado e auxílio médico é fundamental

A sexualidade é uma dimensão delicada e complexa. Fatores orgânicos, bem como psicológicos, podem influenciar negativamente a atividade sexual, gerando as chamadas disfunções. Nos homens, um dos problemas mais comuns e de maior preconceito é a Disfunção Erétil, um distúrbio de ereção, explicada pela Organização Mundial da Saúde como quando uma a pessoa não consegue manter uma ereção para uma relação sexual.        Conforme o médico urologista Alexandro Costa Lima, a pessoa tem um estímulo (tátil, visual, a partir de um carinho) que é captado pelo cérebro, que manda uma ordem para a região pélvica, havendo então uma dilatação das veias que irrigam o pênis. "O pênis, anatomicamente falando, é composto de dois corpos cavernosos, um corpo esponjoso e um outro envolto por uma membrana. Esses nomes - cavernoso e esponjoso são tecidos infláveis e eréteis que, com o estímulo e com a ordem enviada pelo cérebro, que vai pela coluna cervical, faz com que ocorra uma dilatação dos vasos da região pélvica, aumentando o fluxo de sangue para dentro do pênis e enchendo esses corpos cavernosos e esponjoso de sangue. Assim, o pênis aumenta de tamanho e entra em ereção. Depois da ereção, tem-se o orgasmo, a ejaculação, e a perda da ereção - que é fisiológico. Para voltar a ter outra ereção é preciso um determinado tempo", explica.

De acordo com o especialista, qualquer fator que quebre esse eixo neurovascular, qualquer doença, qualquer coisa que atrapalhe esse processo, leva ao Distúrbio de Ereção. As duas principais causas são: orgânica - no caso, doenças como diabetes, problemas neurológicos, traumas de medula, alcoolismo, fumo e várias doenças que levam ao distúrbio da ereção; e psicogênica - com fatores emocionais, como o medo. "Antes mesmo de ter um infarto, por exemplo, a pessoa pode apresentar um distúrbio de ereção, porque a artéria que irriga o pênis é menos calibrosa que a do coração. Também durante o sono, com fases que ocorrem de três a cinco vezes durante o sono, algumas pessoas acordam em uma dessas fases com o pênis ereto e acabam associando isso a "tesão de urinar", que vai urinar e passa. Isso são sinais de que, se essa pessoa tem ereções noturnas eventuais e não consegue ter relações normais, existe algum problema e é de origem psíquica. No caso de problemas orgânicos, não existe ereção de forma alguma, nem dormindo", esclarece.

Costa Lima enaltece que também é muito comum pacientes mais jovens procurarem um médico apavorados por que tiveram uma perda de ereção. "Nesses casos, o mais comum é a situação de estresse, de nervosismo, onde é liberado o hormônio da adrenalina. O aumento da adrenalina na corrente circulatória provoca a diminuição do calibre das veias e artérias. Então, quando a pessoa está nervosa, a adrenalina circulando faz com que haja o que nós chamamos de vasoconstricção, tendo menos sangue no pênis, impossibilitando a ereção. Essa situação é normal de acontecer, mas, pelo machismo, o problema pode se agravar, sendo estatisticamente comprovado que o homem com Distúrbio de Ereção chega à média de três anos até procurar auxílio médico. Isso é um erro muito grande, porque no médico, explicando a situação, é possível solucionar. Porque uma falhada, na primeira relação, ocorre em 30 até 40% das pessoas. Alguns tentam até que conseguem uma relação normal, mas outros ficam pensando tanto nisso e, psicologicamente falando, a pessoa passa a ter medo em cada relação, medo de falhar novamente e isso, sem auxílio médico, pode desenvolver um distúrbio psicogênico", destaca.

TRATAMENTO
O tratamento da Disfunção Erétil tem 100% de cura, principalmente nos casos psicológicos. Muitas vezes, com algumas conversas ou no encaminhamento para algum psicólogo. Quando a causa é orgânica é preciso tratar também a doença, conseguindo melhoras. "Já o uso de comprimidos, desses novos como o Viagra e outros tantos, são drogas que estão sendo usadas inadequadamente e sem prescrição médica. Isso pode ser comprado sem receita médica e é um perigo, porque as pessoas estão usando mais para "potencializar e turbinar" a ereção do que para tratar alguma coisa. Tem jovens usando esses medicamentos e que não deviam, porque devem ser usados com orientação médica", alerta.
No caso dos problemas orgânicos, conforme o especialista, é preciso tratar a doença que causou essa Disfunção Erétil. É possível também fazer uso desses medicamentos que potencializam a ereção. Também existem as próteses penianas, indicadas para os casos que não respondem a nenhum tratamento. "Essa próteses são colocadas no pênis e a pessoa tem a ereção. São diversos tipos, mas a mais usada e mais em conta são duas hastes sob uma base metálica,  que são colocadas dentro dos vasos cavernosos por meio de uma cirurgia e isso permite flexionar o pênis para, quando vai ter relações, retomar depois. A menos utilizada, já que é muito mais cara, são as próteses infláveis, com um mecanismo que infla e retorna ao normal ao ser acionada. Essas próteses são definitivas e utilizadas quando o tratamento medicamentoso não surte efeito. Já as relações sexuais são normais", esclarece.

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