A vez dos 'vovôs' na inclusão digital

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Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados na última sexta-feira, dia 17, apontam que a população brasileira com mais de 60 anos pode chegar a 42 milhões de habitantes em 2025. O número de idosos passou de 14,8 milhões, em 1999, para 21,7 milhões, em 2009.

Sobre essa estimativa de crescimento populacional para pessoas acima de 60 anos, surgem, cada vez mais, projetos de inclusão digital para idosos. O Sesc (Serviço Social do Comércio) de São Miguel do Oeste iniciou, no mês de março, o projeto Idoso Empreendedor. De acordo com uma das coordenadoras do projeto, Cenize Ribeiro Vetorello, a proposta vai além de um curso de informática. Segundo ela, as práticas têm o intuito de trabalhar a formação de grupo, a integração, o aprendizado mútuo, o respeito e a valorização do idoso como um cidadão ativo.

De acordo com ela, os encontros ocorrem duas vezes por semana, com duração de uma hora e meia. As aulas aliam teoria e prática, com a utilização do computador como ferramenta de inclusão digital. São repassados conhecimentos básicos, como ligar e desligar, digitar, coordenar o mouse, trabalhar em programas de edição de texto e publicação em blogs. Também são realizadas dinâmicas de grupo, elaboração de projetos sociais e atividades comemorativas.
Conforme a monitora do projeto, Tânia Barbosa, um ponto relevante é a interação social que o curso oferece. "Eles participam de um envolvimento social e interagem sobre os problemas que têm aqui. Alguns escolheram a Apas (Associação de Pais e Amigos do Surdos), outros escolheram trabalhar com a Casa da Amizade. Teve um grupo que trouxe outros idosos para dentro do Sesc para mostrar as atividades aqui desenvolvidas", explica. Conforme a monitora, foram elaborados slides para apoiar as apresentações.
 
O IDOSO
Conforme relata uma das participantes do projeto, Anastácia Dilli, de 65 anos, a iniciativa partiu da filha. "Eu não tinha o que fazer, então minha filha me indicou o curso. Fiz academia também, mas desisti", comenta. Na opinião de Anastácia, "era bom que todos os idosos fizessem o curso, é muito bom", diz. "Utilizo o computador para me distrair e me comunicar com outras pessoas. Já sinto até falta quando fico muito tempo sem", revela. Segundo ela, existe a vontade de comprar um notebook em razão de morar com a filha e ter de dividir o computador.
Na visão de Anastácia, o idoso precisa sair de casa, perder o medo. "Muitos têm medo sim. Eu nunca tive. Só não aprende se não quiser", dispara. Ela conta que alguns têm mais dificuldades que os outros, e em razão disso todos se ajudam. "Em casa, também tenho ajuda da minha filha e da minha neta", comenta. De acordo com Anastácia, que também costura em casa, tudo tem seu tempo e o importante é não ficar parado. "O idoso precisa fazer alguma atividade. Ele precisa ser útil para ter reconhecimento. Isso é uma necessidade que a gente tem", conclui.
 
PROJETO SOCIAL
Dentre os trabalhos sociais, as três turmas que compõem o projeto Idoso Empreendedor desenvolveram atividades com uma instituição do município. O nome das turmas foi batizado de acordo com a escolha de cada grupo para desenvolver pesquisas acerca de um determinado país, com o objetivo de conhecer aquele local por meio da internet.
Turma Coréia do Norte: trouxeram para o Sesc 20 idosos para participar de atividades desenvolvidas por eles no dia 14 de outubro. A programação contou com a apresentação das ações do Idoso Empreendedor, como o que aprenderam nesse período, as evoluções, os conhecimentos. Também foi apresentado um teatro denominado "A rica e a pobre". Ao final, foram elaboradas dinâmicas com o envolvimento de todos, seguido de apresentações de música com gaita e violão.
Turma Timor-Leste: ajudaram a Casa da Amizade de São Miguel do Oeste com trabalhos voluntários. Confeccionaram, sob orientação dos responsáveis, fraldas para cadeirantes e enfermos para serem doadas às famílias com necessidades. Ação ocorreu no dia 6 de outubro.
Turma Haiti: no dia 20 de outubro, desenvolveram atividades de comunicação e convivência com portadores de necessidades especiais da Apas (Associação de Pais e Amigos dos Surdos), onde também conheceram os trabalhos da instituição. Objetivo foi perceber que os portadores de necessidades especiais, assim como alguns idosos, possuem limitações a serem superadas e que todos podem se relacionar e ser parte integrante de uma sociedade.
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