Saúde

Europa aprova injeção semestral contra o HIV com quase 100% de eficácia

Europa aprova injeção semestral contra o HIV com quase 100% de eficácia
Foto: freepik

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou a comercialização do lenacapavir, o primeiro medicamento injetável aplicado a cada seis meses para prevenir a infecção pelo HIV. Desenvolvido pelo laboratório Gilead Sciences, o fármaco será vendido na Europa sob o nome comercial Yeytuo.

Já aprovado nos Estados Unidos, o tratamento representa uma inovação, pois exige apenas duas aplicações por ano, com eficácia próxima de 100% na prevenção do vírus.

Diferença em relação à PrEP oral

Desde 2017, o Brasil oferece a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no SUS, em formato de comprimidos diários. Apesar da eficácia elevada, a necessidade de uso contínuo limita a adesão de parte da população.

Com o lenacapavir, a proteção é garantida por aplicações semestrais, o que aumenta a praticidade e pode ampliar o alcance da prevenção.

Estudos clínicos comprovam eficácia

Dois estudos recentes reforçaram a eficácia do medicamento:


  • Purpose-1: realizado com 5,3 mil mulheres na África do Sul e em Uganda, registrou 100% de proteção entre as participantes que receberam as injeções.
  • Purpose-2: envolveu 3,3 mil voluntários em países como Brasil, Argentina, México e Estados Unidos. O resultado mostrou 96% de eficácia, superior à da PrEP oral.

Os trabalhos foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM) e confirmam o potencial do fármaco como uma das estratégias mais promissoras contra o HIV.

Custo e acesso ainda são desafios

Apesar do avanço, o preço é uma barreira. Nos Estados Unidos, o custo anual do tratamento ultrapassa 28 mil dólares (cerca de R$ 152 mil), valor considerado inviável para sistemas de saúde públicos.

A Gilead firmou acordos para a produção de versões genéricas em 120 países de baixa e média renda, mas o Brasil ficou de fora. Pesquisadores defendem que o medicamento poderia ser produzido por apenas 25 dólares, mantendo viabilidade econômica.

Por que não é uma vacina?

Embora seja aplicado por injeção, o lenacapavir não é uma vacina. Ele funciona como um antirretroviral de longa duração, bloqueando a replicação do HIV no organismo. Diferente de uma vacina, não induz o sistema imunológico a criar defesas permanentes contra o vírus.

Esperança global contra o HIV

Segundo a OMS, o medicamento é um marco histórico na luta contra a doença, já que ainda não existe uma vacina aprovada. O diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus classificou o lenacapavir como “a melhor alternativa disponível” até agora.


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