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Desenvolvimento territorial
Quando o recém-criado Observatório da Tecnologia, parceria entre a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) com a Fiesc, revela que o setor já representa 5,6% da economia catarinense, é hora de fazer uma profunda reflexão acerca da matriz de desenvolvimento que estamos atingindo em SC. Na mesma diapasão de nações que crescem de forma "moderna", nosso estado tende a buscar no conceito de "desenvolvimento territorial" - sobre o qual agora abro o debate -, um avanço sobre o "desenvolvimento setorial" que até hoje dominava nosso entendimento de progresso socioeconômico.
Antes de me aprofundar nessa nova concepção, gostaria de voltar aos números da Tecnologia. Quando a Acate foi fundada, em 1986, eram 129 companhias em SC. Hoje são 12,3 mil empresas (crescimento de 10.000% em 30 anos), com receita média de R$ 1,255 milhão, mais de 16 mil empreendedores, aproximadamente 47 mil colaboradores e faturamento anual de R$ 15,5 bilhões. O maior polo tecnológico do estado é a Grande Florianópolis, que também se destaca nacionalmente. Com quase 4 mil empresas, seu faturamento total é de R$ 6,4 bilhões e emprega 16,5 mil pessoas.
Quando refletimos sobre esses números, percebemos que a tecnologia não é mais um "setor", mas permeia todas as áreas da economia, em todas as regiões, em todas as cidades. Assim, trabalha com a indústria, o comércio, os serviços, o turismo e o agronegócio em toda SC - e, todos eles interagem uns com os outros num ciclo contínuo. Desta forma, constatamos que a abordagem setorial não é mais suficiente para planejarmos o futuro e sim uma concepção territorial que tem no seu cerne a vocação de cada micro ou macrorregião.
Antes pensávamos em compartimentos por setor porque ainda estávamos construindo a industrialização. E agora, o que vemos? Territórios que devem ser olhados pelas suas múltiplas vocações e diferenças. E entre essas vocações, o turismo sempre aparece em primeiro ou segundo lugar nos estudos realizados por instituições como a Fiesc, Fecomércio e Sebrae. Nesse novo cenário, bem mais amplo, turismo e logística atuam como catalisadores - são duas grandes vocações do estado independente de localização. E a tecnologia e a inovação são o mote, o fio condutor do desenvolvimento (para efeito de ilustração, importante dizer que hoje SC é um dos três estados integralmente ligados por fibra ótica).
Para aqueles que, como você, eu e nossos futuros governantes, temos o desafio de pensar no futuro de nossos filhos e de nosso estado, essa nova concepção é fundamental. É ver Santa Catarina como um todo, um território de desenvolvimento integrado, onde todos lutam igualmente por uma melhor qualidade de vida - e, por isso, as oportunidades também devem ser iguais.
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