Delegado Rudinei Charão quebrou silêncio sobre caso de estupro em Descanso

Mandado de prisão preventiva já foi cumprido na manhã do dia 11, quando a vítima recebeu alta hospitalar

O delegado que responde pela delegacia da comarca de Descanso, Rudinei Charão, pediu a prisão preventiva do homem de 27 anos acusado de ter cometido um suposto estupro naquela cidade, na madrugada do dia 05, no estacionamento de um baile. Ele está recolhido na Unidade Prisional Avançada de São Miguel do Oeste.

A vítima, de 18 anos, que mora em Belmonte, precisou ser internada no Hospital Regional, já que apresentava intensa hemorragia e, de acordo com a mãe, precisou ter o canal vaginal reconstruído. Ela foi socorrida por familiares, já quase sem vida, por volta de 05h daquela madrugada, mas já recebeu alta hospitalar e se recupera em casa.

Na segunda-feira à tarde, dia 13, o delegado convocou uma coletiva de imprensa e pela primeira vez falou sobre o caso. Ele disse que não se manifestou nem pediu a prisão preventiva do suposto autor do crime antes porque a equipe policial priorizou a coleta de provas, que foram encaminhadas para análise no IAF (Instituto de Análises Forenses), em Florianópolis. "Solicitamos urgência, mas o Instituto atende ao Estado inteiro, então não há como precisar a data em que receberemos os laudos", informou.

Charão explicou que, embora a jovem tenha dado entrada no hospital ainda de madrugada, a Polícia Civil tomou conhecimento da situação por volta do meio-dia de domingo, e por essa razão teria sido necessário priorizar alguns procedimentos como a coleta de sangue, e de depoimentos a fim de preservar as provas que ditarão os rumos da investigação.

APRESENTAÇÃO VOLUNTÁRIA

Um dia após o ocorrido, na segunda-feira, dia 06, o homem indiciado pelo crime se apresentou voluntariamente na delegacia de Descanso e prestou depoimento. "Ele confirmou que manteve uma relação com a menina, mas que teria sido consensual", conta Charão, completando que o estupro pode ser caracterizado pela violência ou ameaça sob a qual a vítima é obrigada a fazer algo contra sua vontade.

O delegado disse que não tem nenhum tipo de convencimento sobre o caso que ganhou repercussão regional. "Quero deixar bem claro à comunidade que estamos buscando esclarecer os fatos", frisou, ao citar diversas divergências já constatadas. Entre elas, a de que a relação sexual tenha sido consensual ou não, sobre o local do crime, sobre o horário em que o suspeito teria deixado a vítima até o momento em que ela foi encontrada por familiares e levada para casa, calçando num dos pés o tênis do acusado.

De fato, por enquanto, está descartada a participação de mais pessoas no crime. O homem, preso preventivamente, permanece na Unidade Prisional Avançada, conforme o andamento das investigações e o entendimento da Justiça a partir da tese apresentada pelo seu defensor.

PROSSEGUIMENTO

A Polícia Civil segue buscando provas e fazendo diligências para apurar o caso, enquanto os laudos periciais não chegam. Segundo Rudinei Charão, entre os próximos passos da investigação deve estar a inquirição da própria vítima novamente, bem como do corpo clínico que prestou atendimento à moça.