Benefícios da dança: corpo e mente na mesma sincronia

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Movimentos e reflexões provocados pelas danças trabalham a condição física e mental. O resultado é sentido na melhora da qualidade de vida

O equilíbrio entre corpo e mente pode ser alcançado por meio de diversas formas. A dança é uma delas. Dentre as possibilidades, estão as danças que utilizam movimentos sutis e delicados.

A dança terapêutica, assim denominada pela professora de arte e dança do Sesc (Serviço Social do Comércio) de São Miguel do Oeste, Patrice Oliveira, trabalha com o princípio da educação corporal para o alcance do equilíbrio entre corpo e mente nas ações cotidianas.
De acordo com Patrice, trata-se de um trabalho de arte-terapia como processo de educação corporal individualizado. "Esse trabalho consiste no equilíbrio entre corpo e mente, em uma investigação corporal e individual com exercícios oriundos de diversas técnicas", reforça. "Tem dança contemporânea, circulares (de origem indígena), improvisações, músicas, sons de natureza, coreografias com arte plástica, modelagem, pintura. É algo amplo e completo", afirma. No entender da profissional, para que exista o equilíbrio mental, é necessário que a parte física também esteja nivelada.
Outro ponto relevante colocado pela professora diz respeito às energias transmitidas e absorvidas na relação entre as pessoas. "A gente carrega e troca, ao longo do dia, várias energias. Então temos que preparar o corpo para transmitir e repassar tais energias", observa. Segundo ela, esta preparação ocorre por meio da consciência do corpo e de tudo o que é possível movimentar, como braços, dedos, pulsos, pernas, tronco, coluna, pescoço. "Mas isso nada tem a ver com meditação", alerta. "É uma viagem consciente pelo interior. Um trabalho minucioso para alcançar o equilíbrio entre corpo e mente", explica.
Para Patrice, de um modo geral, a dança terapêutica pode ser considerada um recurso para aprender a lidar com as adversidades do dia a dia. "É bom dizer que não é uma alternativa para esquecer os problemas, pois não há como fugir deles", atenta. "Se a gente esquecer de alguma coisa, em outro momento vamos lembrar, e isso pode ser pior", entende. Para ela, a dança, como um todo, não somente a terapêutica, contribui para aprender a administrar os comportamentos, em razão de envolver música, arte, movimentos e reflexão. "E quem não gosta de música?", indaga.
 
QUERER
Na opinião da professora, aos que desejam praticar dança terapêutica, é necessário que tenham a consciência de que a iniciativa deve partir de cada um. "Tu tens que querer muito", afirma. "É uma dança que vai mexer com coisas particulares, traumas, angústias", revela. "Só que isso as pessoas não relatam, expressam por meio do corpo delas", explica. Segundo Patrice, o objetivo não é decifrar as expressões corporais ou identificar problemas. "Não tenho a obrigação de identificar o que elas querem transmitir. Sou apenas uma professora de dança com a finalidade de aplicar uma técnica que segue um caminho terapêutico", explica. "É um exercício diário de controle onde as pessoas têm que carregar isso para o dia a dia delas", arremata.
 
INDICADA
De acordo com Patrice, inexistem contraindicações para a dança terapêutica. "Pode ser aplicada em empresas, hospitais, instituições educativas. É para qualquer área, com qualquer idade. Seja criança, jovem, homem ou mulher", conta. Na visão dela, as pessoas sentem necessidades de equilibrar as energias, relaxar o corpo e colocar para fora as cargas de estresse. "Então, qualquer pessoa pode fazer isso", completa.
 
DIA A DIA
Segundo a profissional, o cotidiano implica nas pessoas, nas sobrecargas físicas e emocionais que precisam ser controladas. "Esse é o trabalho. Aprender a dominar todas as situações cotidianas sem se machucar, sem sofrer", argumenta. Para ela, em algumas ocasiões, as pessoas podem ter a falsa impressão de que dominam tudo. "Não posso afirmar, mas pode ocorrer que, às vezes, a gente tente mascarar uma situação ruim", diz. "Há situações em que não queremos deixar transparecer algum sentimento, e, mais tarde, sem que percebamos, esse sentimento é revelado, pois a gente o deixa escapar", entende. Na visão da professora, "é importante ter essa consciência", conclui.
 
DANÇA DO VENTRE
Há também - como outra possibilidade de adquirir consciência corporal - a prática da dança do ventre, que tem origem egípcia e árabe, que, no entanto, foi ocidentalizada por europeus e norteamericanos.
Segundo Patrice, a dança do ventre contribui para um melhor conhecimento do corpo devido às diferentes formas de movimento. "São movimentações e ondulações de braços, mãos, pulsos, ombros, quadris", conta. Na opinião da professora, a dança do ventre facilita o domínio do desempenho do corpo, a mobilidade e a postura. "Percebo nas alunas um certo encantamento por conseguirem movimentar partes do corpo que antes não conseguiam", destaca.
 
Conforme a professora, a dança do ventre também trabalha a autoestima. "Além de melhorar a flexibilidade, a postura, a dança aumenta a autoestima. Para ela, ao olhar com mais atenção para a dança do ventre, é possível perceber que os resultados são mais mentais do que corporais. Contudo, podem ser notados após um certo tempo de prática. "Sobre os benefícios mentais, elas ainda estão em busca disso, e vão descobrir", prevê. "Noto que elas não se olham, não se tocam, não há um tempo para o cuidado. E esse é o momento que elas têm para isso. É o momento que elas possuem para analisar como o corpo se comporta", reforça.
 
CONTRAINDICADO
De acordo com Patrice, a única contraindicação para quem deseja praticar a dança do ventre está na gravidez. "Se não está grávida, o resto é possível. Isso em razão de os movimentos ondulatórios de abdômen serem utilizados, na origem da dança, para provocar a indução ao parto", explica. "Então, fisiologicamente, eles mexem com os órgãos interiores do ventre, como útero e ovário", finaliza.
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