EXTREMO OESTE

Perdas com a estiagem ultrapassam R$ 509,9 milhões

  • Folha do Oeste -

No Extremo Oeste, o cenário com relação a estiagem tem se agravado cada vez mais. A falta de chuvas significativas tem provocado muitas perdas na agricultura e a necessidade de transporte de água, principalmente no interior. As chuvas registradas nos últimos dias não foram suficientes para repor o lençol freático. Com isso, os prejuízos continuam.

Na tarde de quinta-feira, dia 6, a Epagri divulgou um relatório de estimativa de perdas em função da seca, na região que compreende os municípios da Ameosc (Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina). Conforme dados do relatório, as perdas na agricultura já chegam a mais de R$ 469 milhões, e na pecuária os prejuízos ultrapassam R$ 40,9 milhões. No total, a estimativa de perdas na região que compreende os municípios da Ameosc, já supera os R$ 509,9 milhões.

No relatório regional apresentados nesta semana, a estimativa de perdas com o milho safra passa dos R$ 115,6 milhões. Já com o milho silagem safra, o prejuízo é maior que R$ 258,3 milhões. Na cultura de soja safra, as perdas superam os R$ 92,1 milhões, e no feijão safra os prejuízos são de mais de R$ 2,6 milhões. No fumo, as perdas são superiores a R$ 128,6 mil. Na pecuária, as perdas na bovinocultura de leite são superiores a R$ 32 milhões e na bovinocultura de corte os prejuízos são de cerca de R$ 8 milhões.

De forma geral, as chuvas com volumes abaixo da média refletem em perdas em todos os municípios do Extremo Oeste, mas de modo mais intenso nos municípios ao Sul de São Miguel do Oeste. No documento divulgado pela Epagri, se observa que embora se registre o transporte de água na maior parte dos municípios, o trabalho com as políticas públicas, com programas voltados à água, ajuda a minimizar a necessidade de transporte emergencial de água. Já com relação às culturas, no relatório consta que as maiores perdas são naquelas cujo o plantio foi realizado mais tarde, e naquelas que o plantio ocorreu mais cedo.

Oito municípios já decretaram Situação de Emergência na região, e conforme o gerente regional da Epagri, Sidinei Simon, a previsão é que se tenha, pelo menos até o mês de abril, chuvas abaixo da média. Por esta razão, adotar medidas mitigadoras (preventivas) são importantes, como a reservação de água. A situação é preocupante, mas, a diferença neste ano, é que se tem algumas políticas, na agricultura, que são mais permanentes. Simon cita que a diferença que se observa do ano passado para este, se reflete inclusive nos dados de transporte de água, pois o trabalho que já foi feito ajudou bastante. E já foi garantido pelo secretário de Estado e pelo Governo de SC, que vai ser dado continuidade neste sentido, para diminuir o transporte de água.

Outra questão que é importante considerar, segundo o gerente regional, é o consumo de água. "De 10 anos para cá, nós quintuplicamos ou sextuplicamos o consumo de água, principalmente pelo espírito empreendedor dos agricultores, e pelo consumo. Um exemplo é que hoje produzimos um leite de qualidade excelente, mas para produzir este leite nesta qualidade é consumido três, quatro e até cinco vezes mais água, pois tem a limpeza das instalações, lavação de estábulo, que eram coisas que antigamente não se fazia, então tudo isso tem feito com que o consumo aumente bastante. Vamos ter que adotar cada vez mais medidas para minimizar os efeitos de estiagem.

Para a população em geral, o pedido é para economia de água. "Quem tiver condições deve reservar, porque qualquer chuva que cai no telhado já é possível fazer uma reserva. Uma caixa de água ou cisterna já ajuda muito, e os agricultores que tiverem dificuldades, também podem procurar o serviço da Epagri, nos escritórios ou via contato telefônico com os profissionais, que estão disponíveis para ajudar", destaca.


DEBATE COM O ESTADO

 Na tarde de quinta-feira, foi realizada uma reunião on-line entre profissionais da Epagri, prefeitos da região e o secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva. Na oportunidade foram apresentados os dados referentes à estiagem no Estado, tratada de uma expectativa climática, e o secretário apresentou aos prefeitos, as políticas públicas disponíveis para atender a comunidade neste período de dificuldade, como linhas de financiamento.  

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