Com o crescimento industrial, a falta de trabalhadores é um desafio até para pequenos municípios da fronteira de Santa Catarina com a Argentina, no Oeste do Estado. Por isso, a Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc) está conversando com instituições brasileiras para viabilizar que argentinos que residem em cidades na fronteira possam trabalhar de dia em SC e seguir residindo no seu país de origem.

Segundo a federação, a maior demanda atual é da empresa Di Pães, do município de Paraíso, ao lado da Argentina. Ela necessita de 50 trabalhadores e, como não tem na cidade, gostaria de contratar argentinos de San Pedro, que fica a apenas 45 quilômetros de Paraíso.

O gerente da Di Pães, Dirceu Wathier, diz que a empresa tem 20 anos de atividades e uma equipe de 115 trabalhadores. Para crescer, precisa ampliar a equipe, mas não encontra brasileiros para trabalhar.

Esse tema está sendo tratado pelo diretor de Relações Internacionais da Facisc, Sérgio Matte, e pelo diretor de Comércio Exterior da entidade, Volmir Marcos Voltolini. Eles informam que outras empresas e outras cidades da região têm o mesmo desafio e gostariam de contratar argentinos.

- Queremos oportunizar que pessoas de outro pais possam trabalhar em Paraíso. Não é um movimento de imigração, mas um movimento de ajuda mútua e desenvolvimento territorial da fronteira - afirmou Matte para a Facisc.

Para viabilizar essas contratações formais, garantindo todos os direitos aos trabalhadores, inclusive previdência, os dos líderes da Facisc estão conversando com diversas instituições brasileiras. Inclui consulados dos dois países, o setor público e a Polícia Federal.

Com economia voltada à agropecuária, Paraíso tem população de pouco mais de 4 mil habitantes. Fica a 700 quilômetros de Florianópolis e faz divisa com São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira.

Fonte: ND+