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Crise de renda na agricultura pode se repetir em 2006
AVALIAÇÃO
Uma quebra de safra de 20 milhões de toneladas e um prejuízo de R$ 10 bilhões são as lembranças mais fortes que ficaram do ano de 2005, na avaliação do presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, deputado federal Odacir Zonta (PP/SC). Ao contrário da escassez de grãos, que faria os preços subirem houve excesso de oferta mundial, devido, principalmente, a supersafra norte-americana.
Por outro lado, a sobrevalorização do real frente ao dólar impediu um aumento maior nas exportações, pois os produtos brasileiros ficaram mais caros no exterior. O parlamentar mostra que o resultado da associação desses fatores foi a perda de renda para o produtor, o que já está comprovado de acordo com vários estudos que analisam os indicadores econômicos da agropecuária nacional. O PIB (Produto Interno Bruto) da atividade agropecuária cairá de R$ 160,65 bilhões, conforme registrado em 2004, para R$ 143,42 bilhões, em 2005. É uma queda de 10,73%. O conjunto do agronegócio, que envolve também os segmentos de transporte, insumos e distribuição, envolvidos com a produção agropecuária, deverá atingir um PIB de R$ 515,92 bilhões este ano, contra R$ 533,98 bilhões, de 2004. Isso significa retração de 3,4%, com perdas de R$ 18,06 bilhões no PIB.
Os dados referem-se a estudo realizado pela CNA em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo. Essa queda de 3,38% no PIB do agronegócio é o pior resultado registrado desde que teve início a elaboração da série histórica. Zonta assinala que os agricultores foram obrigados a realizar a comercialização de sua produção a preços abaixo do custo de produção. A Frencoop teme que a crise de renda não seja resolvida em 2006. O principal indicador que realmente reflete os problemas de renda é a redução da área plantada. Na safra 2004/2005, o Brasil teve 48,8 milhões de hectares plantados. Para o novo ano, há estimativa que o cultivo abranja entre 46,3 milhões e 47 milhões de hectares, o que representa um recuo de 5,3% a 3,7% do total de áreas de lavouras. \"Descapitalizado, o produtor vai plantar menos\", prevê Odacir Zonta.
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