Agricultores de toda a região estiveram reunidos ontem, dia 20, em Chapecó, num manifesto promovido pela Fetaesc (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), e os Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Oeste Catarinense. O ato público aconteceu no parque de exposições Tancredo Neves ? Efapi.

O foco principal do evento foi discutir questões relacionadas ao seguro do Proagro (Programa Nacional de Garantia da Atividade Agropecuária), indeferido aos agricultores atingidos pela seca na safra passada e o procedimento a ser adotado para o atual. Estiveram no ato representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da superintendência do Banco do Brasil, do Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão rural de Santa Catarina) e do movimento sindical.

De acordo com o presidente do STR (Sindicato dos Trabalhadores Rurais), Irici Tirloni, cerca de 100 agricultores de São Miguel do Oeste participaram do evento e mais de 2.000 mil de toda a região. \"Nos reunimos para pressionar o Governo, buscando uma solução para o pagamento do Proago. Não tem como admitir isso. Em fevereiro de 2005 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que até o mês de maio pagaria todas as indenizações e já estamos em janeiro do outro ano e muitos agricultores ainda não receberam\", desabafa Tirloni.

Ele destaca que em todo o Estado em torno de sete mil agricultores não receberam a indenização. \"E agora estamos vivenciando outra seca. Não tem como encaminhar um Proago se não recebemos nem o do ano passado\", salienta o presidente do sindicato. Conforme ele, em algumas regiões do Estado, os agricultores entraram na justiça contra o governo. \"Não sei se este será o nosso caso, mas vamos dar um prazo para que isso seja resolvido, do contrário teremos que tomar outras providências\", afirma.

Além de discutir sobre o pagamento do Proago, os agricultores aproveitaram a oportunidade para debater com os representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário questões relacionadas à crise do leite e vários assuntos da agricultura. \"Precisamos de ações concretas, pois se fala tanto em manter o homem no campo, mas se esquecem que isso só acontece se ele tiver renda. O que não está acontecendo no momento\", finaliza Tirloni.