Mobilização contra febre aftosa continua no Estado
Em visita ao Jornal Folha do Oeste na quarta-feira, dia 18, o presidente da Cidasc...
Em visita ao Jornal Folha do Oeste na quarta-feira, dia 18, o presidente da Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), Wilmar Carelli, afirmou que a mobilização contra a entrada de focos da febre aftosa continua em Santa Catarina. Segundo ele, essa necessidade tem a ver com a descoberta, no ano passado, de foco no Mato Grosso do Sul e o fato desse estado estar concluindo o sacrifício de cerca de 29 mil animais.
Mas para o presidente, o que mais preocupa Santa Catarina é a proximidade com o Paraná, uma vez que existia a suspeita de febre no estado vizinho e a tentativa freqüente de negar o fato. \"O tempo todo eles não confirmaram as suspeitas, embora soubéssemos de antemão que o foco existiu. Passados mais ou menos dois meses, o Ministério da Agricultura confirmou a existência do foco e o Paraná contestou a descoberta, pois sabiam dos efeitos danosos para sua economia caso fosse confirmado\", explica Carelli.
Conforme ele, agora o Paraná dá indícios de que realmente o foco existiu: na semana passada iniciou no Estado o abate de 2.200 cabeças de gado. \"Em função disso, temos que continuar a mesma mobilização\", declara. Mas mesmo com essa necessidade, o presidente afirma que no momento não há previsão da volta do exército nas barreiras da Cidasc. \"Como o Paraná está sacrificando os animais é um sinal de que eles cercaram o foco. Acredito que a presença do exército no momento não é necessária\", salienta.
Embargo Russo
Com a suspeita de focos da febre aftosa no Paraná e a confirmação do Ministério da Agricultura há alguns dias, a Rússia suspendeu também a importação de carnes de Santa Catarina. Por esse motivo o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e o secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, estiveram durante esta semana na Rússia, travando discussões a respeito do assunto para sensibilizar as autoridades daquele país a voltarem com as importações.
De acordo com Carelli, o governador levou uma série de relatórios, fotos, vídeos e depoimentos acerca do trabalho realizado nas barreiras do Estado para demonstrar que Santa Catarina conseguiu evitar a entrada do foco da febre aftosa.
Na quarta-feira, dia 18, a comitiva catarinense manteve audiência em Moscou com o ministro da Agricultura da Federação Russa, Alexey Ordeev. O grupo apresentou os documentos, garantindo as condições sanitárias da suinocultura. O governador solicitou a imediata suspensão do embargo à compra de carne suína imposto pela Rússia.
Os resultados da viagem serão apresentados em coletiva para a imprensa na próxima quarta-feira, dia 25, às 8h30, na Escola Agrotécnica Federal de Concórdia. O governador do estado estará, pela primeira vez fora da capital, fazendo o relato de uma viagem ao exterior.
Em seu pronunciamento ainda na Rússia, Luiz Henrique adiantou que deseja a presença na coletiva do presidente da ACCS (Associação Catarinense de Craidores de Suínos), Wolmir de Souza, pois ele foi peça fundamental nas negociações.
O presidente da Cidasc salienta que, os cuidados com a questão da febre aftosa devem ser intensos, pois se ela entrar no Estado o impacto econômico é muito grande. \"Só para se ter uma idéia, 50% do que Santa Catarina exporta tem origem no agro-negócio. Imagine o desastre econômico se tivéssemos um foco. Teríamos que ficar 18 meses sem exportar e isso seria um caos para nossa economia\", finaliza Carelli.
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