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Pesquisa mostra os efeitos do chumbo em populações expostas a agrotóxicos
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Divulgação Unoesc -
No quarto episódio da série Divulga Ciência, a Unoesc São Miguel do Oeste traz um tema que afeta diretamente a saúde pública e o meio ambiente da região do Extremo Oeste de Santa Catarina. Com o título "Avaliação da concentração sérica de chumbo e sua relação com marcadores bioquímicos e hematológicos em população ambientalmente exposta a agrotóxicos", o episódio é apresentado pelo professor Eduardo Ottobelli Chielle, mestre e doutor em Ciências Farmacêuticas, que liderou a pesquisa.
Chielle explica que o chumbo, um metal pesado presente em diversos agrotóxicos, é uma substância tóxica com efeitos devastadores para o organismo humano. “Quando acumulado no corpo, o chumbo pode afetar o sistema nervoso central, o sistema renal, o sistema reprodutivo e até causar mutações genéticas”, afirma Chielle.
Ele destaca que o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo, o que aumenta a preocupação com a contaminação do solo, da água e dos alimentos.
A pesquisa conduzida na Unoesc teve como objetivo verificar os níveis de chumbo no sangue de populações que vivem em áreas agrícolas expostas a agrotóxicos, comparando-os com populações da zona urbana que não têm contato frequente com esses produtos. Ao todo, participaram do estudo 21 pessoas do meio rural e 23 pessoas da zona urbana, incluindo homens e mulheres de diferentes idades.
“Observamos que os voluntários expostos aos agrotóxicos apresentaram níveis significativamente maiores de chumbo no sangue, além de alterações em diversos marcadores bioquímicos e hematológicos, como a proteína C-reativa ultrassensível, indicadora de processos inflamatórios, e a gama GT, um marcador hepático”, relata Chielle.
Os resultados também mostraram que os indivíduos expostos ao chumbo apresentaram uma redução no número de plaquetas, células essenciais para a coagulação sanguínea. Esses achados reforçam a necessidade do uso correto dos EPI (Equipamentos de Proteção Individual) pelos trabalhadores agrícolas, visando minimizar os riscos à saúde decorrentes da exposição aos agrotóxicos.
“É fundamental que as pessoas que manipulam esses produtos utilizem EPI e adotem medidas de proteção coletiva para evitar o contato direto com essas substâncias”, alerta o professor.
O episódio reforça o compromisso da Unoesc com a divulgação científica e com o desenvolvimento de soluções para problemas reais da comunidade regional. Segundo Chielle, estudos como esse são essenciais para aumentar a conscientização sobre os riscos dos agrotóxicos e para promover práticas mais seguras no uso dessas substâncias.
Confira o quarto episódio do Divulga Ciência no canal oficial da Unoesc no YouTube e nas redes sociais da Unoesc São Miguel do Oeste (@unoescsmo). Conheça mais sobre a pesquisa desenvolvida na Universidade e os impactos do chumbo na saúde da população da região.
Ascom Unoesc
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