SÍNDROME DE DOWN

Um público cheio de amor e capacidade

Um público cheio de amor e capacidade

O Down precisa ser estimulado desde cedo e a família precisa respeitar o próprio ritmo da criança

Na última semana foi celebrada uma data especial e digna de muitas comemorações, o Dia Internacional da Síndrome de Down. Celebrado no dia 21 de março, a data foi escolhida porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo "21". Basicamente, esta síndrome é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo.

A psicóloga clínica, coordenadora da equipe de Saúde da Apae (Associação de Pais e Amigos do Excepcionais) de São Miguel do Oeste e especialista em Neuropsicologia, Juliana Camini Oliveira (CRP-SC Nº 12/07542), explica que essa alteração ocorre na hora da concepção de uma criança. Trata-se de uma ocorrência genética natural e universal, presente em todas as etnias e classes sociais, no qual estas pessoas possuem 47 cromossomos em suas células ao inves de 46, como a maior parte da população.

Mas, atenção, a Síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição da pessoa associada a algumas questões para as quais os pais devem estar atentos desde o nascimento da criança. O alerta é da pedagoga, orientadora pedagógica da Apae de SMOeste, e especialista em Educação Especial, Cristiane Magrini Dutra. De acordo com ela, trata-se de uma condição inerente à pessoa, portanto não se deve falar em tratamento ou cura.

Pessoas com Síndrome de Down possuem tantas outras características quanto os demais seres humanos, ou seja, a síndrome não as define. Cada pessoa com essa síndrome tem gostos específicos, personalidade própria e individual, habilidades e vocações distintas entre si. Segundo a pedagoga Cristiane, é importante esclarecer que o comportamento dos pais não causa a Síndrome de Down. Não há nada que eles poderiam ter feito de diferente para evitá-la, pois não é culpa de ninguém.  


CARACTERÍSTICA DO DOWN


As características físicas associadas à Síndrome de Down são os olhos amendoados e puxados, nariz pequeno e achatado, orelhas menores, céu da boca mais encurvado, detalhes nas mãos (única prega na mão e maior dobra no quinto dedo), e pés (separação maior entre o primeiro e segundo dedos) e hipotonia muscular. Juliana ainda acrescenta que estas pessoas também possuem maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças e a deficiência intelectual. "É comum que as crianças com Síndrome de Down possam ter menor estatura e seu desenvolvimento físico e mental serem mais lentos do que o de outras crianças da sua idade. Elas também estão mais vulneráveis a uma maior incidência de algumas doenças, como cardiopatias e problemas respiratórios", aponta.

Sobre limitações, a psicóloga destaca que variam imensamente de pessoa para pessoa e não há relação entre as características físicas ou há um maior ou menor comprometimento intelectual. O desenvolvimento dos indivíduos com a trissomia está intimamente relacionado ao estímulo e incentivo que recebem, sobretudo nos primeiros anos de vida.



A IMPORTÂNCIA DO ESTÍMULO NO DESENVOLVIMENTO


Juliana explica que a importância do estímulo está na possibilidade destes em desenvolver suas capacidades, evitando assim, menores dificuldades no futuro. Por esse motivo, é preciso que haja acompanhamento e instrução, respeitando o tempo de aprendizado de cada um. Desse modo, o exercício da capacidade lógica, de raciocínio, interpretação e organização das informações será, de forma gradativa, melhorada por meio do incentivo da instituição de ensino, dos profissionais que o acompanham e dos familiares, que precisam deixar que a criança desenvolva e solucione suas tarefas sozinhas. A psicóloga ressalta que quando se inicia uma estimulação precoce os reflexos destes serão visualizados lá na frente e contribuirão para a construção de uma vida autônoma.

A especialista destaca que a família é fator fundamental neste processo de contribuição do desenvolvimento de seu filho. Se desde cedo, houver a estimulação por parte dos familiares, é possível que a pessoa com Síndrome de Down aprenda e descubra o mundo da forma como ele é, e para isso, é preciso que haja a quebra do preconceito, reconhecimento das capacidades e incentivo no desenvolvimento pessoal e social. "É preciso incentivar a autonomia, permitir que essas pessoas cumpram sozinhos suas tarefas como tomar banho, arrumar o quarto e fazer um lanche, mesmo que de início, supervisionadas. Se assim o fizerem, as atividades rotineiras abrirão espaço para novas conquistas, possibilitando a estes a possibilidade de uma vida adulta independente, seja na vida social, como na conquista de um trabalho, como na pessoal, em relacionamentos e construção de uma família. As famílias precisam seguir as orientação feitas pelos profissionais, se empenharem, e não olhar para os filhos e visualizar somente suas limitações", orienta Juliana.

Conforme as profissionais da Apae, é possível observar que grande parte das crianças com Síndrome de Down gostam e aprendem na interação social com família e amigos. "São pessoas que costumam aprender mais facilmente por observação. Costumam ter um talento com o uso das mãos, rostos e corpo para se comunicarem. Elas costumam gostar de teatro, dança e movimento. Muitas destas crianças conseguem desenvolver a leitura e esta é, normalmente, um ponto forte, possivelmente porque é aprendida com ajuda visual. Por conta disso, a leitura é algo que pode ajudar essas crianças no desenvolvimento da linguagem e também em outras disciplinas curriculares", explica.

Especialista em Educação Especial, Cristiane destaca que as pessoas com Síndrome de Down têm muito em comum com o resto da população. Os pais de pessoas com Síndrome de Down, devem entender que o mais importante é descobrir que seu filho pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e que avançará com crescentes níveis de realização e autonomia. "Ele é capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Poderá ler e escrever, deverá ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida com autonomia e independência. Ele poderá ocupar um lugar próprio na sociedade. Mas, para que a criança consiga chegar a uma determinada fase do desenvolvimento, ela precisa ser estimulada desde cedo e a família precisa respeitar o próprio ritmo da criança", garante.

Cristiane aconselha aos pais para que usem a sensibilidade para escolher o melhor momento do dia para realizar os exercícios e estímulos que serão orientados por quem acompanha seus filhos. A orientação é para que se procure transformar essa rotina de atividades em uma hora de lazer e de prazer. Lembre-se de que é uma forma poderosa de fortalecer o vínculo entre a família e a criança.


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