Empresários da região assumem cargos estratégicos na nova diretoria da Fiesc |
'É uma injustiça que se faz com Santa Catarina', afirma Côrte.

Em evento realizado na noite de segunda-feira, dia 18 de junho, a Fiesc apresentou no restaurante Di Fiori em São Miguel do Oeste, um estudo da situação das BR's da região Extremo Oeste, especialmente, a BR-163, onde a situação é caótica.
O estudo mostra que as obras de ampliação de capacidade e restauração da BR-163 na região Oeste de Santa Catarina estão abandonadas. O levantamento avaliou a situação dos 62,1 quilômetros do segmento entre o entroncamento da BR-282 em São Miguel do Oeste e o entroncamento da BR-280 na divisa com o Paraná, além do acesso ao ponto de fronteira alfandegado, em Dionísio Cerqueira.
O presidente da Fiesc, Glauco José Corte, em coletiva de imprensa foi enfático ao dizer que a falta de investimentos no Estado por parte do Governo Federal é uma injustiça. "Esta é uma injustiça que se faz com Santa Catarina, o estado tem uma contribuição muito grande para o desenvolvimento nacional. No ano passado, nós fomos um dos estados que mais cresceu a sua economia, quatro vezes mais que a média da economia brasileira. Este ano nós já crescemos cerca de 3% no primeiro trimestre contra 0,8% da média brasileira. Isso significa que nós estamos contribuindo inclusive com a arrecadação de tributos para o governo do país, então nada justifica que Santa Catarina não tenha um tratamento compatível com a contribuição que dá para o desenvolvimento do país", completa.
Para Glauco, investir em rodovias é investir no crescimento da economia do estado, bem como do país. "Em Santa Catarina, nós temos um custo de logística superior à média brasileira e superior a países que competem conosco. O que significa isso? Que o nosso produto está em desvantagem quando comparado com outros estados e outros países, portanto, nós precisamos investir fortemente para melhorar as condições da nossa infraestrutura. O estado é um estado competitivo, se nós melhorarmos a infraestrutura certamente vamos ter um espaço muito maior para os nossos produtos tanto no mercado nacional, quanto internacional", declara.
De acordo com o presidente, o estudo é apenas um passo na busca por uma infraestrutura melhor na região. Votar de forma consciente nas eleições deste ano e ter uma sociedade mobilizada são decisões que precisam ser tomadas para sensibilizar o governo. "Nós temos que continuarmos mobilizados fazendo um grande esforço no sentido de convencer o governo da necessidade de ter um olhar diferenciado para um estado que é diferenciado como o estado de Santa Catarina", afirma.
O primeiro vice-presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destaca que Santa Catarina foi abandonada pelo Governo Federal. "Na verdade, o estado de Santa Catarina tem sido abandonado pelo Governo Federal e cabe então a sociedade de forma organizada fazer com que as autoridades possam então atender, o que não é um favor para Santa Catarina, o que é um direito de Santa Catarina", declara ao completar que pensar na melhoria da infraestrutura é pensar no crescimento da indústria. "Nós somos o único estado com a sanidade animal livre de febre aftosa sem vacinação e precisamos então fortalecer a nossa indústria, principalmente o agronegócio, para que Santa Catarina possa então ter uma participação mais efetiva e mais forte no cenário nacional", avalia.
Aguiar salienta que todo o material produzido pela Fiesc é entregue aos deputados estaduais, federal e também ao governo do Estado como forma de sensibilizar as autoridades e buscar apoio para as melhorias necessárias nas rodovias.
HISTÓRICO
As obras de adequação para a ampliação de capacidade e restauração da rodovia BR-163 foram contratadas pelo DNIT em maio de 2013 com prazo de conclusão para maio de 2015. O levantamento revela que a execução das obras do contrato firmado estava em ritmo muito lento nos últimos quatro anos e, atualmente, encontra-se em fase de rescisão. Estima-se que foram executados 36% das obras de terraplenagem e pavimentação contratadas e, com a paralisação, constatou-se a deterioração do trabalho realizado, acarretando prejuízos à segurança e à trafegabilidade. Somente no sub-trecho entre o entroncamento da BR-282 (São Miguel do Oeste) e Guaraciaba ocorreram, no ano passado, 40 acidentes com vítimas num trecho com 12 quilômetros de extensão. Além disso, entre São Miguel do Oeste e o entroncamento com a BR-280/PR existem aproximadamente 120 imóveis cadastrados e ainda não indenizados, com um custo estimado de aproximadamente R$ 16 milhões.
O ESTUDO
O trabalho da FIESC mostra ainda que grande parte da extensão do segmento necessita de obras emergenciais para a recomposição do pavimento. Outro precisa de reparos superficiais e outros trechos precisam de melhorias profundas para corrigir afundamentos e deformações plásticas do pavimento, flechas acentuadas nas trilhas de roda e desníveis entre a faixa de tráfego e laterais. A rodovia também necessita da execução de roçadas, implantação de sinalizações horizontais e verticais, conservação corretiva rotineira e preventiva periódica. O trabalho também aponta que em boa parte do trecho avaliado não há acostamento e os espaços disponíveis estão deteriorados ou têm largura insuficiente para a parada emergencial de veículos.
SAIBA MAIS
Ponte Peperi-Guaçu: Ainda em São Miguel, foi apresentado vídeo que mostra a ponte sobre o rio Peperi-Guaçu, que liga o município de Paraíso, no Extremo Oeste, à província de Missiones, na Argentina. A obra foi construída por empresários em 1994, mas aguarda a implantação de estrutura aduaneira para legalizar a passagem cargas e turistas.
VÍDEOS
Clique aqui e assista ao vídeo que mostra a situação da BR-163






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