Seminário Estadual aprofunda o fortalecimento da Agroecologia

Seminário Estadual aprofunda o fortalecimento da Agroecologia
Folha do Oeste

Partilhar experiências, aprofundar o fortalecimento e sustentabilidade da produção de alimentos ecológicos e apontar caminhos estratégicos para a ascensão da agroecologia, essa foi a base da discussão do 5º Seminário Estadual de Agroecologia, sediado este ano pelo município de São Miguel do Oeste. O evento, que defendeu o tema “Campo e Cidade com vida saudável”, foi realizado nos dias 20 e 21 de maio, no Parque Rineu Gransotto, e reuniu aproximadamente duas mil pessoas, oriundas dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e também do país vizinho, Argentina. Dentre elas estudantes, técnicos ligados à extensão rural, professores e consumidores urbanos. Durante a cerimônia de abertura, realizada na manhã de quinta-feira, dia 20, as autoridades presentes elogiaram a iniciativa e apontaram a relevância de se desenvolver políticas públicas para fortalecer a agricultura e a ecologia, além de incentivar a produção e consumo dos alimentos ecológicos.
Para o coordenador geral do evento, Ivan Canci, o seminário objetiva ter a afirmação de que a agroecologia é possível de ser produzida e gerar renda para o agricultor. “Queremos pensar para a frente, e que este evento consiga fazer com que avancemos na organização desse processo de construção da agroecologia no Estado e por que não no nosso país”, enaltece.
O coordenador avalia positivamente a realização do evento e enfatiza que os objetivos da proposta foram alcançados. “Mas acho que esse debate sai fortalecido na região. Na região vamos continuar esse trabalho de articulação com várias entidades, para construir um programa regional de agroecologia. O seminário é um momento, o evento tem o caráter de alavancar o trabalho, porque se não houver articulação de pessoas e entidades de forma contínua, ele acaba perdendo seu efeito. Queremos aproveitar essa motivação para continuar o trabalho e buscar políticas públicas de consumo institucionalizadas, em hospitais, creches, escolas, além de políticas de financiamento que incentivem a produção de agroecologia, ao contrário de agroquímica”, destaca.
Representando o governador do Estado, o Secretário de Desenvolvimento Regional, Vilson Bratkowski, elogiou a iniciativa, e apontou a necessidade de se buscar uma melhor qualidade de vida com alimento agroecológico e incentivar a continuidade desse trabalho por meio da juventude. “Iniciativas desse gênero o Governo do Estado estará sempre presente e apoiando”, garantiu.
O evento também contou com a presença do delegado Estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Jurandir Gurgel, que sugeriu a produção articulada, em consonância com valores da alimentação sustentável. “A diversidade do estado de Santa Catarina resistiu às avalanches das ultimas décadas da chamada modernização do campo. A agricultura ecológica e sustentável é o que a sociedade procura e precisa. Para garantir isso, temos um conjunto de políticas públicas no Governo federal a fim de apoiar as iniciativas e consolidar o modelo equilibrado de produção. E acho que as parcerias com o Estado e as prefeituras municipais são fundamentais para ter o conjunto de políticas públicas necessárias a esses desafios e ter uma nova realidade do espaço rural”, argumentou.

INCENTIVO

Na oportunidade, o prefeito de São Miguel do Oeste, anfitrião do evento, realizou a entrega de um cheque no valor de R$ 5 mil para o representante da Adeosc, Nestor Luiz Breda. “Esta é uma modesta contribuição do município de São Miguel do Oeste para esse seminário”, declarou. Também entregou a lei que autoriza o repasse deste recurso e isenta as organizações que promovem o evento de qualquer taxa ou despesa com o Parque Rineu Granzotto. Em seu pronunciamento, o prefeito enfatizou o compromisso do município com o desenvolvimento regional. “São Miguel do Oeste, na condição de cidade polo do Extremo Oeste, precisa definitivamente assumir o compromisso de, a partir do nosso município, estabelecer uma discussão e políticas de desenvolvimento para toda a região. Os desafios são enormes, mas nós precisamos começar no nosso quintal de casa”, evidencia.

PAINÉIS E OFICINAS

Além de cinco painéis, o evento teve 12 oficinas temáticas com 26 experiências concretas de produção, organização social e alimentação, baseados nos princípios da Agroecologia. Estão programados cinco painéis abordando temas como: “Agroecologia x Agroquímica: Dois modelos em confronto”, “Agroecologia: Caminho de Autonomia e Sustentabilidade para a Agricultura Familiar Camponesa” e “Alimentação Saudável, Agrobiodiversidade e Consumo Consciente”, no primeiro dia do encontro (20 de maio). Os outros dois painéis, “Conhecimentos na Construção da Agroecologia” e “Agroecologia: Qualidade de Vida no Campo e Cidade” estão programados para o dia 21. As oficinas previstas trabalharam temas que vão desde os sistemas agroflorestais, as bioconstruções e energias sustentáveis, até horta agroecológica, fruticultura orgânica e plantas medicinais.
FEIRA DOS SABERES E DOS SABORES
Paralelamente ao evento, aconteceu a “Feira dos Saberes e dos Sabores Agroecológicos”, uma oportunidade de exposição, divulgação, troca de experiências e comercialização de produtos voltados aos princípios agroecológicos. Foram expostos produtos artesanais, chapéus, bolsas e enfeites com palha de milho, trigo, fibra de bananeira, juta, taboa (espécie de planta) e bucha; vassouras (técnicas de fabricação), cestas de vime, cuias, chinelos reciclados de pneus (tecnologia rural), muitas sementes e artesanatos com sementes, plantas medicinais, doces diversos, caixas racionais para criação de abelhas nativas e algumas tecnologias adaptadas no meio rural.


 

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