Segurança para quem pode pagar
Aumento da criminalidade e avanços tecnológicos impulsiona o mercado de segurança privada
Cada vez mais, as pessoas almejam se sentir seguras e confiantes de que, ao voltar para suas casas ou empresas tudo estará como foi deixado. Para suprir essa necessidade entram em cena as empresas de segurança privada. Nos últimos anos o setor vem crescendo significativamente. Atualmente existem em Chapecó 17 empresas desse tipo. O aumento da criminalidade assusta os morados e aqueles que têm mais condições financeiras pagam para proteger o patrimônio que possuem.
A empresa Patrimonial Segurança 24 Horas, possui cinco filiais, nas cidades de Chapecó, Concórdia, Caçador e Santa Rosa e São Miguel do Oeste. Segundo um dos proprietários da filial de SMOeste, Carlinhos Buratto, 700 colaboradores da Patrimonial trabalham para oferecer segurança para mais de 3 mil empresas e residências da região.
O aumento da criminalidade nas cidades de grande, médio e inclusive pequeno porte não é o único motivo que impulsiona o mercado de segurança privada. O avanço tecnológico também contribuiu para isso. \"Começamos em 1995 e na época usávamos um alarme simples, que era instalado na casa e ligado em um telefone comum. Quando disparava informava apenas o nome da empresa. Depois passamos para um via Modem, contamos hoje com um alarme micro-processado, que passa a informação de quem o liga ou desliga, o horário e quem entrou no local. Além disso, tínhamos a comunicação apenas por telefone e agora via rádio e GSL\", conta Buratto.
O número de opções oferecido pelas empresas é grande e as pessoas vêm buscando novas alternativas para se protegerem e resguardar o seu patrimônio. SMOeste conta apenas com a empresa Patrimonial e a filial daqui também realiza a segurança de mais 12 cidades da região.
De acordo com Buratto a filial em São Miguel do Oeste é a menor. \"Nossa cidade ainda não tem a cultura da segurança privada. Uma das razões é que os órgãos de segurança pública são eficientes em relação a outras cidades. Em Chapecó, por exemplo, o problema com a criminalidade é muito grande. Para se ter uma idéia, no último mês três vigilantes meus foram baleados. Por isso trabalhamos também com cães adestrados, que é uma novidade no setor e dá mais segurança ao vigilante\", explica.
Apesar de ser a menor filial, a empresa conta com 320 clientes no município e segundo Burato, pelo menos cinco pessoas procuram o serviço por mês. Maria Regina Baldissera é uma de suas clientes. Para ela a segurança privada é muito importante, pois com o serviço pode se sentir mais tranqüila. \"É uma prevenção, pois minha casa é monitorada 24 horas por dia e se disparar o alarme os vigilantes da empresa irão agir e se necessário chamar a polícia. Claro que não impede que aconteça alguma coisa, mas dificulta a ação dos criminosos\", destaca.
Buratto também salienta que a segurança jamais será de 100%. \"Mas a gente vai mesclando meios para proporcionar maior segurança para o nosso cliente. A segurança pode não garantir o sucesso total, mas minimiza e neutraliza a ação dos delinqüentes\", afirma.
Segurança privada contribui no trabalho da polícia
Segundo o major sub-tenente Aldo Antônio dos Santos Júnior, o trabalho da segurança privada só vem a somar com o da polícia. \"A Polícia Militar tem a sua função devidamente estabelecida no artigo 144 da Constituição Federal, que é: promover a segurança pública, através da polícia ostensiva. Mas existem casos em que a pessoa precisa de segurança particular e isso não entra mais no âmbito da segurança pública\", explica o major.
Segundo ele, o comando da PM de São Miguel do Oeste vê essas empresas como órgãos que podem, de maneira direta e indireta, contribuir para gerar informações e insumos para aperfeiçoar e melhorar a segurança pública. Ele afirma que em municípios pequenas com SMOeste essas empresas são menores.
Quanto maior a população das cidades, maior a demanda para questões de segurança pessoal o que reflete no maior número dessas empresas. \"Mas não podemos correlacionar que a insegurança das pessoas gera o aumento dessas empresas de segurança. Em cidades maiores existe uma demanda maior\", afirma Santos Júnior.
Ele alerta, contudo que as empresas de segurança privadas devem ser cadastradas na Polícia Federal. \"A preocupação da polícia são as empresas clandestinas, que não são credenciadas. Mas as que operam na legalidade são nossas parceiras em prol da promoção da segurança pública\", destaca Aldo.
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