Adotada nova metodologia para monitoramento e combate ao mosquito da dengue |
Operários cruzam os braços nas obras do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso

Trabalhadores fizeram paralisação em função dos salários atrasados e cobram uma solução
Nesta semana, operários da empresa Concretil, responsável pela construção da obra do Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, que preferiram não se identificar, procuraram uma emissora de rádio de São Miguel do Oeste, revelando que estavam de braços cruzados há pelo menos 10 dias, por ainda não terem recebido os salários do mês de abril. A informação causou mais uma vez discussões e apreensão, pois certamente isso acarretará em atraso na conclusão dos trabalhos.
Após essa informação, imediatamente a Secretaria de Desenvolvimento Regional, através do secretário Vilson Bratkowski, divulgou uma nota oficial com explicações sobre o ocorrido. A nota começa esclarecendo que as obras do Hospital Regional estão em fase de conclusão, restando apenas um saldo aproximado de R$ 130 mil, de um contrato total de R$ 15 milhões, e que para a efetiva conclusão da mesma, técnicos e engenheiros vinculados à Secretaria de Estado da Saúde solicitaram alguns ajustes em determinados setores da construção.
Segundo Bratkowski, foi determinado que para ocorrerem novos pagamentos, seria necessária a entrega definitiva da obra. Ele comentou que os trabalhadores contratados pela Concretil não possuem vínculo empregatício com a Secretaria de Estado da Saúde, nem com a Secretaria Regional de São Miguel do Oeste. “Entendemos que é justa a manifestação dos funcionários da Concretil, porém é de responsabilidade dela o pagamento dos salários atrasados. Ao Estado compete somente o repasse de valores correspondentes às medições das etapas concluídas. Quando a empresa concluir o restante da obra, ela receberá o que é de direito”, afirma.
Bratkowski reconhece que, com o impasse, naturalmente acontecerão alguns atrasos para a entrega da obra física. Ele revela que estes R$ 130 mil são um saldo contratual, que avançaria um pouco além da obra e seria preciso que a Concretil produzisse mais. “Os fiscais do Governo entendem que até a empresa não colocar a mão na massa, os valores não serão repassados. Acreditamos que até a semana que vem o governo chame a empresa para que haja um entendimento. Eu estive na manhã de ontem na obra e o pessoal estava parado”, relatou.
EQUIPAMENTOS
Questionado sobre como anda a aquisição de equipamentos, Bratkowski informou que na quinta-feira chegaram mais duas mesas cirúrgicas e demais aparelhos. O secretário revela que toda semana estão chegando equipamentos e o montante dos investimentos que se encontra dentro do hospital já atinge mais de R$ 3 milhões em equipamentos postos. “Faltam chegar os aparelhos de raios-X, o tomógrafo, e o de oftalmologia entre outros tantos”, informa.
ADMINISTRAÇÃO
Sobre a organização social que será responsável pela adminsitração do hospital, Bratkowski relatou que o prazo para habilitações se expirou e a informação que ele tem é de que até a metade do mês de junho, se não houver nenhuma contestação, será conhecida a entidade vencedora da licitação.
Operários estão à quase dois meses sem salários
Na tarde de ontem, a reportagem do Folha do Oeste se deslocou até o hospital para verificar a real situação. Na oportunidade, não havia nenhum responsável pela empresa Concretil. Apenas um grupo de sete funcionários que estavam de braços cruzados. Eles afirmam que agora no começo de junho completarão 60 dias sem salários. O pedreiro Olivo José Borges, que está trabalhando há 3,6 anos na obra, disse que houve alguns atrasos no pagamento de salários, mas nada de tão grave como agora. “ A gente cobra da empresa e eles dizem que têm dinheiro para pagar. Eu fui demitido e me mandaram procurar meus direitos. Ao todo são quatro ou cinco demitidos, mas não vamos sair daqui até não acertarem conosco, porque ainda estamos registrados e não tem como irmos procurar outro emprego”, disse.
Eles foram unânimes em dizer que ficarão unidos e farão plantão no hospital. De posse dos cadeados do portão, os empregados disseram que não vão deixar nenhum caminhão entrar na obra, a menos que recebam os salários. Borges, que é uma espécie de porta-voz dos colegas, comentou que aqueles que não foram demitidos, após receberem os atrasados continuarão trabalhando e os outros vão procurar outro emprego. “Se as coisas continuarem assim, será difícil a obra ficar pronta nesse ano”, alertam.
De acordo com Borges, até os patrões os abandonaram e agora o jeito é um colega ajudar o outro. Para eles, a culpada por tudo isso é a empresa, pois, na visão deles, o governo foi certo. Um operário que não foi demitido disse que quando receber seus salários, dará o fora. “É cruel. Temos contas em lojas, mercados, aluguel, água, luz, além de filhos para sustentar. Eles acham que vamos concluir a obra sem salários. Não somos objetos”, dizem.
Borges afirmou ainda que ninguém vai arredar o pé do local. “Parado em casa ou aqui é a mesma coisa. Vamos sair daqui só após receber”, finalizou.
Mais sobre:
Deixe seu comentário