Baseado nos valores que serão gastos para a construção do Hospital Regional de Francisco Beltrão, o presidente da Câmara de Vereadores, Raul Gransotto (PSB), denunciou que há indícios de superfaturamento nas obras do Hospital Regional de São Miguel do Oeste. O vereador participou do lançamento da pedra fundamental da obra e esteve reunido com o prefeito da cidade do sudoeste paranaense, Vilmar Caordasso e com o Secretário Estadual de Obras do Paraná, Luiz Caron.

Segundo o vereador, a obra em Francisco Beltrão está orçada em R$ 14 milhões, com uma área superior a 12 mil m² e 152 leitos (20 destinados para a UTI). \"Em São Miguel, o valor é de R$ 17 milhões para uma área de 10.050m² e apenas 52 leitos\", compara o presidente. Ele destaca que sua afirmação leva em conta o que está no memorial descritivo. \"Vamos ter menos e pagar mais\", sintetiza.

Para Gransotto é inadmissível pagar R$ 3 milhões a mais por uma obra que terá uma área menor (em torno de 2.300m²) e com 100 leitos a menos. Ele relata, ainda, que no município do Paraná a prefeitura doou o terreno, e aqui o imóvel teve que ser comprado. \"Com o montante a mais que será gasto daria para construir 250 casas populares ou 10 creches, nos mesmos moldes que a edificada no Bairro São Gotardo\", assegura o presidente do Legislativo.

Outro fato, apontado pelo parlamentar, é que, segundo informações obtidas com o prefeito de Francisco Beltrão e com o secretário Estadual de obras do Paraná, todo o processo, da fase de licitação até o lançamento da pedra fundamental, levou em torno de 45 dias, sendo que nenhuma empresa participante entrou na justiça. \"Isso prova a idoneidade dos trabalhos realizados em Beltrão\", enfatiza Gransotto.

Ele ressalta que a novela da construção do hospital regional se arrasta há mais de um ano e todos que participaram da licitação recorreram à justiça. \"Isso demonstra que as coisas por aqui estão sendo conduzidas de forma equivocada ou suspeita\", finaliza o vereador.