Feira Solidária estimula criação

O projeto prevê transformar a feira municipal em um mercado público da região

No último sábado, dia 4, São Miguel do Oe-ste foi palco da realização da I Feira Regional de Economia Solidária e Agricultura familiar do Extremo Oeste Cata-rinense. O evento aconteceu na área coberta da Praça Walnir Bottaro Daniel e contou com a exposição de 52 expositores dos municípios da Ameosc, Amerios e do município de Chapecó. Conforme o representante do Consad (Consórcio de Segu-rança Alimentar e Desen-volvimento Local), que apóia o evento, Silvio Dill, o maior objetivo da realização desta feira foi descobrir novos empreendimentos locais, a fim de estimulá-los à formação de uma cooperativa e à fundação de um banco social. Para isso, uma moeda social chamada "Solidário", foi utilizada na compra dos produtos que estavam sendo expostos.

            De acordo com Dill, a Economia Solidária é um jeito diferente de as pessoas se organizarem em torno de seus trabalhos e dos benefícios que estes podem produzir. É um movimento de organização de homens e mulheres, que através de associações, cooperativas, grupos formais ou informais e trabalhos coletivos passam a desenvolver formas de geração de trabalho e renda, onde buscam satisfazer suas necessidades fazendo uso de recursos naturais de forma responsável e consciente.

            Ele destaca que a avaliação da feira quanto a descobrir novos empreendimentos foi muito positiva. “Essa expectativa de fato se confirmou, vieram vários empreendimentos e puderam demonstrar importantes produtos, muita coisa que estava no anonimato apareceu, empreendimentos que a gente não sabia que estavam fabricando, como roupas íntimas, no interior de Barra Bonita, a industrialização de produtos comestíveis em vários municípios, o artesanato apareceu com grande destaque, importantes e bons produtos ganharam ênfase com a feira”, avalia. Ele adianta que novas edições da feira já estão sendo estudadas, inclusive com a realização paralela de outros eventos, como shows, para atrair a presença de mais visitantes.

O BANCO

            O organizador enfatiza que outra estratégia importante da feira foi apresentar, pela primeira vez na região, uma moeda social que tem como propósito a implantação do Banco Social do Extremo Oeste. A feira foi promovida pelo Feoes (Fórum do Extremo Oeste de Economia Solidária), que há cerca de dois anos estuda a possibilidade de estabelecimento do banco social. O exemplo da iniciativa foi encontrado no estado do Ceará, quando uma equipe do Feoes de São Miguel do Oeste estudou por uma semana um banco social semelhante no sentido de aplicarem a idéia em Santa Catarina. Dill destaca que já existem entidades que manifestaram ser apoiadoras desse banco.

            Entre as vantagens que o banco social traz para o associado é a facilidade no acesso ao crédito e com taxas de juros compatíveis com o rendimento do empreendimento. “Quantas pessoas ou empreendimentos hoje têm muitas dificuldades ou nem conseguem ter acesso ao crédito. E é aí que entra o banco social com suas linhas de crédito facilitadas, com taxas de juros compatíveis com o rendimento do negócio. Um empreendimento que está iniciando só se viabiliza de fato se existe o acesso às políticas de crédito, e que esse empreendimento renda o suficiente para sustentar o dono e sobre para pagar os encargos”, aponta Dill.

            O apoiador evidencia que a meta deste projeto é fortalecer a produção e comercialização local, ser o fator de geração e emprego, de capacitação e também dos trabalhadores que saem da informalidade para a formalidade para que o seu trabalho seja reconhecido legalmente no cenário da comercialização.

MERCADO MUNICIPAL

            Conforme o representante do Consad, a implantação desse projeto está se prolongando há mais de dois anos e ainda não foi colocado em prática. Ele destaca que, ainda na administração do prefeito João Vallar, o Governo federal disponibilizou R$ 155 mil para a execução do projeto. “O problema é que algumas coisas fogem do nosso gerenciamento, o ponto para a fixação dessa comercialização será a feria municipal de São Miguel do Oeste. O objetivo é de que o banco passe a funcionar nesse local e a feira se torne um Mercado Público da região. Contudo, para que isso aconteça, a estrutura precisa passar por melhorias e adequações como uma reforma interna, assim como a adequação dos boxes para que possa receber os pontos físicos de comercialização, melhorias na rede elétrica para dar suporte a todos os equipamentos e o dreno para o saneamento básico. Hoje há uma conta no Banco Besc onde estão aplicados R$ 19 mil para fazer essa adequação física, que até agora não aconteceu. Estamos gestionando com a administração atual para que isso seja feito”, anuncia.         O prefeito de São Miguel do Oeste informou que a administração ainda está estudando esta possibilidade, porém ainda não há nada definido quanto à realização dessas adequações.

 

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