Depoimento de motorista de caminhão confere com levantamento policial

Acidente que matou cinco pessoas na BR 282 ainda está sendo investigado pela polícia

O mês de janeiro foi marcado por trágicos acidentes de trânsito em todo o Estado. O número de mortos chegou a 77. O acidente ocorrido na segunda-feira, dia 30, que resultou na morte de cinco pessoas, ainda está sendo investigado pela polícia. Na quinta-feira, dia 2, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Maravilha concluiu o boletim de ocorrência de trânsito.

O acidente aconteceu por volta das 11h na BR 282 no km 636, próximo a linha Santo Expedito e envolveu o veículo Corsa/Táxi, placa MFP 4132 de Maravilha e o Caminhão Scânia, placa MCE 1169 de Saudades ? SC, conduzido por Bemhor Marcelo Bersch, de 27 anos de SMOeste, que não sofreu ferimentos.

Quatro das vítimas eram da mesma família, que residia em Novo Hamburgo - RS: Nílson José Fell, de 46 anos, a esposa Loni Maria Fell, 43, os filhos Rafael Fell, 13, e André Artur Fell, 5 anos. A outra vítima fatal foi o taxista Edson Weitz, de 37 anos.

Segundo a delegada da Polícia Civil de São Miguel do Oeste, Vanessa Cunha Cancio, o inquérito será conduzido pela Delegacia de Descanso. Ela afirma que, por enquanto, a polícia investiga o envolvimento de um terceiro veículo no acidente. O motorista prestou depoimento à delegada na tarde de segunda-feira. \"Ele afirmou que o Corsa, que vinha em direção a São Miguel do Oeste, teria tentado ultrapassar um veículo de cor escura e ele vinha na mão contraria. O motorista disse que quando avistou o táxi foi para o acostamento, mas a roda ficou presa na canaleta e bateu em uma pedra. Com isso ele perdeu a direção e voltou para a pista, colidindo no Corsa\", explica a delegada.

\"Os vestígios encontrados no local do acidente confirmam que o táxi estava realmente ultrapassando outro veículo. O depoimento do motorista do caminhão confere com as informações do boletim de ocorrência. A carreta realmente bateu em uma pedra e perdeu o controle. A conclusão do levantamento aponta que a colisão foi transversal e o caminhão atingiu mais o lado do motorista\", relata o patrulheiro Ploudinei Mallmann.

O enterro das vitímas aconteceu na terça-feira

O enterro do motorista do táxi aconteceu na terça-feira, dia 31, em Maravilha. Ele atuava na profissão há 15 anos e já havia viajado por todo o país. Weitez foi enterrado ao lado da mãe, que faleceu há 16 anos.

A família gaúcha foi enterrada também na terça-feira às 16 horas em São Carlos, local onde tinham parentes. Nílson Fell, a esposa e os dois filhos estavam na casa do irmão, Nelvo Fell na linha Bela Vista em São Carlos desde a quarta-feira da outra semana, dia 25.

Segundo o sobrinho de Nilson, Luiz Fell, o carro da família estragou e então foi acionado o seguro, que contratou o táxi de Maravilha para trazê-los a São Miguel do Oeste, onde o veículo estava sendo consertado em uma concessionária. \"Na segunda-feira eles ligaram avisando que o carro estava pronto e o taxista de Maravilha veio buscá-los. Eles saíram daqui de casa era 9h40 e depois de pegar o carro iriam voltar para Novo Hamburgo\", conta o sobrinho.

Nilson Fell era enfermeiro do Hospital Regina de Novo Hamburgo desde 1999. Segundo a secretária da coordenação de enfermagem do hospital, Luciana da Silva, Nilson estava de férias desde 9 de janeiro e voltaria ao trabalho em 8 de fevereiro. Ele trabalhava também no Hospital Getúlio Vargas de Estância Velha, junto com sua esposa Loni, que era técnica de enfermagem. Ela trabalhava também no Hospital das Clínicas de Porto Alegre. O casal tinha apenas dois filhos.

Segundo Luciana, o Hospital Regina foi um dos primeiros a receber a trágica notícia. \"Foi muito triste. Toda a equipe, principalmente, os outros enfermeiros, ficaram abaladas\", conta. Em homenagem ao funcionário um dia depois do acidente foi realizada uma missa na capela do hospital. \"Ele era um enfermeiro muito querido\", conta a funcionária.

A secretária relata que poucos familiares sabiam do acidente e que o diretor técnico do Hospital Getúlio Vargas tentou entrar em contato com os pais de Nílson em São Carlos, mas foi informado de que eles eram falecidos. Esta informação foi confirmada pelo sobrinho de Nilson. Luiz contou que a família está ainda bastante abalada.

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