ALERTA

Região tem 14 municípios em situação de epidemia de dengue

  • Folha do Oeste -

A cada semana novos casos de dengue são confirmados na região e consequentemente mais municípios entram para a lista de cidades com epidemia da doença. Até o dia 30 de março, data da divulgação do último Informe Epidemiológico, dos 30 municípios de abrangência da Regional de Saúde, 14 já estavam em situação de epidemia de dengue. No período de 31 de dezembro de 2023 a 30 de março de 2024, também foram identificados 1.940 focos do mosquito Aedes Aegypti nos 30 municípios de abrangência da Região de Saúde do Extremo Oeste de Santa Catarina, sendo que todos são considerados infestados pelo vetor. Neste mesmo período, ocorreram 3.750 notificações para dengue na região Extremo Oeste, sendo 2.305 casos prováveis e 1.445 casos descartados.

Com base no último Informe Epidemiológico, dos 30 municípios do Extremo Oeste, apenas dois não tiveram confirmações de casos de dengue neste ano, sendo eles, Barra Bonita e São Miguel da Boa Vista. Já a cidade com maior número de casos, até o momento, é Itapiranga, que ultrapassou os 1,3 mil casos.

De acordo com Marciéle Bogo, bióloga na Unidade Descentralizada de Vigilância Epidemiológica - Gerência Regional de Saúde de São Miguel do Oeste, os 14 municípios em situação de epidemia de dengue, são: Itapiranga, Guarujá do Sul, Saudades, Maravilha, Santa Helena, Tunápolis, Mondaí, Dionísio Cerqueira, Tigrinhos, Palma Sola, Iporã do Oeste, São João do Oeste, Descanso e São Miguel do Oeste. Esses municípios apresentam taxas acima de 300 casos /100 mil habitantes, número definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Marciéle destaca que houve uma antecipação na transmissão dos casos. Antes se observava os registros dos primeiros casos entre final de fevereiro e início de março, e neste ano isso aconteceu já no mês de janeiro. “Como tem uma alta densidade de mosquito em praticamente todos os municípios, aos poucos, como as pessoas acabam circulando (estando com o vírus), acabam contaminando os mosquitos de outros municípios e acontecendo a transmissão”, explica.

A bióloga acrescenta que se observa um pico da transmissão na segunda quinzena de abril, e uma alta transmissão até o final do mês de maio, a partir daí se espera a redução da transmissão. Com este número elevado de casos, a profissional alerta que existe a possibilidade de se ter mais óbitos pela doença. “Quando tem um número alto de pessoas procurando atendimento, algumas pessoas que precisariam mais atenção e recursos, acabam não conseguindo receber toda essa atenção no início e o quadro clínico evolui muito rápido para a gravidade”, ressalta.

Na região há o registro de um óbito por dengue, confirmado no município de Itapiranga, e um em investigação no município de Princesa. “É um cenário preocupante na região, no estado e no Brasil. E ainda se observa a falta de insumos com relação aos testes para dengue”, acrescenta.

Outra preocupação, conforme a profissional da Gerência Regional, é que na região sempre ocorreu a circulação de um sorotipo de dengue, que era o Dengue Sorotipo 1, e esse ano também foi identificado o Sorotipo 2. “Quando tem introdução de um novo sorotipo podem ocorrer novas epidemias. E sabe-se que quando se tem a segunda infecção por dengue a pessoa tende agravar o quadro clínico. Esta nova sorotipagem torna a situação mais preocupante, pois o quadro clínico pode agravar muito fácil e as pessoas que ficaram doentes por Dengue 1, podem ficar por Dengue 2”, alerta.

Por todo estado ter decretado situação de emergência, e o Extremo Oeste ter apresentado aumento no número de casos, na região foi acionado o Grac (Grupo de Ações Coordenadas) junto com a Defesa Civil, que identifica as demandas e auxilia os municípios. A Regional de Saúde também tem a atribuição de orientar e direcionar os municípios da melhor forma, para que eles também possam atender da melhor forma os pacientes, conseguindo fazer o controle do vetor no tempo oportuno.


ORIENTAÇÃO

Marciéle reforça a orientação para que a comunidade colabore com as atividades desenvolvidas pelos municípios, e que cada um observe o seu imóvel, que é de sua responsabilidade, e adote as medidas necessárias, eliminando de forma correta os criadouros do mosquito. São medidas simples, mas que todos devem adotar, como fazer a limpeza das calhas e das caixas d’água. Também é importante que o morador receba o agente de combate às endemias, que repassará as orientações necessárias.

“Fica o alerta para que os municípios e a população colaborem no combate ao mosquito. Outra orientação é para que a população utilize repelente”, enfatiza.


SAIBA MAIS

A partir do ano de 2024, foi adotado o conceito de casos prováveis para avaliação do cenário epidemiológico. A classificação de casos prováveis refere-se a todos os casos notificados, confirmados, suspeitos, e inconclusivos, com exceção dos descartados. Assim, todos os casos suspeitos que foram notificados no sistema de informação serão considerados prováveis até que ocorra o encerramento da ficha. Conforme informado, isso permite uma análise mais precisa da situação, que corrige potenciais atrasos de conclusão dos casos notificados.




São Miguel do Oeste

 No município de São Miguel do Oeste, até a tarde desta sexta-feira, dia 5 de abril, já haviam sido confirmados 241 casos de dengue, outros 16 pacientes aguardavam os resultados dos exames. O município já enfrenta uma situação de epidemia de dengue e o pedido é para que a população colabore no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, eliminando recipientes com água parada.

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