Confiança do consumidor brasileiro recua em agosto, aponta FGV
A confiança do consumidor brasileiro apresentou nova queda em agosto, de acordo com levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 0,5 ponto, alcançando 86,2 pontos. O resultado reflete um cenário de maior preocupação com o futuro, marcado pelo aumento do endividamento e pela insegurança financeira das famílias.
Segundo a economista Anna Carolina Gouveia, do FGV IBRE, a confiança tem oscilado dentro de uma mesma faixa nos últimos meses, sem indicar melhora significativa: “o indicador permanece em níveis desfavoráveis, sinalizando cautela do consumidor”.
Índice de Expectativas recua
O recuo de agosto foi puxado principalmente pelo Índice de Expectativas (IE), que caiu 1,3 ponto e atingiu 88,1 pontos. Entre os itens que compõem o IE, a percepção sobre a situação econômica futura do país caiu 2,8 pontos, registrando 97,7 pontos. Já a situação financeira futura das famílias teve queda de 2,6 pontos, chegando a 79,8 — o menor patamar desde setembro de 2021.
Para especialistas, esses números refletem o impacto direto da inflação persistente, do crédito mais caro e da alta inadimplência, fatores que afetam a confiança das famílias em relação ao futuro.
Situação atual mostra leve melhora
Apesar da queda nas expectativas, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,1 ponto em agosto, chegando a 84,5 pontos. Dentro desse indicador, a avaliação sobre a situação financeira atual das famílias avançou 2,6 pontos, alcançando 75,4. Essa é a segunda alta consecutiva, sugerindo uma melhora pontual na percepção do presente, embora ainda em níveis considerados baixos.
O que os resultados indicam
De forma geral, os dados mostram que, mesmo com algum avanço no curto prazo, o consumidor brasileiro segue mais preocupado com o que vem pela frente. A combinação de endividamento elevado, inadimplência crescente e incertezas sobre a economia ainda limita a retomada da confiança.
Para o mercado, o comportamento do consumidor é um termômetro importante, já que influencia diretamente o ritmo de consumo, crédito e investimentos no país.
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