Região possui uma epidemia concentrada de hepatite

No dia 28 de julho é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Uma data voltada especialmente para alertar a população sobre este grave problema de saúde pública no país, no mundo e até mesmo na região, onde há uma epidemia concentrada de casos.

De acordo com a coordenadora do Departamento de IST/Aids e Hepatites Virais de São Miguel do Oeste, Juliana Pinheiro, a hepatite é uma infecção que acomete principalmente o fígado, causando desde alterações leves, moderadas, até alterações graves quando não é feito o diagnóstico precoce. São infecções silenciosas, pois geralmente não apresentam sintomas.

Para reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais, o Julho Amarelo foi instituído no Brasil em 2019. "Quando falamos em hepatites virais ela é na maioria dos casos assintomática, não apresenta sintomas aparentes, mas está modificando o organismo, principalmente o fígado, por isso da importância de procurar fazer o exame precocemente", orienta. Juliana destaca que quando a hepatite apresenta sintomas, estes podem ser: febre, fraqueza, mal estar, dor abdominal, náusea, vômito, perda de apetite e urina escura.

A prevenção das hepatites virais é possível através do uso de preservativo nas relações sexuais, que é uma das principais formas de contaminação, e o não compartilhamento de objetos perfuro cortantes entre as pessoas, como lâminas de barbear, alicate, cortadores de unhas e agulhas. Outra forma de prevenção é por meio da imunização. Na rede SUS, existe a vacinação para hepatite, e todas as pessoas devem receber três doses. Quem não tem este registro na Caderneta de Vacinação ou tem dúvida sobre a imunização, deve procure a equipe de Saúde para verificar. "Este é um desafio que fizemos para a população, para checar as suas cadernetas. Temos uma epidemia concentrada, por isso é importante que as pessoas tenham recebido essa imunização", alerta a coordenadora do Departamento.

Juliana acrescenta que em São Miguel do Oeste, há um ambulatório de hepatites virais exclusivo para atender os pacientes da cidade. Atualmente estão notificados no sistema 503 casos, mas acredita-se, por estimativa, que mais de mil pessoas tenham hepatites virais. Talvez muitas ainda não pensaram em fazer o teste, foram em consultórios particulares e ainda não foram notificadas, ou outras situações.

A profissional alerta que há uma epidemia concentrada de hepatite B na região há muitos anos. Dos 503 casos, mais de 450 são de hepatite B, e o grande desafio com relação as hepatites é que seja feito um diagnóstico precoce, evitando com isso que ocorram novas transmissões deste vírus entre a população. Neste sentido, para saber se tem ou não hepatite, existem exames específicos para diagnosticar hepatite B, hepatite C e para saber se tem imunidade. Estes exames podem ser solicitados por qualquer médico, e são ofertados na rede SUS. "Temos a testagem rápida em todas as unidades de saúde, que a pessoa pode estar fazendo para saber se tem ou não a hepatite B ou C", orienta. A população também pode fazer agendamento para testagem rápida das hepatites, basta ligar no (49) 3631 2066 e agendar, para evitar aglomerações. O agendamento será para o mês de agosto.

ATENDIMENTO

Em SMOeste, no ano de 2021, uma nova estratégia foi adotada no atendimento aos pacientes com hepatites. Antes, as medicações para quem tem hepatite eram dispensadas junto a farmácia central. Agora, os pacientes devem retirar a medicação no ambulatório, assim a equipe está conseguindo trabalhar a adesão, e dispensar os medicamentos de forma pontual. A médica infectologista Priscila Garrido Bratkowski também faz o acompanhamento aos pacientes de SMOeste. "Temos este atendimento gratuito pelo SUS, e estamos de portas abertas para qualquer orientação e dúvida sobre as hepatites", afirma a coordenadora do Departamento.