O cenário com relação à dengue segue preocupante em Santa Catarina, e também na região, que tem seus municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus. Na área de abrangência da Ameosc (Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina), os municípios de Itapiranga e São João do Oeste já atingiram o nível de epidemia de dengue.
Em Itapiranga, até a sexta-feira, dia 12 de maio, já haviam sido registrados 121 casos confirmados da doença, e o número de casos suspeitos chegava a 441. A situação é de alerta e requer o envolvimento de todos no combate ao mosquito. De acordo com a secretária de Saúde, Clair Heinen, a orientação para a comunidade é para eliminar criadouros do mosquito, limpar e roçar terrenos, não acumular lixo, e eliminar toda água parada em recipientes, seja a água limpa ou não.
Outra orientação importante é para que a comunidade utilize repelente, para reforçar a proteção. A secretária ainda destaca que a população deve ficar atenta e procurar atendimento se identificar dor nas articulações, dor de cabeça, dor no corpo, e febre. Além disso, orienta-se para que os pacientes iniciem a hidratação imediatamente. “A hidratação, que é tomar líquido, é muito importante, pois a dengue desidrata muito a pessoa”, ressalta.
Clair cita que diversas ações já foram realizadas e estão sendo desenvolvidas no município para evitar que a situação se agrave. Conforme ela, já foram realizados mutirões de recolha de lixo e entulhos, palestras, e repassadas orientações por meio da equipe de agentes de endemias e agentes de saúde. Segundo ela, a equipe segue monitorando e acompanhando a situação, dando continuidade nas orientações para a população.
Em São João do Oeste, município que também registra epidemia de dengue, o último boletim indicava 41 casos confirmados de doença, e 12 casos suspeitos. A informação é do secretário de Saúde, Paulo Rech. De acordo com ele, a situação é preocupante, pois aumenta o fluxo de pacientes para atendimento e isso requer uma atenção especial dos profissionais da Saúde. “Mas, não estamos medindo esforços para que esta situação possa ser amenizada, dando uma resposta positiva na área da saúde para toda a população”, afirma.
O secretário cita que várias ações já têm sido desenvolvidas no município no combate à dengue. Conforme ele, foi realizada uma ação com drones para vistoriar o perímetro urbano de São João do Oeste, assim como Beato Roque e Cristo Rei, para identificar pontos com água parada. Onde foram identificadas situações de risco, os moradores foram notificados, e uma nova ação com drones será realizada em breve, a fim de verificar se as situações onde foram detectadas água parada foram solucionadas.
Rech destaca que outra atividade desenvolvida no município foi realizada em parceria com o 14º RCMec. Além disso, a equipe de agentes segue orientando a população para efetuar a limpeza nas residências e terrenos, eliminando recipientes com água parada.
A coordenadora do Colegiado de Saúde da Ameosc, secretária de Saúde de Guaraciaba, Daiane Dorigon, reforça que o cenário regional é preocupante, mas, que está recebendo uma atenção especial através das atividades que são desenvolvidas nos municípios, que contam também com o apoio da Regional de Saúde do Estado, para aplicação do inseticida para matar o mosquito adulto e tentar amenizar a situação, evitando um cenário mais grave.
De acordo com ela, na região, além dos dois municípios com registro de epidemia, as demais cidades estão com transmissão, mas, com os casos controlados. O que precisa, segundo ela, é focar na eliminação dos criadouros, é preciso eliminar qualquer recipiente ou objeto que possa acumular água, para evitar com isso a proliferação do mosquito. “Não é com a chegada do frio, que as ações têm que parar, elas devem continuar. Devem acontecer principalmente no período do frio, para quando chegar na época de calor a situação for favorável”, alerta.
A representante do Colegiado de Saúde cita ainda que a orientação aos municípios é para reforçar as atividades de campo, de eliminação dos criadouros, e atentar para os sinais e sintomas, pois a dengue também mata. O estado já registrou óbitos pela doença, então há uma preocupação bastante grande neste sentido. Na dúvida, a orientação para a população é sempre procurar atendimento médico. “E a medida indicada é para que todos se engajem, população, entidades, órgãos de administração, para lutar contra o mosquito, eliminando os criadouros”, ressalta.
Em Guaraciaba, a situação está mais controlada neste ano. Daiane lembra que neste mesmo período no ano passado, Guaraciaba já tinha registrado mais de 1,2 mil casos da doença. E neste ano, o município registrou três casos confirmados de dengue. “Isso demonstra todo o trabalho que foi desenvolvido pela equipe de endemias, administração, e agentes comunitários de saúde neste ano. Temos um cenário totalmente diferente do vivido neste mesmo período no ano passado”, avalia.
A secretária ainda comenta que a equipe também foi ampliada, e hoje Guaraciaba conta com quatro agentes de endemias. O trabalho tem sido intenso na eliminação de depósitos com água parada, no entanto, foi identificado no município, através do LIRAa, que o problema está nos pequenos objetos de fundo de quintal e em terrenos baldios, por isso a importância e o pedido do envolvimento da população, para que fiscalize seus ambientes, e elimine qualquer recipiente com água parada.

ATUALIZAÇÃO

Em São Miguel do Oeste, até sexta-feira, dia 12, já haviam sido confirmados 10 casos de dengue. Além disso, seis pacientes aguardavam os resultados dos exames. A informação foi repassada pela equipe da Vigilância Epidemiológica.
Em caso de sintomas de dengue: febre alta (39° a 40°C) de início súbito, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos, manchas pelo corpo que podem atingir face, tronco, braços e pernas, perda de apetite, náuseas e vômitos, a orientação é procurar a Unidade Básica de Saúde, para o primeiro atendimento.