Pesquisa afronta alimentos transgênicos

Ingestão continuada e em larga escala de alimentos modificados podem causar danos desconhecidos à saúde

Ativistas de movimentos ecológicos de todo o mundo ganharam importante reforço para seus argumentos contrários à manipulação genética de alimentos. O jornal britânico The Independent publicou, na edição de domingo, dia 22, uma reportagem baseada em dados retirados de um relatório secreto de 1.139 páginas, segundo o qual, ratos alimentados com milho geneticamente modificado apresentaram diminuição no tamanho dos rins e modificações na composição do sangue. O relatório, produzido pela Monsanto, uma das líderes mundiais em pesquisa e produção de alimentos geneticamente modificados, diz ainda que as cobaias alimentadas com milho produzido através de métodos convencionais não apresentaram os mesmos sintomas. Especialistas ouvidos disseram que as alterações sanguíneas apresentadas pelos roedores submetidos à dieta rica em milho transgênico podem significar que houve danos ao sistema imunológico ou algum desequilíbrio orgânico. Os resultados são preocupantes do ponto de vista médico. A Monsanto se apressou em tentar minimizar o teor do documento divulgado. De acordo com a multinacional dos alimentos, as anomalias verificadas são ?insignificantes?? e refletem ?variações normais entre ratos??. As revelações surgem em meio a um intenso debate em torno da liberação ou não de alimentos geneticamente modificados para venda ao público no continente europeu. Para os ambientalistas britânicos o conteúdo do relatório da Monsanto reforça os resultados apresentados por uma pesquisa realizada há sete anos que apontava danos à saúde de ratos alimentados com batatas transgênicas. A pesquisa, conduzida pelo cientista Arpad Pusztai, relatou ter descoberto uma ??longa lista de diferenças relevantes?? entre ratos alimentados com batata transgênica e aqueles que receberam batata convencional o que, segundo ele, indicaria que a ingestão continuada e em larga escala de alimentos geneticamente modificados poderia, também, causar danos ainda desconhecidos à saúde de seres humanos. Neste estudo recente da Monsanto, os ratos que apresentaram variações no sangue e no tamanho dos rins receberam o milho chamado de MON 863, manipulado geneticamente pela empresa para se tornar resistente às chamadas ??lagartas do milho??, que atacam a raíz das plantas, causando enormes danos às plantações. A divulgação da pesquisa esquentou a polêmica sobre a segurança dos alimentos geneticamente modificados na União Européia. Na terça-feira, a Autoridade Européia de Segurança Alimentar pediu cópia da pesquisa à empresa Monsanto sobre o milho MON 863.
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