Comenda do Legislativo Catarinense será entregue nesta segunda-feira |
Quando o economista e empresário Jungles Silvio Wegher, de São Miguel do Oeste, teve a ideia de criar um aplicativo para facilitar a gestão do ponto em empresas, em 2019, não imaginava que em apenas dois anos a startup abriria uma filial em outro país - a empresa chegou a Portugal. Participante da primeira edição do Programa Centelha e uma das ganhadoras do Acelera SC em 2021, a Iopoint tem contado com o apoio da Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Santa Catarina) ao longo de seu desenvolvimento.
Criada a partir da observação das dificuldades de muitas empresas - incluindo a que Wegher tinha - em ter informações e fazer a gestão do ponto dos funcionários, a Iopoint trouxe ao mercado uma solução para um problema antigo. Segundo Wegher, observando que o relógio ponto ficava apenas dentro da empresa, o que dificultava a gestão das equipes quando havia funcionários trabalhando externamente ou de forma remota, surgiu a ideia de fazer um produto que pudesse resolver a situação de maneira prática.
O mercado regional aceitou bem o aplicativo e logo Wegher, acompanhado pelos sócios Mario Ferrari, Gabriel Moreschi e Patrik Tarouco, iniciou a formalização do empreendimento e profissionalizou o negócio. "As empresas precisam controlar o ponto dos funcionários, mas as ferramentas que existiam não permitiam que fosse feita 100% da equipe. Imagine um relógio ponto para controlar uma grande corporação, uma empresa que tem funcionários em outros países ou cidades. O custo da infraestrutura se torna grande e acaba caindo na informalidade e o colaborador não registrando o ponto. O nosso aplicativo diminui a infraestrutura e tem sinal GPS, por isso, funciona tanto off-line quanto on-line. Com essa solução a empresa consegue ver onde o colaborador está prestando serviço e definir o raio onde o colaborador pode bater o ponto", explica Wegher.
Incentivo que vai aumentar o faturamento
A Iopoint está entre as 25 startups aprovadas no Programa Acelera Startup SC que receberam R$ 50 mil cada. A iniciativa da Fapesc e do Sebrae/SC concedeu R$ 1,25 milhão para que as startups selecionadas por meio de chamada pública, possam desenvolver suas soluções inovadoras para os desafios do mercado e que sejam escaláveis, ou seja, com alto potencial de crescimento.
Para Wegher, o Acelera SC vai permitir que o produto chegue a um novo momento. Por meio deste recurso, a startup irá pesquisar e desenvolver um identificador facial, com o objetivo de aumentar a segurança e a qualidade da informação coletada do ponto. "Ganhar este incentivo nos mostrou também que a nossa ideia tem viabilidade e mercado para ser explorada. Teremos geração de três bolsas para pesquisa e a oportunidade do nosso produto se tornar referência no mercado. Além disso, prevemos um aumento de 50% do faturamento da empresa quando esta solução já estiver disponível no mercado", revela.
Estratégia internacional
Recentemente, a Iopoint iniciou as atividades da sua primeira filial em outro país. A estratégia é que, a partir de Portugal, a empresa comece a se desenvolver no mercado europeu. "A dor das empresas portuguesas é semelhante à nossa. A legislação trabalhista brasileira é próxima porque herdamos muitas leis de Portugal e várias se baseiam no Estado português. Por ser um bloco, as leis da União Europeia são próximas à unificação, entendendo algumas peculiaridades de cada país. Por ser um mercado à frente da época é que existe a necessidade de uma modernização. Pretendemos ter a Europa como nosso segundo maior mercado", conta.
O presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen, salienta a força e a vontade da startup em empreender e buscar novos mercados. "A Iopoint está trabalhando muito no modelo de negócio e no sistema comercial de venda dos produtos. Estão fora do eixo principal de inovação das grandes cidades e, com certeza, imprimem ainda mais forças para o seu trabalho. Participaram da primeira edição do Programa Centelha e foi selecionada no Acelera SC, em parceria com o Startup SC, recebendo capacitação do Sebrae. Se não fosse só isso, que é meritório, deu um passo maior participando da missão catarinense para a Web Summit em Portugal e criaram seu CNPJ para expandir o mercado da empresa e levar o produto para o exterior", destaca.
Web Summit
A Iopoint fez a sua primeira participação em um evento internacional como expositora no Web Summit 2021, em Lisboa. O maior evento de tecnologia do mundo recebeu 40 mil pessoas entre os dias 1º e 4 de novembro, e a Fapesc também esteve presente, por meio de seu presidente, que na ocasião representou o Governo de Santa Catarina.
Para Wegher, participar do evento foi uma grande vitrine para a Iopoint: o levantamento de oportunidades de negócios teria a capacidade de gerar 10 vezes o seu faturamento atual. "Olha o significado disso para nós, uma empresa de São Miguel do Oeste expor no maior evento de startups do mundo. Isso foi possível através do Sebrae e da Fapesc, e mostra que o estado tem um ecossistema com qualidade e boas iniciativas", ressalta.
Segundo Holthausen, a participação da comitiva catarinense no evento foi importante por diversos motivos, entre eles, a retomada dos eventos presenciais, a abertura das fronteiras internacionais e a possibilidade de fazer contatos e articulações para o desenvolvimento de novos programas a partir da Fapesc, especialmente a respeito da internacionalização, empreendedorismo inovador e geração de startups. "Temos diversos programas que têm como mote a internacionalização e participamos ativamente de várias chamadas internacionais. Durante o período mais crítico da pandemia, tudo tinha ficado suspenso, mas com a retomada da abertura das fronteiras, vamos desenvolver novas e profícuas parcerias", afirma o presidente da Fapesc.
Holthausen ressalta que a visão empreendedora das pessoas de diversos países, mostra aos brasileiros que é preciso pensar no mercado de forma global, e não apenas nacional. Além disso, ele pontua que o evento permitiu trocar experiências com algumas entidades do Brasil e conhecer as oportunidades que outros países dão para startups brasileiras.
A partir do Web Summit, Fapesc e Sebrae SC estreitaram ainda mais a parceria e, segundo o presidente da fundação, já retornaram de Lisboa desenhando várias ações para o próximo ano, como o mapeamento dos programas da Fapesc cujos participantes já possuam maturidade para fazer negócios internacionais, além de planejar missões internacionais para países que demonstram abertura às empresas brasileiras.
Ascom
Deixe seu comentário