Fábrica do mais nobre dos queijos será inaugurada hoje em Guaraciaba

Gran Padania do Brasil é um marco na história do segmento lácteo do país e também na vida do empresário Acari Menestrina

Pronta para atender o mercado nacional, a Joint Venture Gran Padania do Brasil coloca no mercado, a partir de janeiro, o primeiro queijo tipo Grana produzido no Brasil com 100% de tecnologia e produção italiana. A fabricação atende aos rigorosos padrões de fabricação de queijos e, através do alto controle de qualidade e cuidado no processo da produção, passou-se a produzir no país o Gran Mestri, nome que será usado pela empresa para a comercialização do queijo.

O evento de inauguração ocorrerá no Parque Industrial da Gran Padania do Brasil, na BR 163, KM 10, em Guaraciaba, hoje, às 15h. O governador do Estado, ministro do Desenvolvimento e empresários nacionais do setor supermercadista estarão presentes no ato.

Vendo o potencial da bacia leiteira da região e acreditando no desenvolvimento do setor lácteo, o empresário Acari Luiz Menestrina, iniciou uma parceria em 2001, com dois empresários da Itália, Mário Dal Bianco e Luigi Ghisini, para juntos produzirem o queijo tipo Grana no Brasil. Após a verificação da potencialidade do Extremo Oeste catarinense, iniciou-se um investimento de R$ 5 milhões nas instalações da fábrica. A preocupação era fabricar o tipo Grana com os mesmos procedimentos, equipamentos tecnológicos, ingredientes e matéria-prima das industrias italianas. Todos os equipamentos, desde as tinas de cobre aos aventais dos funcionários, vieram do país europeu.

Para não alterar as propriedades naturais do leite, a rotina dos produtores rurais é acompanhada diariamente por técnicos especializados, que verificam a pastagem, ordenha e o estresse do rebanho. Com a produção nacional, a Joint Venture vai colocar no mercado o queijo tipo Grana, com a mesma qualidade, aroma, textura e sabor dos queijos italianos da região da Padania, norte da Itália, maior produtora e berço da produção mundial deste tipo de queijo, representando uma redução significativa do preço para o consumidor brasileiro, devido à inexistência das taxas de importação.

Seu processo de fabricação é minucioso e o diferencial do queijo tipo grana está na paciente espera, onde o tempo é protagonista da última fase, que é a maturação. O gado recebe uma alimentação controlada, baseada exclusivamente em feno e misturas de cereais, além de uma atenção redobrada com as regras higiênicas sanitárias. Assim, sem produtos fermentados, a qualidade do leite não é alterada. Os caminhões coletam o leite nas propriedades rurais e o conduzem até a fábrica. Lá, as amostras passam por análises físico-químicas e microbiológicas, células somáticas, entre outras. Durante doze horas, o leite é deixado em tanques para o desnate natural, o qual retira a gordura.

A coagulação do leite ocorre em tinas de cobre onde recebe os ingredientes. A produção de cada unidade é controlada em um livro de registro, no qual ocorre o monitoramento de dados, como a acidez, gordura e procedência de cada queijo. Os queijos são colocados em formas com 40 kg cada, com a marca em relevo, durante dois dias. A cada três horas as formas devem ser viradas, com temperatura controlada.

Posteriormente, os queijos são mergulhados em tanques de salmoura durante 26 dias. Após vão para uma sala de secagem, estando prontos para a maturação, que leva 12 meses ou mais. A cada 10 a 12 dias, os queijos são escovados e a temperatura e a umidade também são controladas.

O queijo também é monitorado pelos italianos com relatórios enviados diariamente via internet. Amostras, a cada 30 dias, vão para o laboratório de Lody, na Itália, responsável pelas análises físicas, químicas e microbiológicas das propriedades organoléticas do queijo. Com nove meses de maturação, o queijo tipo Grana recebe a classificação de qualidade. O Gran Mestri atingiu índices acima da média esperada com 100% de aprovação de sua qualidade. A indústria tem capacidade de produzir uma tonelada ao dia. O produto será comercializado nos formatos de peça inteira, meia peça, cunhas, cubos e ralado.

A Gran Padania do Brasil é um marco na história do segmento lácteo do país e também na vida do empresário Acari Menestrina. Seu sonho de produzir, no Brasil, o melhor tipo de queijo do mundo, agora é realidade. Filho de descendentes italianos, e natural da região Sul do Estado, começou a trabalhar com produção de queijos em 1978, quando era funcionário da extinta Acaresc (atual Epagri). Menestrina foi pioneiro em desenvolver no Oeste a cultura leiteira, trazendo a cerca elétrica e a primeira vaca holandesa. Em seu currículo contam mais 278 reuniões com produtores de Dionísio Cerqueira e Itapiranga, 600 horas de vôos internacionais em busca de conhecimento em visitas a fábricas e feiras do setor, e um significativo mix de produtos lançados em seu laticínio, a Laticínio Cedrense, empresa que conta atualmente com seis unidades industriais.

Uma no Rio Grande do Sul, duas no Paraná e quatro em Santa Catarina. São 550 funcionários e 6,5 mil produtores de leite distribuídos em 170 municípios.

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