Dez fogem de duas cadeias

Em Campo Erê, nove detentos fugiram após um deles render o carcereiro com uma faca. Fatos alertam para insegurança e superlotação das unidades

Uma fuga em massa, da cadeia, preocupa os moradores de Campo Erê e região desde o final de semana. Detentos considerados perigosos estão entre os fugitivos. Na noite de sábado, quando o carcereiro Odair do Lago se dirigia para fechar os presos na cela, foi rendido por um deles com uma faca. O responsável só conseguiu libertar-se uma hora depois e chamou a polícia. As duas celas da cadeia de Campo Erê têm capacidade para comportar quatro presos, mas 21 estavam detidos. Devido à superlotação, muitos têm que ficar pelos corredores durante o dia para à noite, serem trancafiados pelo carcereiro. Aproveitando-se disso, os marginais consumaram a fuga.

Entre os fugitivos, três são acusados de assassinato (Vilmar Rochembach, de 21 anos, Antônio Rosa, de 25, e Ermozil Fagundes, de 27 anos), dois por estupro (Valmir Kessler, de 25 anos, e Antônio dos Santos, de 22), três são assaltantes (Osmar da Paixão, de 25 anos, Laurindo Bolke, de 24, e Sidnei Porto, de 22 anos) e um de estelionato e furto (José Cabral, de 27 anos). Na fuga, Fagundes levou da delegacia uma carabina com 17 cartuchos. Doze detentos menos perigosos preferiram permanecer nas celas.

Segundo o sargento Leonir Schuller, da PM de Campo Erê, Antônio dos Santos se arrependeu de ter fugido e apresentou-se à polícia. Todos os demais continuam foragidos. O sargento explica que já haviam ocorrido fugas da cadeia, mas nunca com tantos presos ao mesmo tempo. Para ele, isso se deve à grande quantidade de presos que "disputavam" o pequeno espaço.

A polícia de toda a região está mobilizada na tentativa de capturar os fugitivos. Schuller salienta que a população pode ser determinante na recaptura dos envolvidos, denunciando pessoas desconhecidas e com atitudes suspeitas para a PM.

 

Tiro na perna acaba com fuga

 

Às 14h50 do dia 14, terça-feira, foi a vez de ocorrer uma tentativa de fuga da cadeia de São José do Cedro. Os policiais que faziam a segurança durante o horário de visitas, observaram que um dos presos escalou e pulou o muro do pátio, que não possui sequer grade de ferro em sua cobertura. A falta dessa proteção, que dificulte a saída para o lado externo, já havia sido relatada a diversas autoridades do setor, devido a facilidade de escalar o muro e fugir.

Segundo o comandante do pelotão da Polícia Militar de SJCedro, tenente Juarez Segalin, policiais perceberam a fuga e gritaram várias vezes para que o homem parasse, mas não quiseram atirar devido à grande aglomeração de pessoas no local. Eles seguiram o rapaz, ordenando que parasse, mas sem sucesso.

Após o fugitivo atravessar a rua, pular algumas cercas e tomar o pátio de residências próximas, sem dar ouvidos às ordens para se entregar, o policial deu dois tiros para o alto. Como o preso continuou, o policial decidiu atirar em sua perna. O projétil calibre 38 atravessou o fêmur da perna direita do homem, dando fim à fuga.

O preso que tentou fugir é Dílson da Silva, de 26 anos, oriundo de Florianópolis, onde cumpria pena por furto, assalto e roubo. Ele teve liberdade concedida pela Justiça e, posteriormente, revogada por não cumprir alguns requisitos exigidos, tendo sido recapturado em Guarujá do Sul e preso em SJCedro à disposição da Justiça. Após ser atingido e cair, Silva foi atendido no local.

 

Aglomerado de presos por metro quadrado

 

O ocorrido em Campo Erê e São José do Cedro serve também para alertar as autoridades quanto a superlotação das casas prisionais da região. Somando as duas unidades, haveria oito vagas para presos, que eram disputadas por 43 pessoas. Somente a cadeia de SJCedro, que deveria comportar quatro presos no máximo, está com 22 encarcerrados, sendo que 13 deles já estão condenados e deveriam ser recambiados para presídios em outras regiões do Estado. Em Campo Erê, a situação era praticamente a mesma: 21 detentos ocupavam local para quatro pessoas.

Anterior

Eleitos da 45ª Zona Eleitoral prontos para a posse

Próximo

Ladrões de zinco vão parar na delegacia

Deixe seu comentário

Nossas Redes

Impresso