SAÚDE

Dengue: cenário ainda é preocupante na região

  • Folha do Oeste -

Nesta terça-feira, dia 21 de junho, inicia oficialmente o inverno. As quedas nas temperaturas já começaram a ser observadas em todo o Estado e região. Porém, isso não significa que não existe mais alerta com relação à dengue, ou então, que os cuidados e o combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor de dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus, podem ser deixados de lado. O alerta permanece, pois os ovos depositados podem permanecer intactos por um longo período, basta o contato com a água e o aumento das temperaturas para surgirem novos mosquitos.

De acordo com o secretário de Saúde de São Miguel do Oeste e representante do Colegiado Regional de Saúde, Alfredo Spier, o cenário com relação à dengue ainda é preocupante, e muitos municípios registram epidemia da doença. Segundo ele, se observar o quadro da situação de dengue no estado de Santa Catarina e região, a situação é sim de alerta máximo. Spier destaca que as medidas para combater a dengue são simples, mas precisam ser feitas. Embora se tenha esse período de baixas temperaturas, o ovo do mosquito dura até mais de um ano. Então, os cuidados precisam ser mantidos.

Segundo o secretário, é importante que a população colabore e descarte corretamente o lixo. Vistorias também devem ser feitas com frequência nas casas, terrenos e estabelecimentos comerciais. Em São Miguel do Oeste, já foram registrados mais de mil casos de dengue neste ano. No município, Spier destaca que deve ser feita mais uma ação com o apoio do Exército, o que deve ocorrer nos próximos dias, nas áreas mais afetadas. Porém todo o trabalho da equipe precisa a colaboração dos moradores, que devem manter os cuidados diariamente em suas residências. Recipientes com água parada são locais propícios para a proliferação do mosquito, por esta razão é importante eliminar depósitos com água parada e vedar corretamente caixas de água.

Conforme o representante do Colegiado Regional de Saúde, o índice de óbitos por dengue é muito grande em SC. "Neste sentido, reforçamos a importância dos cuidados", enfatiza.  


ALERTA DO ESTADO

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC), divulgou na tarde de quarta-feira, dia 15, uma nota de alerta aos municípios catarinenses sobre o perfil dos óbitos em decorrência da dengue no estado no ano de 2022. Ainda na quarta-feira, foi divulgado o informe epidemiológico atualizado, sendo que até o momento foram confirmados no estado 63.194 casos de dengue. A transmissão da doença (casos autóctones) já foi registrada em 137 municípios catarinenses, sendo que 65 atingiram o nível de epidemia (a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes).

Desde o início do ano até agora, foram registrados 1.072 casos de dengue que apresentaram sinais de alarme e 74 casos apresentaram sinais de dengue grave. Já em relação aos óbitos, foram notificados 98, sendo que 66 foram confirmados, 10 foram descartados e 22 permanecem em investigação. "Esse número de óbitos confirmado é superior às ocorrências registradas em anos anteriores. Sendo que no ano de 2016 ocorreram dois óbitos, e no ano de 2021, foram registrados sete óbitos", alerta o diretor da Dive/SC, João Augusto Brancher Fuck.

Conforme a análise realizada na nota de alerta, dos 66 óbitos confirmados por dengue no estado até o momento, 48 deles (72,7%) ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais, sendo: 12 (18,2%) de 60 a 69 anos, 14 (21,2%) de 70 a 79 anos, 17 (25,8%) de 80 a 89 anos e cinco (7,6%) de 90 anos ou mais.

Diante de todo esse cenário, o documento reforça que é fundamental que todos os municípios intensifiquem as ações para garantir o atendimento oportuno dos casos suspeitos, promovendo o manejo clínico adequado, de forma a evitar a ocorrência de mais casos graves e óbitos pela doença.  


SINTOMAS E CUIDADOS

Na presença de febre com início repentino, associada à forte dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dores musculares, nas articulações e fraqueza, deve-se procurar atendimento em um serviço de saúde para evitar o agravamento do quadro. Apesar de não haver um medicamento específico contra a dengue, o diagnóstico precoce é muito importante para reduzir o risco de dengue grave e de morte pela doença.

A melhor maneira de prevenção às doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti continua sendo eliminar locais com água parada. Confira algumas orientações:

- Evite que a água da chuva fique acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;

- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios;

- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a sem deixar poças de água;

- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana;

- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas;

- Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto.

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