ASSEMBLEIA

Debate sobre crise na produção de leite chega a São Miguel do Oeste

  • Fotos Solon Soares/Agência AL -

Com as dependências da Câmara Municipal de Vereadores de São Miguel do Oeste lotadas, pouco mais 300 pessoas participaram, na tarde desta sexta-feira, dia 1º de setembro, de uma audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O evento faz parte de um ciclo de quatro audiências que estão sendo realizadas em diferentes municípios da região Oeste e Meio Oeste catarinense.

Com a finalidade de debater a situação dos produtores de leite da região, a iniciativa atende o apelo da classe, em razão dos problemas enfrentados pelo setor, que atualmente registra prejuízos com o custo de produção acima do valor pago pelo litro do leite. Além disso, o aumento das importações, principalmente da Argentina e do Uruguai, que possuem o custo de produção menor, tem afetado a comercialização do produto catarinense.   

O presidente da Comissão de Agricultura, e proponente da audiência, deputado Altair Silva (PP), ressaltou que além das audiências, a comissão vem interagindo com a Secretaria de Estado da Fazenda, sobre a carga tributária cobrada em Santa Catarina. Segundo ele, o órgão reconhece que o estado catarinense tem elevadas alíquotas, se comparado com o Rio Grande do Sul e com o Paraná.

"Em média, Santa Catarina cobra de 0,45% a 1.25% a mais que os estados vizinhos, dependendo do produto comercializado. Nosso objetivo junto à secretaria é buscar equalizar essa diferença, que tira a competitividade do leite produzido em Santa Catarina", frisou.

Diante da atual realidade, o deputado Mauricio Eskudlark (PL), na ocasião, representando o presidente da Assembleia Legislativa, destacou a importância da intervenção dos governos   estadual e federal para solucionar o problema que afeta uma das maiores bacias leiteiras de Santa Catarina. Considerada uma das atividades mais relevantes para economia catarinense, o parlamentar destacou que a intenção é sanar os principais pontos reivindicados, como a queda dos preços e a alta nos custos de produção, que ameaçam o abandono da atividade.

“Nosso empenho é para buscar informação técnica e subsidio para que junto aos governos estadual e federal, possamos  assegurar que o setor tenha garantia de trabalho. Com essas informações, vamos buscar solução jurídica, legal e legislativa para proteger o nosso empreendedor", pontuou.

Entre os encaminhamentos, o parlamentar disse que a bancada federal está se articulando para sugerir medidas que possam reduzir a importação do leite que vem do Mercosul. "Essas duas vertentes, a carga tributária elevada e a importação do leite vindo de países vizinhos, têm contribuindo para essa situação trágica para o produtor de leite", avalia.

Já o deputado Marcos Vieira (PSDB), enalteceu a presença marcante dos produtores de leite no evento. Segundo o parlamentar, atualmente Santa Catarina possui a quarta maior bacia leiteira do Brasil, graças ao excelente trabalho dos produtores locais. Ao destacar a importância dos produtores, Viera enfatizou que os governos estadual e federal precisam olhar com mais empenho para a questão, pois quando a cadeia produtiva do leite entra em crise, o produtor é quem sofre as consequências.

Preocupado com o cenário, o deputado Marcos Vieira ressaltou que a Bancada do Oeste está empenhada em estabelecer a devida proteção ao produtor rural. "Nossa intenção é fazer com que o governo federal reveja a portaria que deu condições de aumentar a importação do leite do Paraguai, da Argentina e do Uruguai", frisou.

Presente na audiência, o deputado Oscar Gutz (PL) avaliou positivamente os encontros, lembrando do recente investimento de R$ 100 milhões do governo federal.


Apoio das cooperativas

Em nome dos produtores de leite, o presidente da Cooperativa Auriverde, Cláudio Post, mencionou que as cooperativas contribuíram muito para a profissionalização da atividade no estado, com a entrada das primeiras matrizes com genética, além de colaborarem no desenvolvimento do manejo e na assistência quanto à sanidade dos animais.

Segundo ele, a cooperativa se faz presente para apoiar os produtores na tentativa de superar o problema ocasionado por questões de mercado.



Agência AL

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