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Centro Acadêmico promove ações pelo Mês do Orgulho

Centro Acadêmico promove ações pelo Mês do Orgulho
Reprodução/Instagram

Nesta segunda-feira, dia 28 de junho, é o dia internacional do orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais). Esta data serve para comemorar avanços frente a questão, relembrar a luta de pessoas que provocaram mudanças na sociedade e também combater diversas formas de homofobia. O Capsi (Centro Acadêmico do Curso de Psicologia) da Unoesc de São Miguel do Oeste, que debate várias pautas em defesa dos Direitos Humanos, também se mobilizou durante este mês com os assuntos de defesa da comunidade LGBT.

Desde 2019, quando foi criado, o centro acadêmico realiza várias atividades sobre o assunto. Durante este mês, foram desenvolvidas algumas ações para dialogar com a comunidade e desenvolver campanhas contra a homofobia. O vice-presidente do grupo, Elienay Brandão de Oliveira conta que esta discussão ainda é necessária no município e região.

Dentre as ações organizadas, há um evento virtual que irá ocorrer hoje, com representante do Legislativo, Judiciário, professores da Unoesc e de outras entidades para apresentar os resultados de uma pesquisa que mostra dados de casos de violências vividas por pessoas LGBT no Extremo Oeste, com o objetivo de levar este debate para pensar políticas públicas para a comunidade na região.

A presidente do Capsi, Fernanda Carina Preuss informa que além deste evento, ocorreram ações em redes sociais, tendo em vista a pandemia que limitou campanhas presenciais. A ideia era publicar fotos com plaquinhas. "Teve bastante sucesso, bastante alunos compartilharam, e foi bem legal mostrar este orgulho em relação a luta LGBT", afirma. Também foi preparada uma intervenção com colagens de cartazes pela Universidade. "A nossa intenção é levar para fora do curso de psicologia, para que outras pessoas também possam ver e se sentir incluídas", diz.

Conforme eles, não são raros os casos em que alunos ou pessoas da comunidade que são LGBT passam por situações complicadas por causa de sua orientação sexual. Os estudantes comentam também que na região, as questões sobre o tema são pautadas poucas vezes, o que não dá margem para combater pensamentos homofóbicos que ainda existem.

Entretanto, o centro comemora as discussões recentes sobre o tema, tanto no Legislativo como na comunidade. Mesmo sendo rejeitado o Projeto de Lei que institui o Dia de Luta Contra a LGBTfobia, é uma das primeiras vezes que este assunto entra em pauta. "As pessoas estão entendendo a necessidade de dialogar sobre isso, não que outros temas não sejam importantes [...], mas um tema não desmerece a urgência do outro, o preconceito não parou de existir, e tem se acentuado para as pessoas mais vulneráveis durante a pandemia", afirma Oliveira.

Ele pontua também que o estado de SC tem índices altos de violência contra LGBT, e lamenta o caso recente de estupro coletivo ocorrido em Florianópolis. Também faz uma ressalva para a questão regional. "A nossa realidade do Extremo Oeste é extremamente conservadora, cheia de tabus, preconceitos e desinformações sobre o assunto", cita. Elienay conta que já passou por homofobia morando no Extremo Oeste, e que precisou sair de casa para poder viver sua vida. "Isso é a realidade de muitas pessoas LGBTs da região, elas precisam sair daqui porque não se sentem acolhidas nem seguras em se expressarem. Há medo de descriminação, chacota, vergonha, exclusão e até de agressões", afirma. Para ele, por isso ainda ser um tabu, ficam estagnados os avanços na questão, e a realidade permanece a mesma.

Os representantes comentam que o Centro se posiciona também sempre que percebe ocorrências do tipo na sociedade, para não deixar que passem batidas. "O preconceito não vem só de pessoas com pouca educação ou que não debatem o tema, pelo contrário, muitas vezes a aceitação e o respeito vem muito mais dessas pessoas do que aqueles com grandes currículos e especializações. [...] Não estamos aqui só para propor o diálogo, estamos aqui para combater este tipo de preconceito que existe em nossa realidade, e a gente já vem fazendo isso há muito tempo. [...] Não temos medo de se posicionar", afirma Elienay.

Como lidar com a homofobia familiar - Por Tânia Aosani 

Rejeição, abandono, piadas preconceituosas nos encontros familiares que podem evoluir para agressões físicas, psicológicas e verbais, tudo isso dentro de um contexto familiar que deveria ser de acolhimento e segurança. Infelizmente, esta é a realidade vivenciada pela maioria das pessoas LGBT. Toda forma de violência dói, mas aquela praticada dentro de casa é avassaladora!

A homofobia na família é um dos principais fatores relacionados ao desenvolvimento de transtornos psicológicos e físicos, podendo levar ao suicídio da pessoa LGBT.

Quem passa por isso precisa cercar-se de uma rede de apoio: amigos, colegas, pessoas com que se possa contar e que vão oferecer apoio quando necessário, grupos em que a pessoa tenha segurança para falar e compartilhar sentimentos.

Outro ponto de suporte fundamental é participar de movimentos que lutem pelas mesmas causas, geralmente, são lugares de acolhimento em que é possível afastar a solidão. Porém, o grande objetivo não deve ser a segregação. Manter-se alerta e com informações sobre seus direitos é fundamental para preservar espaços na sociedade. Deixar um canal de diálogo aberto com todos e falar abertamente com seus familiares pode ajudá-los a mudarem seus pontos de vista. Se for preciso, a sugestão de terapia familiar é sempre bem-vinda. Lembre-se que você não pode exigir apoio e compreensão de seus familiares, mas pode exigir respeito.

Para aprender a lidar com a homofobia é importante não apenas conhecer, mas também repassar aos outros o que significa esse termo. Como a homofobia afeta a sua vida de forma negativa? Exponha sua perspectiva! Ir desconstruindo preconceitos, mostrando outros pontos de vista, outras realidades pode ser uma forma possível de aceitação.

A melhor opção é ir aos poucos conquistando mais aceitação da sua família. Por mais que leve um tempo para os pais entenderem que suas versões idealizadas de filhos e filhas não existem, mostre aos poucos quem você é, o que você pensa e como sua orientação sexual não influencia em nada no seu relacionamento com eles.

Acima de tudo, é muito importante refletir se é seguro, nesse momento, contar sobre sua orientação sexual. Preservar sua integridade física deve vir sempre em primeiro lugar.

A questão do preconceito e estigma social é estrutural e histórico, dar tempo para que ambos "processem" essa informação pode ajudá-lo, ajudá-la. Mas, também é preciso se proteger, quando o preconceito e estigma social é muito grande dentro da família, você pode estar em risco e vai precisar de outra rede de apoio como suporte.

Hoje, amigos, grupos que dividem as mesmas angústias e profissionais de saúde podem ajudar. Por mais que o ideal seria que todos compreendessem, sabemos que não é assim e, diante disso, é necessário ficar atento e buscar ajuda sempre que precisar. E se houver ameaças ou violências, busque um lugar seguro e denuncie.

Você também pode buscar ajuda de um profissional especializado, esse é um momento de ter cuidado e atenção com a sua saúde emocional e se fortalecer para realizar os diálogos e enfrentamentos que serão necessários.

Tânia Regina Aosani

Psicóloga CRP:12/08554

Contato/WhatsApp: (49) 99924-1574.

Site: https://taniaosanipsicologia.com.br/

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