As curiosidades contadas por um ilustre morador

Descanso sempre teve seus grandes homens. Um deles foi o jovem Eliseu Oro, primeiro prefeito de Descanso

Apesar de ter chegado na região onde hoje se localiza Descanso 15 anos depois dos primeiros desbravadores, Eliseu Oro é uma das pessoas mais importantes do início da história do município. Ele nasceu em São Domingos do Sul (RS) e era ainda criança quando seus pais, Pedro Oro e Genoveffa Gava mudaram-se para Ciríaco (RS). Integrante de família numerosa, ele veio com os pais do interior de Passo Fundo (RS) para Sede Leste e mudou-se para a sede, onde hoje se localiza o município, em fevereiro de 1950. O maior responsável Apesar de ser um dos principais nomes na vida de Descanso, ele dá os méritos da emancipação ao, já falecido, primeiro escrivão do município, Antônio da Cunha Lemos. ?O grande líder?, assim Oro define o amigo que sempre tomava a dianteira no processo da liberdade administrativa. Ele foi também o idealizador e defensor do processo para criação do distrito, que foi instalado em julho daquele ano, com a presença do vice-presidente brasileiro, Nereu Ramos. Uma curiosidade revelada por Oro foi sobre a criação dos distritos de São Miguel do Oeste e Descanso. ?Apesar deste último ser o 16º distrito de Chapecó e o anterior o 15º, Descanso foi instalado um dia antes?, comenta. A vida política Em Descanso, Oro dedicou-se ao magistério. Ele foi também o vereador mais jovem já eleito em Mondaí, cidade a qual Descanso pertencia. Após a emancipação, os vereadores que moravam em Descanso renunciaram, mas ele não ficou longe da vida política por muito tempo. Nomeado pelo governador do Estado para assumir como prefeito provisório, Oro permaneceu, durante 6 meses, como chefe do Executivo descansense, até que Lemos foi eleito prefeito. ?Tinhamos recomendação para gastar o mínimo possível e conseguimos deixar um bom saldo em caixa?, explica o ex-prefeito, lembrando que isso não o impediu de adquirir os primeiros materiais para manter a prefeitura, que tinha apenas quatro funcionários. O deslocamento era outro problema na época. Eliseu conta que dependia, muitas vezes, da ajuda de amigos que pudessem emprestar um automóvel. Após passar o cargo para o amigo, ele foi eleito presidente da primeira composição da Câmara de Vereadores. Por amor à camisa Oro lembra que durante o mandato os edis não recebiam salário para facilitar o desenvolvimento do município. ?Quando eu ainda era vereador em Mondaí, não recebia qualquer ajuda de custo, tendo que bancar pessoalmente todas as despesas com viagem e hospedagem a trabalho. Já pensou isso acontecer hoje em dia? De forma alguma aceitariam?, brinca. ?Faltou investimento? Na avaliação do ex-prefeito, Descanso poderia ter crescido muito mais se os colonizadores gaúchos tivessem investido realmente no município. ?Eles prometiam estradas para os colonos e, na maioria dos casos, nem isso faziam?, lamenta, comparando ao vizinho São Miguel do Oeste, onde ?os colonizadores realmente se estabeleceram, investiram na cidade e em atividades diversificadas, no comércio, na indústria?. Apesar disso, Oro acredita que um processo lento de crescimento sempre existiu, pois o município nunca ficou estagnado. Ele cita como exemplo o tamanho que Descanso chegou a ter, com 19 mil habitantes, antes da emancipação de Belmonte e Santa Helena, uma população bem expressiva. O escritor Aos 76 anos o descansense Eliseu Oro mostra desenvoltura e conhecimento dos assuntos abordados. ?Tive sorte. Com uma formação sólida, durante quase sete anos estudei com padres jesuítas, aprendendo latim e grego?. E foi este conhecimento que o capacitou para escrever sete livros, sendo dois da história do município, uma bibliografia, um de prosa e versos e três de poemas.
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