ALERTA

Três municípios já enfrentam epidemia de dengue na região

  • Folha do Oeste -

Na região, o cenário com relação à dengue tem se agravado com o aumento gradativo no número de casos. No momento, já são três municípios em situação de epidemia da doença: São Miguel do Oeste, São José do Cedro e Palma Sola. A informação é da bióloga na Unidade Descentralizada de Vigilância Epidemiológica - Gerência Regional de Saúde de São Miguel do Oeste, Marciéle Bogo.

Outro agravante é que novas variantes estão em circulação. Segundo a bióloga, a dengue possui quatro sorotipos e três já estão em circulação na região. Isso significa que uma pessoa pode ser infectada mais vezes, e infecções subsequentes por diferentes sorotipos aumentam o risco de formas mais graves da doença. Transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, a dengue é uma doença que pode levar a óbito. Inclusive neste ano já foram registrados cinco óbitos por dengue em Santa Catarina, sendo dois na região: um jovem de Descanso e uma idosa de São Miguel do Oeste.

Marciéle alerta que este período é propício para transmissão de dengue. Ainda tem uma quantidade alta de mosquito, e com a existência de casos da doença o mosquito se contamina e continua a transmissão. “Como agora é um período que os municípios estão entrando em estado de epidemia, é possível dizer que a curva de transmissão pode se alastrar até início de junho. Então, os números de casos ainda podem aumentar”, adianta. Conforme a bióloga da Gerência Regional, com esse aumento no número de casos, a preocupação é com a grande demanda por atendimento nas unidades básicas de saúde, e possíveis óbitos.

A orientação é para que a população fique em alerta. Para bloquear a transmissão é preciso eliminar os depósitos dos criadouros, os recipientes com água parada. “Os municípios estão fazendo as atividades, fazendo visitas nas áreas dos casos confirmados, que é a prioridade no momento, e a aplicação de inseticida está sendo realizada. Os municípios também têm organizado recolhas, mutirões, ações de verificação de locais elevados e de difícil acesso, como calhas e marquises, mas, a população precisa colaborar para eliminar os criadouros, onde estão se desenvolvendo essas larvas”, enfatiza.

Marciéle acrescenta que se a população colaborar, cada um conseguir na sua casa, no seu local de trabalho, fazer essa verificação e eliminar esses criadouros, é possível reduzir a transmissão. Mas, precisa essa colaboração da população. “É preciso tirar esse tempo, verificar dentro e fora de casa se há locais com água parada, vistoriar calhas, enfim todos os locais, para ter certeza que não tem nenhum criadouro do mosquito na residência. Fazer uma vistoria no pátio e em terrenos baldios e áreas verdes nas proximidades”, pontua. Todo e qualquer recipiente que possa acumular água representa perigo para a proliferação do Aedes. “Eliminando essas situações a gente consegue evitar que o mosquito se desenvolva e continue fazendo a transmissão”, afirma, salientando que toda a região é infestada pelo vetor, e o cuidado precisa acontecer na cidade e no interior.

Outra orientação é para que o morador receba os agentes de combate às endemias nas suas atividades e sigam as orientações que eles repassam. Já em caso de sintomas de dengue a orientação é procurar atendimento nas unidades básicas de saúde. Caso o paciente receba o diagnóstico positivo para a doença, por meio de exame realizado de forma particular, é importante que a equipe de epidemiologia do município também seja informada, para atuar no controle de forma mais eficiente.

“Há muito trabalho por trás das notificações dos casos de dengue, Zika ou Chikungunya. A equipe de combate às endemias realiza visita no local que a pessoa reside ou trabalha, e realiza um trabalho de bloqueio”, enfatiza.



ATENÇÃO AOS SINTOMAS DE DENGUE

Febre alta (39°C a 40°C) de início súbito, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos, manchas pelo corpo que podem atingir face, tronco, braços e pernas, perda de apetite, náuseas e vômitos. Ao identificar os sintomas é preciso procurar atendimento em uma unidade de saúde.

EM ALERTA COM A CHIKUNGUNYA

Outra preocupação, neste momento, é com relação a Chikungunya. Marciéle acrescenta que municípios próximos já registraram casos, e Xanxerê enfrenta uma epidemia da doença, inclusive com casos de óbitos por Chikungunya. A doença também pode ser transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, e apresenta sintomas como febre de início repentino e dores intensas nas articulações. Conforme a bióloga na Unidade Descentralizada de Vigilância Epidemiológica - Gerência Regional de Saúde de São Miguel do Oeste, os relatos são de que a doença dificulta até mesmo tarefas básicas, e as dores podem inclusive persistir por meses ou até mesmo vários anos.

De acordo com a profissional, o cenário com relação à Chikungunya é considerado preocupante, pois alguns casos já foram identificados nos municípios da região, e a transmissão da doença ocorre de forma rápida.



APOIO AOS MUNICÍPIOS

Marciéle ressalta ainda a importante atuação da Gerência Regional de Saúde no apoio aos municípios, por meio do direcionamento das atividades. De forma geral, a equipe da gerência tem feito reuniões com as gestões para a organização dos serviços de saúde, proporcionou capacitação aos médicos, e capacitação aos agentes de endemias para fazer a aplicação com máquina costal, oferece ainda suporte de capacitação e orientação para que os municípios consigam direcionar as ações de forma eficiente, para reduzir a transmissão. Na gerência, também acontecem análises dos exames de dengue e a equipe ainda realiza a aplicação de fumacê em áreas maiores, quando há necessidade.



SÃO MIGUEL DO OESTE

Em São Miguel do Oeste, já foram confirmados 437 casos de dengue neste ano. A informação foi divulgada pela equipe da Vigilância Epidemiológica Municipal na tarde de quinta-feira, dia 17. Nesta data, nove pacientes ainda aguardavam os resultados dos exames.

A Vigilância Epidemiológica de São Miguel do Oeste ainda confirmou, na última semana, o primeiro óbito por dengue no município em 2025. A vítima é uma mulher de 89 anos, moradora da região central da cidade. O falecimento ocorreu no dia 1º de abril, e o caso foi oficialmente confirmado após análise do histórico clínico e das condições de saúde da paciente.

De acordo com a equipe da Secretaria Municipal de Saúde, a idosa possuía comorbidades pré-existentes, o que contribuiu para o agravamento do quadro clínico, mesmo tendo recebido acompanhamento e atendimento das equipes de saúde.

Diante da gravidade do cenário e do crescente número de casos confirmados da doença, o município comunicou a elevação do Plano de Contingência da Dengue para o Nível 4, o que representa estado de alerta máximo e intensificação das ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti.

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