Cenário se agrava em São Miguel do Oeste, e o município passa a enfrentar uma epidemia de dengue. A situação foi confirmada na tarde de quarta-feira, dia 27. A partir do caso positivo 134, o município entrou em um quadro caracterizado por epidemia de dengue, pois a proporção de casos está superior a 300 casos/100 mil habitantes.
De acordo com o coordenador da Vigilância Epidemiológica de São Miguel do Oeste, Marcos Bortolanza, até a tarde de quinta-feira, dia 28, já haviam sido confirmados 151 casos positivos da doença no município. Até esta data, também haviam 29 pacientes aguardando os resultados dos exames.
Segundo o coordenador da Vigilância Epidemiológica, outro agravante neste cenário é que foi identificado Dengue Vírus 2, em circulação na cidade. Este sorotipo já havia sido detectado em cidades vizinhas, e agora também foi identificado em pacientes do município. Conforme Bortolanza, quando surge um sorotipo novo está associado ao fato de novos surtos da doença.
“Em Santa Catarina, a cada 10 casos, nove era pelo Dengue 1, agora a proporção de pessoas suscetíveis a adoecer novamente é muito grande”, alerta, ressaltando que quem é diagnosticado com dengue por uma segunda vez, tem uma chance maior de ter um quadro mais grave da doença, pois o corpo já está sensibilizado contra o vírus da dengue, então ele faz uma reação mais grave contra o vírus, e a pessoa acaba desenvolvendo com mais facilidade a dengue hemorrágica.
Frente a esta situação, a equipe reforça a necessidade urgente de colaboração e envolvimento de toda a comunidade no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus. Neste sentido, a orientação é para que os moradores realizem frequentemente a vistoria em suas residências e estabelecimentos, eliminando todo depósito com água parada, para evitar com isso a proliferação do mosquito.
Bortolanza também destaca que a pessoa com sintomas de dengue deve procurar o serviço de saúde, é isso que vai resultar em um menor prolongamento de doença e a prevenção do óbito. Com relação aos sintomas, as pessoas devem procurar atendimento nas unidades de saúde na presença de: Febre alta de início súbito; Mal estar; Dor no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos; Dor de cabeça; Náuseas e vômito. E atenção aos sinais de gravidade da doença: Queda da pressão arterial; Manchas na pele; e presença de sangramento.
O secretário de Saúde, Alfredo Spier, enfatiza que os cuidados estão sendo intensificados. A equipe tem se dedicado as ações de combate ao mosquito e aplicação de fumacê, e a próxima semana é de alerta, de analisar as demais providências e definir novas estratégias. “Esperamos que o morador, o empresário, vistorie suas propriedades e suas dependências, para eliminar focos que podem contribuir para um avanço da dengue, neste sentido é preciso eliminar depósitos com água parada, fazer a limpeza em geral, e retirada do lixo”, pontua. O secretário salienta que toda a comunidade precisa colaborar no combate ao mosquito transmissor da doença.
AUMENTO DE CASOS
Conforme informações da Vigilância Epidemiológica, o primeiro caso de dengue no município, neste ano, foi confirmado no dia 8 de janeiro, e o primeiro mês do ano encerrou com cinco casos positivos da doença. Já o mês de fevereiro encerrou com 28 casos de dengue, registrando um aumento de 480% em relação a janeiro. Até o dia 28 de março, o município contabilizava 151 casos de dengue, chegando a registrar aumento de 61 casos somente em uma semana, o que corresponde a um aumento de 71% em sete dias.
SAIBA MAIS
No município de São Miguel do Oeste, em 2020 ocorreu uma epidemia de dengue com 143 casos confirmados. Em 2022, o município também enfrentou uma epidemia da doença, com 1.100 casos positivos. Já neste ano, em que novamente é registrada uma epidemia, o número de casos confirmados de dengue, até o momento, é de 151.
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