Em um compromisso contínuo com a inovação e a pesquisa, a Unoesc São Miguel do Oeste desenvolveu um túnel de vento didático de circuito aberto. Coordenado pelo professor André Tiago dos Santos e desenvolvido pelos estudantes do Curso de Engenharia Mecânica, o projeto promete revolucionar o ensino e a pesquisa em aerodinâmica, melhorando o entendimento dos conceitos de transporte de fluidos. Com quase cinco metros de comprimento, o túnel de vento é uma ferramenta essencial para estudos aerodinâmicos, projetada para simular o comportamento do fluxo de ar em torno de diferentes objetos.

“O objetivo desse túnel de vento é acadêmico e didático, permitindo que os estudantes visualizem os efeitos dos escoamentos em diferentes corpos de prova ou maquetes. Temos alguns corpos de prova que podem ser utilizados pelos cursos de Engenharia Civil, Arquitetura, Engenharia Mecânica e correlatos. O túnel de vento é importante, porque conseguimos definir e compreender como as estruturas se comportam mediante os esforços causados pela ação do vento. Podemos verificar a eficiência dessas estruturas em termos de arraste, a partir de análises visuais e medições de sensores. Além disso, o túnel permite observar os efeitos do vento em estruturas da construção civil, utilizando uma máquina de fumaça e sensores. Em resumo, os túneis de vento são fundamentais para o desenvolvimento seguro, eficiente e inovador de uma ampla gama de produtos e estruturas, influenciando diretamente a segurança, a economia e a sustentabilidade em diversos setores”, explicou o professor.

O desenvolvimento do túnel envolveu várias etapas, desde a pesquisa bibliográfica até a fabricação e os testes em modelos em escala reduzida. “A ideia do túnel de vento surgiu há um ano, mas aguardávamos o momento oportuno para desenvolvê-lo com a turma de Engenharia Mecânica. O objetivo sempre foi trabalhar com materiais recicláveis, como madeira e PVC, para proporcionar aulas práticas que tornem o aprendizado mais eficiente”, comenta Santos.

O túnel de vento conta com uma seção de entrada equipada com uma colmeia que orienta os filetes de vento, minimizando as turbulências. Uma máquina de fumaça pode ser acoplada para facilitar a visualização do fluxo de ar em torno das estruturas. Os ensaios utilizam o princípio de Bernoulli para realizar medições, utilizando um manômetro diferencial, que verifica a diferença de pressão entre a entrada e a seção de teste.

“Na seção de teste, colocamos o corpo de prova que desejamos ensaiar. A fumaça nos permite observar as linhas de fluxo e utilizamos instrumentos como o tubo de Pitot, para medir a velocidade em cada ponto da estrutura. Após a seção de teste, há uma seção divergente e, no final, um ventilador atua como exaustor”, detalhou o professor.

Ensaios como esses são essenciais em projetos de engenharia, como na construção de edifícios altos, para calcular os esforços necessários para garantir a estabilidade das estruturas. O projeto ainda está em fase de finalização, com melhorias planejadas para o acabamento e o formato da seção de teste, especialmente a câmara central. As próximas turmas do Curso de Engenharia Mecânica irão trabalhar no aperfeiçoamento dessa seção, baseando-se nas recomendações da literatura e buscando formatos que aumentem a eficiência, possibilitando o uso em pesquisas de iniciação científica pelos estudantes.

Este projeto faz parte das iniciativas de divulgação científica da Unoesc, que visam aproximar a ciência da comunidade e inspirar futuros pesquisadores. O projeto foi destaque no segundo episódio do Divulga Ciência, disponível no YouTube (www.youtube.com/@DivulgaCiênciaUnoesc) e nas redes sociais da Unoesc São Miguel do Oeste (@unoescsmo).

Ascom Unoesc